Componente essencial, filtro de óleo é uma peça barata e que previne problemas de elevado custo no motor
Vamos supor que você caiu em uma poça de lama. Sua primeira ação vai ser tomar um belo de um banho para tirar a sujeira. Depois disso, faria sentido você voltar a vestir a mesma roupa suja de barro? Não, porque você ficaria sujo de novo. Pois é a mesma coisa com o motor do seu carro quando você troca o lubrificante, mas não troca o filtro de óleo.
O filtro do óleo tem a função de bloquear a circulação de impurezas no motor. Em geral, essas impurezas vêm do ar admitido para o motor, que acaba levando para dentro dos cilindros algumas partículas as quais o filtro de ar não conseguiu segurar. Também há partículas no óleo geradas pelo desgaste natural das bronzinas, camisas, anéis e pistões, cujos resíduos podem causar danos ao conjunto.
Um filtro de óleo mantém em seu interior um volume entre 0,5 e 1 litro de óleo usado. Quando não se substitui o filtro durante a troca do lubrificante, esse volume de óleo usado se mantém no sistema e irá se misturar ao lubrificante novo que será colocado, o que vai contaminá-lo. Além disso, o filtro usado já estará impregnado com impurezas que foram filtradas durante a circulação do óleo usado. Com isso, a sua eficiência será inferior à de um filtro novo e o próprio óleo novo terá vida útil reduzida.
Troca completa sempre
Mesmo os motores 1.0 mais simples à venda atualmente têm tolerâncias e folgas cada vez menores em suas peças internas do que os motores dos anos 1980 e 1990. Por isso, a utilização do óleo correto e sua troca periódica ganharam ainda mais importância. E juntamente com o lubrificante, os filtros de óleo e de ar do motor devem ser obrigatoriamente trocados para evitar que partículas continuem circulando.
Muitas das práticas do mercado de manutenção automotiva vêm de tempos em que os carros, o mercado, os produtos e a tecnologia eram diferentes, e hoje não fazem mais sentido. Uma delas é trocar o filtro apenas a cada duas trocas de óleo. Se algum dia você já ouviu falar nisso, esqueça essa informação e discorde de quem insistir.
Com a atual demanda dos motores, que trabalham com o lubrificante em temperaturas maiores e sob maior fluxo, manter um filtro velho com óleo novo vai prejudicar o motor. Economizar com o filtro agora pode significar danos ao motor e um maior custo de reparo para o cliente mais tarde. Manter óleo sujo no sistema, utilizado além da quilometragem especificada pelo fabricante, causa borra no motor e pode até fundi-lo.
Pelo mesmo motivo, o óleo não pode ser completado, apenas trocado, mesmo se estiver em quantidade mínima. Completar o nível de lubrificante é algo que só deve ser feito em situações de emergência. Se feito isso, na primeira oportunidade a seguir, todo o óleo deve ser escoado e trocado por novo, juntamente, claro, com o filtro – uma peça que, convenhamos, tem valor de compra quase irrisório se comparado aos problemas que pode prevenir.
Respeite as preconizações
Períodos de troca e o tipo correto de óleo lubrificante estão sempre mencionados no manual de cada veículo. Ambos precisam ser obrigatoriamente respeitados. A observação dos períodos de troca fica mais crítica quando o carro é submetido ao uso essencialmente urbano.
Ao contrário do que muitos pensam, o uso severo do veículo não é na estrada, mas sim em constantes trajetos curtos dentro da cidade. Nestes casos, o motor não chega a atingir sua temperatura correta de trabalho e o óleo fica constantemente submetido a situações de esforço extremo. Sob uso severo, o intervalo indicado entre as trocas deve ser cortado pela metade – e alguns manuais já preveem esses casos.
Já em caso de usar óleo com a especificação errada, em um primeiro momento não se percebe nenhuma alteração no funcionamento do motor. Porém, internamente, as peças estarão sofrendo consequências graves por não serem totalmente protegidas. No futuro, poderão ocorrer desde ruídos por falhas na lubrificação até a formação de borras que dificultam a circulação do lubrificante, o que pode levar a fundir o motor. A escolha correta do óleo, de acordo com a indicação do manual do veículo, bem como a troca do filtro de óleo, são garantia de economia a longo prazo e evita enormes prejuízos.
Não trocar o filtro é que nem tomar banho e não trocar a cueca
Walter, atitude correta no uso do óleo 100% sintético, mas errada em fazer a troca a cada 5.000km. Esta especificação de lubrificante é para trocas a cada 10.000km ou um ano, tem uma durabilidade maior e trocando a cada 5.000km está jogando dinheiro fora.
Aprendi que um carro terá melhor performance na arrancada, e durabilidade do motor, quando está com óleo de alta qualidade, tal como o 5W40, 100% sintético, que estou usando agora no novo motor do meu velho Corsa 1.4 de 2007. Vale cada centavo com filtros sempre novos a cada 5.000Km rodados.