Argo Trekking é mais barato que todos os concorrentes e tem desempenho surpreendente

Há 20 anos a Fiat lançou a onda de “aven­tureiro urbano” com o Palio Weekend Ad­venture. Na época, a perua custava R$ 27 mil. De 1999 até 2019, inúmeros modelos com esse apelo foram lançados e hoje te­mos mais de dez no mercado, principalmente no segmento de hatches.

O mais novo integrante deste grupo é jus­tamente da marca que criou essa tendência e que não perde a oportunidade de “aventurar” seus modelos. A bola da vez é o novo Fiat Ar­go Trekking com sua mecânica mais divertida, em minha opinião, o motor 1.3 Firefly, de câmbio ma­nual de 5 marchas, que chega para brigar direta­mente com Chevrolet Onix Activ (R$ 62.290), Ford Ka FreeStyle (R$ 67.840), Hyundai HB20X (R$ 63.990) e Renault Sandero Stepway (R$60.790). Entre todos os concorrentes, o Argo Trekking é o mais barato, partindo dos R$ 58.990.

Visualmente, a nova versão traz muitas mu­danças e detalhes em preto. A dianteira ganhou adesivo preto no capô, logo preto na grade e luzes diurnas de assinatura em LED. As laterais têm faixas decorativas, adesivo com o logotipo “Trekking”, saias, moldura das rodas e retroviso­res pretos, e rodas de 15 polegadas com pneus 205/60R15 de uso misto. A traseira recebeu uma faixa decorativa na parte inferior da tampa do por­ta-malas, o logotipo da Fiat e o nome Argo são em preto e possui também o adesivo com o nome “Trekking”, o aerofólio é preto, escapamento da versão HGT e aplique plástico no para-choque. O teto vem de série com adesivo preto e barras da mesma cor.

Por dentro, a cabine é toda em cinza escuro, com exceção do teto que é preto, os bancos de tecido têm costura laranja e “Trekking” bordado, tela da central multimídia de 7 polegadas, com emparelhamento de Apple CarPlay e Android Au­to, saídas de ar cromadas, e, assim como por fo­ra, o volante também tem o logotipo da Fiat em preto.

De série, a versão tem como destaque direção com assistência elétrica, ar-condicionado, vidros e travas elétricas nas quatro portas, a já mecionada central multimídia, retrovisores com ajuste elétrico, sensor de estacionamento traseiro, suspensão elevada, pneus de uso misto e faróis de neblina.

Como opcionais, a fabricante oferece dois itens: rodas de liga leve aro 15, por R$ 1.590, e câmera de ré, por R$ 700, elevando o preço final do carro para R$ 61.280.

O Argo Trekking é o mais barato em comparação com seus principais concorretes, saindo de fábrica por R$ 58.990, pode chegar até R$ 61.280 com os opcionais

Em 2019, o Argo fechou o primeiro trimestre do ano em 6° lugar no ranking geral do merca­do brasileiro, segundo dados da Fenabrave, com 11.088 emplacamentos.

Aventureiro em ação!

Em relação a motor, a versão não teve nenhum acréscimo de potência, continuando com os mes­mos 109 cv de potência a 6.250 rpm, e 14,2 kgfm de torque a 3.500 rpm, com etanol no tanque. Mas na engenharia, o Trekking teve mudança. Em relação à versão Drive 1.3, o aventureiro ganhou significantes 40 mm de elevação da altura de ro­dagem, sendo 22 mm dos pneus de uso misto e 18 mm das novas molas e amortecedores. Com­parando o aventureiro urbano com a opção Drive, o vão livre do solo foi de 170 mm, para 210 mm, e os ângulos de entrada e saída foram de 18° e 31° para 21° e 34°, respectivamente.

Esses números realmente fizeram diferença na na rodagem, dando maior conforto, dinamismo e deixando nítida a maior altura do solo.

O carro faz curvas com muita segurança e sem dar sustos com aquela sensação de “esca­par da pista”, evidenciando o bom trabalho de engenharia para manter boas características de dirigibilidade e estabilidade, apesar do grande aumento da altura de rodagem.

Como bom aventureiro e para testar a efici­ência do pneu de uso misto, colocamos a ver­são na terra para saber seu comportamento. O resultado foi mais do que surpreendente, o car­ro filtrou bem as irregularidades do solo e tam­bém passou muita segurança em curvas.

O motor continua muito bem acertado e li­geiro, reforçando ainda mais o que foi dito no começo da reportagem: “É a motorização mais divertida do Fiat Argo”. Em termos de desem­penho, a versão Trekking ficou alguns milésimos abaixo do Drive, como na aceleração de 0 a 100 km/h, que foi feita em 11s9, registrando 0s4 a mais que o Drive para atingir a marca. Em com­pensação, na frenagem o Trekkig foi superior. Usando a mesma marca como comparativo, ro­dando a 100 km/h, o aventureiro demorou 43,3 m para frear totalmente, já o Drive fez o mesmo em 43,4 m.

Por seu visual e pelo bom comportamento, é possível arriscar que o Fiat Argo Trekking chega forte no mercado e deve atrair muito cliente que está em busca de um veículo com essa propos­ta de aventureiro urbano.

CONCLUSÃO

O comportamento do Trekking foi surpreendente. Normalmente esperamos apenas mudanças visuais em carros com apelo “aventureiro urbano”, mas com o Argo foi deiferente. A elevação na al­tura da suspensão e o pneu de uso misto de­ram personalidade ao hatch, mostrando que ele deve chegar forte no mercado, ainda mais partindo dos R$58.990. A tacada certeira foi colocar a versão com o motor 1.3 de câmbio manual. Senti falta de controle de estabilidade e de tração, que pode ser achado na concor­rência, mas, no cojunto da obra, o cliente do Fiat Argo terá uma ótima opção.


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