No lançamento e test-drive do Ford Fiesta EcoBoost, realizados entre segunda e terça-feira (27 e 28) no interior de São Paulo, o assunto era um só: o preço. Com o pacote topo da gama 2017 (versão Titanium Plus), o compacto com motor 1.0 turbo a gasolina, tricilíndrico, que entrega 125 cv e 17,3 kgfm, custa R$ 71.990.

Isso mesmo: R$ 72 mil por um carro que mal chega aos 4 metros de comprimento e que está na mesma geração desde 2009. E, ainda por cima, com motor… um-ponto-zero. Que absurdo!

Ford Fiesta EcoBoost 2017: por fora, nada muda
Na verdade, os números do EcoBoost 1.0 são melhores que os do Sigma 1.6, a outra opção de motorização para a versão top do Fiesta (a R$ 70.690, ou seja, é R$ 1.300 mais barato). Argumentar contra o preço do Fiesta com base no tamanho do motor é uma bobagem.

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A curva de torque oferecida pelo EcoBoost é praticamente plana entre 1.400 rpm e 4.500 rpm, com entrega constante de cerca de 90% da força total — o Sigma 1.6 gera 15,8 kgfm a 5.000 rpm. Isso significa que o Fiesta com esse “motorzinho” está sempre disposto nas saídas, ultrapassagens e retomadas. A otimização da combustão por meio do ar pressurizado também permite menos trabalho e mais resultados: a 140 km/h o conta-giros do Fiesta EcoBoost aponta baixas 3.000 rpm. É um carro muito gostoso de guiar.

E econômico, também: segundo medições do Inmetro, o Fiesta faz 12,2 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada (ante 11,2/14,9 km/l com o Sigma 1.6).

Linha 2017 do Fiesta vai de R$ 51.990 a R$ 71.990
O câmbio é o Powershift, o automatizado de seis velocidades que já deu muita dor de cabeça em proprietários de Fiesta e Focus mais antigos. A Ford garante que todos os problemas foram corrigidos, mas mesmo assim prefere esconder o nome da transmissão — não só no carro em si (não há mais o emblema alusivo ao câmbio), como também na apresentação à imprensa especializada. Essa “operação abafa” já ocorrera no lançamento do Focus. 

O preço do câmbio Powershift, quando se pode optar por ele, subiu de R$ 4.600 para R$ 6.200 na linha 2017 do Fiesta.

Entre outras coisas, o Fiesta deve uma câmera de ré 
SEM DILEMA
Basicamente, escolher entre um Fiesta Titanium Plus EcoBoost e um Fiesta Titanium Plus 1.6 é jogo jogado: o primeiro é muito melhor. O problema do preço alto é da versão e de seu pacote de equipamentos que traz, entre outros itens, sete airbags (inclusive para o joelho do motorista), partida keyless por botão, controles de tração e estabilidade e revestimento da cabine em couro. No entanto, a ausência de um sistema multimídia com tela tátil (que deveria também trazer uma câmera de ré) clama aos céus. Até mesmo um teto solar cairia bem num carro pequeno de R$ 72 mil.

Quem estudar os rivais do Fiesta — vale dizer, compactos com motor de 1 litro sobrealimentado até 1,6 litro aspirado — também vai notar que a performance do carro da Ford é inquestionavelmente superior. Ele deixa Volkswagen up! TSI e Hyundai HB20 Turbo para trás por larga margem (ambos são bicombustíveis); também não dá chance ao VW Fox.

Com turbo e injeção direta, “motorzinho” 1.0 de três cilindros, como se vê, é tudo de bom. O problema é o preço do carro em que ele está.

Números fornecidos pela Ford
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Ford oferece pacote de revisões e extensão da garantia
A Ford resolveu apostar em duas estratégias para tornar o Fiesta mais atraente para compradores que, provavelmente, vão se assustar com o preço do compacto. Uma delas é bem conhecida: oferecer taxa zero no financiamento do carro zero-quilômetro. A entrada é de 60% do valor, e as parcelas são 18 no caso do EcoBoost e 24 para o restante da gama.

Outra é criativa: vender pacotes fechados de revisões e extensão da garantia, que podem ser adquiridos na hora de fechar o negócio na concessionária. Por R$ 2.500, o cliente paga as quatro primeiras revisões do Fiesta e ganha um ano extra de garantia total, que passa a ser de quatro anos. Se puder desembolsar R$ 3.000, já ficam pagas as cinco primeiras revisões, e os anos extras de garantia são dois — o Fiesta terá cinco anos de proteção.

Viagem a convite da Ford

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