No mundo dos esportes, freestyle é uma palavra utilizada para definir um estilo diferente a ser escolhido pelo competidor. Na música, o termo é comumente usado para se referir a um tipo de rap feito na hora, sem ensaio. Para a Ford, porém, freestyle não é significado de improviso: a expressão dá nome à versão mais vendida do EcoSport, que estreou em agosto com modificações no visual, interior, motor e câmbio.

Dianteira ganhou novos faróis, grade e para-choques na linha 2018

Em relação à configuração topo de linha Titanium, a Freestyle traz itens exclusivos, como grade, retrovisores, maçanetas e rodas de 16 polegadas na cor cinza. A principal estrela, porém, é o novo motor 1.5 de três cilindros da família Dragon, que gera 137 cv de potência e 16,1 kgfm de torque com etanol. Para efeito de comparação, o motor 1.6 Sigma com duplo comando variável que equipava o antigo EcoSport produz até 131 cv e 16,1 kgfm.

No Brasil, Ford optou por manter o estepe fixado à tampa traseira

O 1.5 traz tecnologias para melhorar a eficiência, vibrações e nível de ruídos característicos dos três cilindros, como árvore balanceadora com mancais hidrodinâmicos, correia dentada imersa em óleo, duplo comando de válvulas com variador de fase independente e virabrequim deslocado da linha de centro. As soluções cumprem o objetivo de não transmitir vibrações em excesso à cabine.

Lanternas têm mesmo desenho desde a estreia da atual geração, em 2012

O câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift foi substituído por um automático convencional com conversor de torque e seis marchas. A nova caixa tem óleo projetado para durar toda a vida útil do veículo, sem necessidade de troca.

Versão Freestyle traz rodas, capa dos retrovisores e maçanetas na cor cinza

Na pista

Apesar do torque idêntico com etanol, o novo três cilindros entrega maior força em baixas rotações quando comparado ao antigo 1.6, o que garante mais agilidade em uso urbano. Na prova de 0 a 100 km/h, o EcoSport 1.5 registrou 11s7 (o Freestyle 1.6 com câmbio Powershift fez a mesma prova em 11s4).

Com materiais mais refinados, interior deu um salto em qualidade percebida

Nos ensaios de retomada, a versão 1.5 também ficou ligeiramente para trás. As passagens de 40-100/60-120/80-120 km/h foram feitas, respectivamente, em 9s4/13s3/9s4. O modelo anterior cumpriu as mesmas provas em 8s4/11s8/9s3.

A concepção mais moderna do novo 1.5, porém, garantiu melhores médias de consumo com etanol. Registrou 7,2 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada (o antigo motor fez 6,8 km/l e 10,7 km/l nos mesmos regimes).

Quadro de instrumentos agora tem computador de bordo com tela colorida

Qualidade percebida

Se por fora as mudanças foram discretas, o mesmo não pode ser dito do interior. A Ford trabalhou para aumentar a sensação de qualidade percebida. Um exemplo disso é o revestimento do painel, que agora tem superfície macia ao toque. Os botões de comando do ar-condicionado e de acionamento dos faróis também são de material emborrachado, de melhor qualidade. O volante agora tem acabamento integral em couro – no modelo anterior, apenas as laterais eram revestidas.

Compacto, novo motor 1.5 três cilindros entrega 137 cv com etanol

Os novos bancos dianteiros têm mais apoio para as coxas e, nesta versão, trazem revestimento que mescla tecido e couro. Os traseiros tiveram o sistema de rebatimento revisto. Junto a uma nova bandeja com três níveis de ajustes no porta-malas, é possível formar uma superfície plana em toda a cabine para transportar objetos volumosos.

Linha 2018 do EcoSport traz 7 airbags desde a versão de acesso, SE manual

Uma das características que chama a atenção ao dirigir o EcoSport 2018 é o silêncio a bordo. A 80 km/h, nosso decibelímetro registrou 60,6 decibéis de ruído na cabine – redução de 3,3 dB em relação à antiga versão. Essa melhora pode ser atribuída a mudanças como aperfeiçoamento do coeficiente aerodinâmico e para-brisa acústico, entre outras.

Mais equipado

O EcoSport 2018 possui três opções de acabamento e, em novembro, ganhou o primeiro aumento de preços. A configuração SE, que partia de R$ 73.990, agora custa R$ 76.990. A Freestyle, por sua vez, foi de R$ 81.490 para R$ 82.490. Ambas vêm com o novo motor 1.5 e câmbio manual de cinco marchas. A caixa automática pode ser adquirida em ambas por R$ 6 mil extras (aumento de R$ 1 mil em relação ao lançamento, em agosto). Equipada com motor 2.0 de 175 cv e câmbio automático, a topo de linha Titanium teve o preço elevado de R$ 93.990 para R$ 95.890.

Sem mudar de geração, EcoSport manteve quase todas as medidas do modelo anterior

Com a reestilização, o SUV compacto da Ford passará a ser vendido em mais de 140 países. Essa é uma estratégia que possibilitou a oferta de mais equipamentos, uma vez que os custos de desenvolvimento e produção acabam divididos entre as filiais da empresa pelo mundo.

Desde a versão básica SE manual, o EcoSport traz de série um elogiável pacote de itens de segurança, formado por sete airbags, sistema anticapotagem, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, sistema de monitoramento da pressão dos pneus e engates Isofix para bancos infantis.

Completam a lista de itens de série a central multimídia SYNC 3 com tela sensível ao toque (de 6 polegadas no SE e 8 nas versões Freestyle e Titanium), volante em couro com comandos de som, sensor de estacionamento traseiro e grade frontal com controle ativo.

> Confira os números de teste do Ford EcoSport Freestyle:

 

*Texto publicado originalmente na edição 286 (agosto/2017) da revista CARRO. Preços das versões foram atualizados em relação à data de publicação no site.

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