Texto e fotos: Gustavo de Sá, de Campinas (SP)
A JAC apresentou a reestilização do SUV T5, agora rebatizado como T50 (seguindo a nomenclatura inaugurada pelo T40). Com novidades no visual, na cabine e na mecânica, o T50 chega este mês em duas versões, com preço inicial de R$ 83.990 – a versão anterior do então T5 CVT partia de R$ 76.990.
O T50 possui 4.345 mm de comprimento, 1.765 mm de largura, 1.640 mm de altura e 2.560 mm de distância entre eixos. Para efeito de comparação, ele é 75 mm mais comprido, 5 mm mais alto e 15 mm mais estreito que umHyundai Creta.
O modelo aposenta o motor 1.5 flex de 127 cv (E) para adotar o mesmo 1.6 16V utilizado no T40 CVT, somente a gasolina. Ele produz 138 cv a 6.000 rpm e 17,1 kgfm a 4.000. O câmbio é sempre automático do tipo CVT, com simulação de seis marchas. De acordo com dados de fábrica, o T50 acelera de zero a 100 km/h em 11,3 segundos e chega à máxima de 198 km/h.
Preços, equipamentos e versões
O JAC T50 estreia em duas versões, chamadas de Pack 2 (R$ 83.990) e Pack 3 (R$ 87.990). Desde a configuração de entrada, o SUV da JAC vem recheado de fábrica, com controles de estabilidade e tração, assistente de subida em rampas, sensor da pressão dos pneus, chave presencial, faróis com regulagem elétrica de altura, luzes dianteiras e traseiras de neblina, rodas de liga leve de 16 polegadas, computador de bordo, volante multifuncional, ar-condicionado digital, central multimídia com tela de 8 polegadas, sensores de estacionamento frontais e traseiros e engates Isofix para cadeiras infantis.
A versão de topo (Pack 3) acrescenta sistema de visão 360° (4 câmeras), rebatimento elétrico dos retrovisores, volante e bancos revestidos em couro, luzes de rodagem diurna em LED, rack de teto, controle de cruzeiro, compatibilidade da central multimídia com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto, antena estilo “barbatana de tubarão” e pinças de freio pintadas de vermelho.
Na lista de versão de topo, falta sentida é a da presença de mais airbags (laterais e de cortina), já que o T50 oferece apenas os obrigatórios frontais.
O T50 será vendido nos tons preto, vermelho, branco, cinza, marrom e prata, com opção de teto envelopado na cor preta.
Impressões ao dirigir
No test-drive promovido pela JAC, saímos de São Paulo rumo a Campinas com três jornalistas a bordo de cada carro. No percurso, o T50 impressionou pelo acerto dinâmico aprimorado em relação ao antecessor, com a suspensão cumprindo bem o papel de filtrar as irregularidades do solo . Segundo a JAC, toda a suspensão (do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção, na traseira) ganhou componentes novos e calibração específica para o nosso mercado.
Outro ponto positivo é a direção (com assistência elétrica), que ganhou relação mais direta e mais “peso” em altas velocidades. Neste ponto, o T50 agrada mais que o irmão T40.
Já o conjunto motor e câmbio mostra-se apenas razoável para o porte e peso do T50 – na balança, o SUV acusa 1.320 kg (enquanto o T40 CVT possui 165 kg a menos). Com isso, o desempenho em acelerações e retomadas fica longe de tirar o fôlego, mesmo com o esforço do câmbio CVT em procurar a rotação ideal para extrair o máximo do motor.
O isolamento acústico é satisfatório, com pouca invasão de ruídos aerodinâmicos e do motor em velocidades de cruzeiro. A 120 km/h, o motor gira a cerca de 3.000 rpm.
Interior reprojetado
O ponto alto do T50 é a cabine, que foi completamente reformulada – a única peça em comum com o antigo T5 são as maçanetas internas cromadas. O painel agora tem linhas mais horizontais que reforçam a impressão de largura e espaço no interior. A tela da central multimídia (com desenho semelhante à do Peugeot 3008) fica agora em posição flutuante, mais próxima do campo de visão do motorista.
Há apliques em couro sintético na parte superior do painel e nas portas, além de bancos e volante na versão de topo avaliada. O espaço na cabine é satisfatório, com boa amplitude para as pernas no banco traseiro. O porta-malas comporta bons 600 litros de volume, segundo a JAC. Ponto a melhorar é a visibilidade: com colunas A (dianteiras) e C (traseiras) bastante largas, o T50 exige atenção redobrada do motorista com outros veículos, pedestres e objetos nos pontos cegos.
O T50 representa a segunda fase do reposicionamento da JAC, iniciado com a chegada do T40, com foco no aumento da oferta de SUVs. Ele é uma opção atraente em relação aos concorrentes, como Nissan Kicks SV (R$ 89.490), Honda WR-V EXL (R$ 86.200) e Jeep Renegade Sport (R$ 83.990). O novo modelo da JAC supera os citados por ampla margem em equipamentos de comodidade. Desta forma, o T50 é uma opção adequada para quem procura conforto, espaço no porta-malas e não considera desempenho como prioridade.
Painel lembra BMW