Subaru WRX STI: 300 cv por menos de R$ 200 mil

Nem adianta perguntar em uma das nove concessionárias da Subaru no Brasil sobre o Impreza esportivo que acaba de chegar ao mercado nacional. “Os novos WRX e WRX STI são carros completamente diferentes”, explica Flávio Padovan, presidente da marca no país. Isso porque a nova geração dos esportivos perdeu o sobrenome e o visual do Impreza para ganhar ainda mais personalidade. 

O Subaru WRX STI manteve o enorme e característico aerofólio, assim como as tradicionais (mas opcionais) rodas douradas. O conjunto homenageia os clássicos Impreza que conquistaram o campeonato mundial de rali (WRC) três vezes no final dos anos 1990. Apesar disso, o habitat da nova geração é o asfalto – não à toa, a marca compete com o modelo na tradicional 24 horas de Nürburgring, na Alemanha. 

E foi em uma pista de corrida que pudemos acelerar o novo WRX STI, que chega este mês às lojas, por R$ 194.900. O valor é elevado para um sedã do porte de um Honda Civic, mas basta acelerá-lo para entender que, apesar de caro, o modelo oferece muito em troca.

São 305 cv e 41,5 mkgf gerados pelo motor boxer 2.5 com turbo e um nada discreto intercooler. Para a alegria dos entusiastas, o conjunto faz par com um câmbio manual de seis marchas e tração nas quatro rodas.
A aceleração de 0 a 100 km/h, de acordo com a fabricante, é feita em 5s2, marca próxima à do Jaguar F-Type V6, que registrou 5s0 em nossos testes – mas custa R$ 231.400 a mais.

Se o conjunto motriz é impecável, o mesmo não se pode dizer do acabamento. Parece a história do cobertor curto: a potência é inversamente proporcional à quantidade de plástico rígido na cabine, além da ausência de sistema multimídia, controlador de velocidade adaptativo (disponível no exterior) e até de um sensor de manobras.

Por outro lado, quem reclamar da visibilidade prejudicada pelo aerofólio ou da ausência de vidros elétricos do tipo “um toque” em todas as portas será motivo de chacota nas conversas de fãs e track days realizados pelo país.
Nesses eventos – em pistas de corridas alugadas por grupos de aficionados que pretendem se divertir com seus esportivos – o novo WRX STI será figura frequente. Sua suspensão dura e embreagem pesada não combinam com o uso diário, ao contrário do WRX “comum”.

Por isso, o sedã não conta com câmbio automático nem como opcional. Em seu lugar, há itens como regulagem do diferencial traseiro e monitoramento da pressão do turbo. Os recursos se somam ao sistema que permite adotar diferentes perfis de condução. Na Subaru são três: Intelligent, Sport e Sport Sharp, que vão da configuração mais confortável à mais esportiva, respectivamente.

A profusão de “anjos da guarda eletrônicos” abreviados por letras tornam o WRX STI um dos carros esportivos manuais mais divertidos de conduzir em alta velocidade. Dentro da marca, só o BRZ se equipara em diversão – e talvez por isso a representante da marca não traga esse esportivo de dois lugares ao Brasil.

O ronco abafado do motor boxer estimula o motorista a fazer punta-tacco a cada redução de marcha. A manobra de acelerar nas trocas, aliás, é facilitada pelos pedais próximos.                      

Como em boa parte dos carros de tração integral, no limite da aderência, o WRX STI tende a sair de frente, mas, mesmo assim, ainda é possível provocar um pouco a traseira. Mas o melhor é tentar contornar chicanes e grampos aproveitando o máximo do carro e sua vetorização de torque, capaz de apontar a dianteira para onde o piloto quiser, desde que a física permita.

Tudo isso não inviabiliza o uso do WRX STI fora das pistas de corrida. Seus 2,65 m de entre-eixos garantem uma viagem sem aperto para quatro adultos, que contam com um porta-malas de 460 litros. Mas, para isso, é mais indicado escolher um WRX. Se for para levar bagagem no STI, que seja macacão de corrida, capacete e ingresso para o autódromo.