Foto: arquivo Revista o mecânico/Revista Carro

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Já ouviu falar que você pode trocar pastilha de freio sem substituir o disco? Pois, muito cuidado com essa afirmação. Na hora de se fazer a manutenção do veículo, tem um erro que é muito comum: instalar pastilhas novas em discos velhos, sem retífica. Pastilhas novas sempre devem trabalhar em discos com superfícies perfeitamente planas, retificadas ou usinadas.  

Com um disco de freio retificado, ou mesmo novo, o assentamento total das pastilhas novas com a superfície de atrito vai ocorrer entre trezentos e quinhentos quilômetros, no máximo. 

Mas se você for ver um disco que já rodou mais de 20 ou 30 mil quilômetros, você vai perceber que ele já formou uma rebarba em sua extremidade. A profundidade da rebarba é justamente o material que se desgastou do disco.  

 

Foto: arquivo Revista O Mecânico/Revista Carro

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Você vai perceber também que a superfície do disco não vai estar totalmente plana. Vai ter um relevo com sulcos e ranhuras justamente na área de contato com a pastilha velha. 

São justamente essas irregularidades que impedem fazer a troca apenas da pastilha sem se mexer no disco. Esse desgaste prejudica o assentamento da pastilha nova porque a área de contato vai ser menor, e vai causar uma série de problemas. Entre eles, o famoso ruído.  

Se o disco estiver empenado, então, além do ruído, o motorista quase certamente vai sentir trepidação no pedal, ou mesmo, vai sentir o pedal “borrachudo”. O que vai gerar uma sensação de insegurança ao se pisar no freio.

Leia maia: Freios: Segurança na ponta do pé

 

Foto: arquivo O Mecânico/Revista Carro

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Vale a pena retificar o disco de freio? 

 

Para corrigir essas irregularidades da face do disco, muitas oficinas utilizam o recurso de retífica ou usinagem, deixando o disco novamente com uma face plana para ser utilizado com um par de pastilhas novas.   

Só que pra saber se o disco pode ser retificado, é necessário conhecer a medida mínima de espessura determinada pela fabricante. Esse valor, geralmente, está gravado na própria peça e determina seu limite seguro de uso.  

 

Foto: arquivo Revista o Mecânico/Revista Carro

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Por exemplo, se a espessura mínima de um disco for 20 milímetros, ele não pode ser reinstalado no veículo se após a retífica ele ficou mais fino do que isso. E todas as fabricantes de disco são taxativas: não há tolerância. Afinal, estamos falando de uma peça de segurança. 

O que acontece se você instalar um disco retificado abaixo da espessura mínima? Basicamente, você vai trabalhar com menos material do que ele deveria, o que vai afetar a troca de calor, deixando os freios mais quentes. E se o freio trabalhar superaquecido, vai acontecer o fading, ou seja, a perda de eficiência de frenagem por conta do excesso de calor. 

 

Foto: arquivo Revista O Mecânico/Revista Carro

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Como consequência desse superaquecimento constante, pode haver o empenamento do disco, trincas e, em casos extremos, até a quebra do disco porque a peça vai ter menos resistência mecânica a todo esse esforço. 

Portanto, não economize: se os discos de freio estiverem no limite do desgaste, prefira fazer a troca. E sempre faça a troca dos componentes de atrito nas duas rodas ao mesmo tempo. E também não se esqueça do fluido de freio, que é muito importante para o sistema.

Leia mais: Quando devo trocar o fluido de freio?

 

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