Temos discutido a eletrificação como uma grande tendência da mobilidade, favorecendo eficiência e emissões. Mas quais são as quatro principais tecnologias e tendências que devemos estar atentos?
A primeira tecnologia envolve os Veículos Híbridos Elétricos (Hybrid Electric Vehicle – HEV). Alguns exemplos no Brasil são Lexus CT200h, Toyota Prius, Ford Fusion Hybrid e Corolla Altis Hybrid. Contam com dois sistemas de propulsão complementares (combustão + elétrico). Não são carregados na rede elétrica, mas por meio dos freios regenerativos e do motor a combustão. Os veículos citados são do tipo full hybrid, em que a tração pode ser unicamente elétrica, a combustão ou combinada, buscando a maior eficiência para a condução pretendida (consumos típicos acima de 15 e podendo ultrapassar 20 km/l). Ao leitor, vale pesquisar as variantes dos híbridos: micro hybrid, mild hybrid e full hybrid (série, paralelo ou misto).
A segunda envolve os Veículos Híbridos Elétricos Plug-In (Plug-in Hybrid Electric Vehicle – PHEV). Podem ser recarregados na rede elétrica e, portanto, possuem baterias com maiores autonomias em relação aos HEV. Exemplos no Brasil incluem Golf GTE, Panamera E-Hybrid, Volvo XC60 T8 Hybrid, BMW i8 e 530e.
A terceira contempla os Veículos Elétricos a Bateria (Battery Electric Vehicle – BEV). Possuem propulsão exclusivamente elétrica e recarga na rede, com baterias de grande capacidade. Custam mais, mas o valor do km rodado pode ser inferior à metade de um HEV, com autonomia se aproximando dos 500 quilômetros e com “zero emissões” (sendo ideal usar energias limpas ou renováveis). Exemplos no Brasil incluem Nissan Leaf, Renault Zoe, JAC iEV 40, Chery Arrizo 5e e Chevrolet Bolt. Teslas são BEVs.
Por fim, existem os Veículos Elétricos a Célula de Combustível (Fuel-cell Electric Vehicle – FCEV). Nesse caso, não há bateria de alta capacidade, mas uma célula a combustível alimentada por hidrogênio (ou outro combustível como bioetanol tratado por um reformador), a qual gera energia para os motores elétricos com um único subproduto: água. Embora não disponíveis à venda no Brasil, alguns exemplos são o Hyundai Nexo, Honda Clarity e o Toyota Mirai.
As tecnologias híbridas (HEV e PHEV) e elétricas (BEV) são maduras e os avanços atuais envolvem novos combustíveis e eficiência dos propulsores no primeiro caso, assim como (no geral) plataformas dedicadas e a química das baterias. Representaram 0,025% da frota brasileira em 2018 (11 mil unidades), tendendo a 5% em 2030 segundo o BCG, o que significa 2 milhões de veículos e 400 mil pontos de recarga – batalhemos pela infraestrutura e energias limpas/renováveis.
No mundo, estudos da IEA indicam cenários entre 15 a 30% até 2030, sendo que o crescimento em 2018 foi 63% superior a 2017, ultrapassando os 5 milhões de veículos (45% China; 24% Europa; 22% EUA). Os FCEVs ainda custam o dobro dos demais, possuem poucos pontos de recarga (centralmente nos EUA e Alemanha) e muita pesquisa em andamento para ganho de escala. Por outro lado, recarga de menos de 5 minutos e autonomia de 500 a 650 km representam grande potencial para as próximas décadas.
Ou seja, estamos experimentando os híbridos, desejando os elétricos e curiosos sobre a célula a combustível. Monitoremos! Até a próxima!
Gustavo Donato é doutor em engenharia, professor titular e reitor da FEI (https://portal.fei.edu.br)
Gustavo, ambos somos Feianos. Eu seguramente um pouco mais antigo q vc. Mas sou um entusiasta a respeito de Recuperação Energética de Resíduos.
Num primeiro momento, atentei para o RSU para produção de energia, cujo o foco é o saneamento.
Mas do RSU vamos para os demais resíduos que podem ser urbanos ou rural, sólidos ou líquidos, industrial/comercial ou residencial.
E numa dessas vertentes, me encontro com o aproveitamento do resíduo agrícola-pecuário para a produção de biogás que serve para energia, bem como a mobilidade (biometano e H2) que servem ao monitoramento q vc menciona ao final.
Ou seja, por onde começamos?
Abraços…