Comparamos os preços de revisões até 60 mil km entre modelos movidos a bateria e veículos a combustão equivalentes
O custo da bateria ainda é um dos principais responsáveis pelo preço elevado dos carros elétricos na comparação com modelos equivalentes a combustão. Porém, apesar de custarem até 3 vezes mais na hora da compra, os automóveis movidos a bateria podem ter custo de revisões até 87% menor do que os demais. Para mostrar na prática as diferenças, pesquisamos 4 duplas de veículos da mesma fabricante e comparamos os valores de manutenção entre eles.
Por dispensarem motor a combustão, os modelos 100% elétricos não exigem gastos com troca de componentes como óleo lubrificante, filtros de óleo e de ar, velas, correias e tensionadores, entre outros. Ainda assim, as revisões dos carros elétricos devem ser feitas no intervalo determinado pela fábrica, já que eles mantêm elementos de desgaste natural comuns a qualquer veículo, como discos de freio e pastilhas, fluido de freio, bateria de 12V, filtro de cabine, amortecedores e palhetas, entre outros.
Se tomarmos como exemplo um Peugeot 208 com motor 1.6, que custa a partir de R$ 72.990, o custo básico de revisões até os 60 mil quilômetros é de R$ 4.828 (o que representa cerca de 6,6% do valor do zero-quilômetro). Na versão elétrica e-208 GT (R$ 244.990), a conta final do plano de manutenção para a mesma quilometragem é de R$ 2.103 (0,8% do valor do carro). Na comparação entre os motores 1.6 e elétrico, a redução no valor de revisões é de 56%.
A Jac Motors é outra fabricante que oferece opções a combustão e elétrica para o mesmo modelo, embora a nomenclatura seja bem diferente. Para o SUV JAC T60 Plus, que custa R$ 139.990 e tem motor 1.5 turbo, o pacote de revisões até 60 mil km tem preço sugerido de R$ 5.964 (4,3% do valor do veículo novo). Já para manter em dia o SUV elétrico Jac E-JS4 (R$ 259.900), o proprietário deverá desembolsar apenas R$ 739,40 ao longo de 60 mil km (menos de 0,3% do custo de aquisição). Neste caso, a economia na hora da manutenção chega a 87%.
Na Fiat, o recém-lançado 500e (R$ 248.990) tem revisões programadas a cada 15 mil quilômetros. Até os 60 mil km, o proprietário deverá desembolsar R$ 1.216 no pacote de quatro paradas (o equivalente a 0,5% do total). Como a configuração a combustão do 500 não está disponível no Brasil, fizemos a comparação com o modelo mais próximo em porte e potência, o Argo com motor 1.3 Firefly (que custa a partir de R$ 78.990). Neste caso, a manutenção programada pelo mesmo período tem preço fixo em R$ 4.080 (5,1% do valor do carro). Na comparação entre os dois modelos, o custo de revisões do elétrico é 70% menor.
Na gama Renault, colocamos lado a lado os custos de revisões do elétrico Zoe E-Tech (desde R$ 204.990) ao de um Stepway 1.6 (a partir de R$ 90.190). No modelo com motor a combustão, as paradas até 60 mil km nas oficinas das concessionárias custam, ao todo, R$ 3.760,42 (4,1 % do valor do carro). Já para manter em dia os serviços do elétrico pelo mesmo período, é preciso desembolsar R$ 2.829,75 (1,4% da tabela). Mesmo menor, a redução no custo em favor da manutenção do elétrico é de 24,7%.
Fotos: Divulgação
Concordo com você Ulisses. A grande questão é que as empresas petrolíferas não querem abrir mão dos enormes lucros com a produção em massa de veículos movidos a combustão por derivados de petróleo, mas aos poucos essa realidade está mudando. Óbvio que essa mudança não acontecerá da noite para o dia, mas sim de modo gradativo e isso ainda torna caro a produção de veículos a eletricidade. Com o aumento da produção dos elétricos a tendência é que aos poucos os custos de produção diminuam. Uma coisa é certa: os veículos elétricos são uma realidade que não tem mais volta e o mercado tem que acompanhar essa nova realidade. E as oficinas também.
Com o atual avanço da ciência, os veículos (aéreos, aquáticos e terrestres) já deveriam de há muito utilizarem tecnologia que dispensasse o combustível fóssil. Não estou falando só de eletricidade, que por enquanto encarece o produto final, estou falando em alternativas sustentáveis como gases não poluentes e até água (a do mar claro). Acho que os grandes núcleos industriais, principalmente os de petróleo e derivados, pressionam governos e outros segmentos, a não investirem na pesquisa em tecnologia limpa e barata.
No momento que a bateria morrer o carro morre junto. Mas não creio que em 10 anos a bateria morra de dar zero carga. Acredito que tal qual celular possa ter reduzida a capacidade e eficiência. Do contrário, realmente morre a bateria e morre o carro junto.
Não esqueçam da vida útil da Bateria, a Toyota fala em 10 anos, com um custo aproximado de R$ 50 mi….isso tem que entrar na conta.