Novos planos globais da marca devem ser anunciados no dia 28 de maio, podendo afetar a produção de veículos no Brasil, feita na planta de Resende (RJ)

 

Uma reportagem divulgada pela Agência Reuters causou alvoroço ao anunciar que a Nissan está planejando focar sua produção de veículos somente em Estados Unidos, China e Japão. Ou seja, as demais fábricas em todo o mundo seriam fechadas, lembrando que a fabricante conta com produção no Brasil, no complexo de Resende (RJ). Essa nova estratégia global deve ser apresentada no dia 28 de maio.

Os primeiros reflexos já aparecem: a fábrica da Nissan em Barcelona, na Espanha, onde é feita a picape Frontier/Navarra, entrou em greve e os funcionários exigem garantias sobre o futuro de seus empregos. A empresa, porém, se limitou a responder que os novos planos serão anunciados no dia 28 de maio.

Vale lembrar que em julho do ano passado a Nissan já havia anunciado o fechamento de 14 linhas de produção, além de encerrar a produção na Indonésia em março. Segundo a reportagem da Reuters, a fabricante também deve reduzir consideravelmente seu portfólio de produtos na América Latina, África e mercados asiáticos, exceto China e Japão.

Os planos do novo CEO global da Nissan, Makoto Uchida, parecem direcionar a empresa para uma marca de nicho, sem almejar grandes volumes de vendas. Curiosamente, é o oposto do que desejava o ex-CEO da Nissan Carlos Gohsn, atualmente foragido da justiça japonesa. Ele planejava transformar a Nissan em uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo, firmando parceiras com outras empresas.

A fábrica da Nissan em Resende (RJ) foi inaugurada em abril de 2014 e tem capacidade para produzir 200 mil carros e 200 mil motores por ano. Atualmente, produz March, Versa e Kicks, além dos motores 1.0 12V e 1.6 16V. Os modelos March e Versa feitos aqui também são exportados, destinados a países como Argentina, Bolívia, Chile, Costa Risa, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.

Na Argentina, a planta de Córdoba produz a picape Frontier, recebendo um investimento de 600 milhões de dólares há um ano, mas que foi afetado quando a Mercedes-Benz anunciou o cancelamento dos planos de fabricar ali a sua picape Classe X e da Renault adiar indefinidamente a produção da Alaskan.

A Aliança Renault-Nissan surgiu em 1999, sendo que em 2016 a Nissan adquiriu a participação de 34% na Mitsubishi Motors, formando assim a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Hoje,é a maior parceria automotiva do mundo.

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