Texto: Fernando Lalli 

São José dos Pinhais (PR)

Em evento comemorativo dos 20 anos de inauguração do Complexo Ayrton Senna em São José dos Pinhais (PR), o presidente da Renault para a América Latina, Luis Fernando Pedrucci declarou que está tudo pronto na fábrica de Córdoba (Argentina) para produzir a picape Renault Alaskan – baseada na atual Nissan Frontier. Para definir o início da produção e a chegada da picape média ao mercado brasileiro, só falta uma coisa: o mercado argentino voltar a ficar estável.

A grave crise econômica que assola o país vizinho afetaria os custos de produção, o que influencia diretamente o preço de mercado da nova picape. “Por causa dessa turbulência na Argentina, ainda estamos ajustando a equação para adaptar a produção da Alaskan dentro de um modelo econômico de negócio viável”, afirmou Pedrucci.

Quem viu de perto a Renault Alaskan no Salão do Automóvel de São Paulo em novembro – no qual foi apresentada sem nenhum alarde – percebeu a grande semelhança com a Frontier, o que gerou a especulação de que as duas picapes não dividiriam as mesmas fatias de mercado e, por isso, a vinda do modelo da Renault ainda estaria por ser definida.

Mas o presidente da Renault revelou que não só as duas picapes vão conviver nos mesmos espaços de mercado como a Alaskan tem papel fundamental nos planos da Renault a curto prazo. A fabricante, que fechou novembro com 8,7% de market share, agora tem como meta atingir 10% do mercado brasileiro de automóveis até 2022. Segundo Pedrucci, a participação em segmentos onde a marca não está presente é primordial para chegar a esse percentual. E os dois principais segmentos nos quais a Renault ainda não atua no Brasil são o de picapes médias e o de SUVs médios – nicho desbravado pelo Jeep Compass e que está atraindo uma série de futuros concorrentes, como o Volkswagen Tarek e, ainda não confirmado, o Ford Territory.

Se nas picapes a marca está em compasso de espera com a Alaskan, a situação entre os SUVs ainda carece de definição. Pedrucci afirmou que a Renault vai ter sim um SUV “acima do Captur” no mercado brasileiro, mas ainda falta uma definição entre dois modelos. “Estamos entre trazer o Arkana (SUV de traseira fastback apresentado na Europa este ano) e um SUV inédito do segmento C”, declarou o presidente. “Esse modelo não deve chegar ao mercado entre os próximos 2 anos”, comentou. Pedrucci não citou o Koleos, SUV que chegou a ser anunciado e apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2016. 

 

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