Novo CEO Antonio Filosa antecipa foco em flexibilidade tecnológica e rentabilidade; anúncio oficial será feito em 2026
Texto: Marcos Camargo
A Stellantis não será mais um grupo 100% elétrico até o final desta década. A confirmação foi feita pelo CEO Antonio Filosa durante a Conferência de Outono da Kepler Cheuvreux, no último fim de semana. A formalização dessa mudança de rumo ocorrerá no primeiro trimestre de 2026, quando a companhia divulgará de forma detalhada o novo plano estratégico.
A decisão reflete a alteração no comando da empresa, após a saída de Carlos Tavares no início do ano. O novo posicionamento privilegia a rentabilidade, a simplificação de processos e o crescimento de marcas e negócios dentro do conglomerado.
Sinais já vinham aparecendo
Nos últimos meses, algumas movimentações da Stellantis já indicavam essa transição. A RAM, por exemplo, deixou de lado o projeto de picape totalmente elétrica e anunciou o retorno do motor V8 na linha 1500. Na Itália, o Fiat Panda, que seria lançado apenas em versão elétrica, ganhou opções híbridas leves e a combustão. A prioridade agora é ampliar a oferta de SUVs com motores mais eficientes e eletrificação parcial.
Estratégia por mercados
Filosa afirmou que a empresa precisa ser “mais flexível”, oferecendo diferentes tipos de motorização — elétricos, híbridos e a combustão — de acordo com as condições de cada região. Em mercados com infraestrutura limitada de carregamento, como a América Latina, novos veículos a combustão já estão confirmados.
Nos Estados Unidos, a Stellantis tem apostado em SUVs híbridos convencionais, enquanto em regiões emergentes os planos incluem modelos Jeep equipados com sistemas híbridos leves. No Brasil, a estratégia ainda é gradual: hoje a marca comercializa apenas veículos com sistema híbrido leve, como Fiat Pulse, Fastback e, mais recentemente, os Peugeot 208 e 2008.