ar-condicionado Toyota Corolla 2020

Confira dicas para aproveitar o ar-condicionado do carro sem elevar o consumo de combustível

 

Você deixou o carro estacionado sob o sol. Ao chegar ao veículo na volta a cabine está muito quente. O que você faz? A maior parte das pessoas liga o ar-condicionado e abre as janelas para agilizar a saída do calor. Mas será mesmo a melhor solução? A Revista CARRO foi ouvir os especialistas!

“É mais eficiente deixar as janelas abertas e também ligar o ar-condicionado, para que ocorra a troca de calor mais rápida. O ar frio desce e o ar quente sobe, repelido para fora do veículo. Para melhor efeito, o ideal é direcionar o ar frio para os pés”, afirma Pedro Valencio, coordenador de Suporte ao Cliente Aftermarket da Delphi Technologies.

Mas, claro, assim que você liga o ar-condicionado aumenta o consumo de combustível, como lembra Cesar Carvalhais, consultor técnico da Bosch. “O correto é ligar só a ventilação inicialmente, direcionando o ar para os pés, mas deve-se fazer isso com o carro parado. O arrasto gerado pelo carro em movimento irá dificultar a saída do ar quente”, explica. 

Ok, se você já sabia dessa dica, listamos a seguir outras recomendações para aproveitar ao máximo a eficiência do sistema do ar-condicionado do carro. Confira:

Para desembaçar os vidros na chuva: melhor usar o ar-condicionado ou o ar quente?

Outra situação muito comum no dia a dia do motorista é desembaçar os vidros na chuva. Os especialistas foram unânimes em recomendar que se ligue o ar-condicionado, que irá desembaçar mais rápido, especialmente direcionando o ar para o para-brisa.

“Uma das funções do sistema de A/C é retirar a umidade presente no ar e é isso que vai desembaçar os vidros mais rapidamente”, explica Fabricio Costa, técnico da Assistência Técnica da Mahle.

Mas se você ficar com frio, não adianta ficar ligando e desligando o ar-condicionado cada vez que o vidro embaçar, isso só irá fazer você gastar mais combustível. “Depois que os vidros estiverem desembaçados, ligue o ar quente e controle o fluxo até chegar a uma temperatura ideal”, completa Carvalhais.

Preciso desligar o ar-condicionado antes de desligar o motor?

Aqui a resposta também é unânime: sim! Isso evitará a formação de fungos devido à umidade gerada pelo sistema. Por isso, a recomendação é desligar o ar-condicionado quando estiver chegando ao seu destino, eliminando a umidade que causa o tradicional cheiro de mofo.

“De forma preventiva, para evitar que a tubulação fique úmida e favoreça a proliferação de mofo, recomenda-se desligar o ar-condicionado minutos antes de parar o veículo deixando na ventilação ou até mesmo ligando o aquecimento para que seque as gotículas que se condensam no interior da tubulação”, diz Costa.

Porém, Pedro Valencio, da Delphi Technologies, lembra que há também outros métodos com bons resultados. “A prática de ligar o ar quente pelo menos uma vez por semana, por cinco minutos, antes de desligar o carro, é mais eficaz. Isso se deve ao fato de que a alta temperatura elimina fungos e bactérias”, completa.

O ar-condicionado pode estar ligado ao dar a partida no motor?

A prática de desligar o ar-condicionado antes era comum nos veículos mais antigos, porém, nos modelos atuais não é mais necessário. “Os carros modernos já possuem tecnologias avançadas e estão preparados para partida com maior carga (peso) quando o ar-condicionado esta acionado”, destaca Valencio.

Para aquecer a cabine, uso só o ar quente ou ligo o ar-condicionado numa temperatura maior?

Para os especialistas, o ideal é utilizar o ar quente, pois isso aquecerá a cabine nos dias frios sem aumentar o consumo de combustível. Vale lembrar também que o ar-condicionado remove a umidade do ar. Ou seja, se você optar por utilizar o ar-condicionado nessa situação, deixará o ar quente e seco no habitáculo.

O sistema Start/Stop desliga o ar-condicionado ao desativar o motor?

Não necessariamente. “Isso depende do sistema. Hoje em dia, enquanto o sistema não identificar que a cabine chegou à temperatura programada, o Start/Stop fica desabilitado. Da mesma forma, ele religa o motor se perceber que a temperatura está diferente daquela pré-estabelecida mesmo que o veículo ainda esteja parado, por exemplo, em um congestionamento”, explica Cesar Carvalhais, da Bosch.

O técnico da Delphi, por sua vez, lembra que existem veículos com um gerenciamento eletrônico programado para desativar alternador e compressor de ar-condicionado em paradas de semáforos em busca de eficiência energética e ambiental, mesmo que este não possua o sistema Start/Stop.

Quanto tempo posso rodar usando só a recirculação de ar?

Para os técnicos da Bosch e da Mahle, 30 minutos rodando só com a recirculação já é um período preocupante e recomenda-se liberar a troca novamente com o ar externo. Já Valencio recomenda realizar a troca do ar interno com o externo a cada duas horas. “Quanto maior o número de ocupantes, menor deve ser este tempo”, lembra o especialista.

Qual é o prazo de troca recomendado para o filtro de cabine?

Faça a verificação do filtro de cabine a cada revisão do veículo. Em média, a recomendação é fazer a troca a cada seis meses ou um ano – ou a cada 10 mil ou 15 mil quilômetros, dependendo da fabricante. Carvalhais lembra que esse prazo deve ser reduzido pela metade se você circula muito por áreas empoeiradas.

Já a Delphi destaca que é importante substituí-lo após o inverno, quando o sistema costuma ficar desligado por longos períodos, levando à formação de fungos e ácaros. Aliás, é sempre bom lembrar que a indicação é ligar o ar-condicionado semanalmente mesmo no inverno, mesmo que por poucos minutos.

Se o ar-condicionado está com potência reduzida, devo repor o gás? Em que condições isso é recomendado?

A primeira dica é: leve a um mecânico especializado para avaliar o veículo e verificar se há vazamento. Fabricio Costa, da Mahle, afirma que a baixa performance não significa que a carga de fluído refrigerante esteja reduzida. “A baixa performance pode estar relacionada ao filtro de cabine e aos trocadores de calor (condensador e o evaporador) onde o acúmulo de impurezas nesses componentes dificulta a troca térmica, influenciando na performance do sistema”, explica.

“O gás de ar-condicionado não vence. Se baixou, pode ter vazamento, se está ineficaz, há irregularidades no sistema. Não se deve completar gás de ar-condicionado e não se deve recarregar por pressão. Toda a carga deve ser feita por peso, colocando a carga dimensionada pelo fabricante para que o funcionamento do sistema de ar-condicionado trabalhe na máxima potência”, alerta Valencio.

Já Carvalhais vai além e dá um alerta na hora da manutenção: “é primordial fazer a manutenção com um técnico qualificado. Se o mecânico colocar mais gás do que o indicado ou mesmo se aplicar o gás errado, o custo com a manutenção corretiva será muito maior, afetando diversos componentes do sistema.”

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