O antigo Chevrolet Cruze era o único automóvel de passeio nacional da GM que possuía um motor projetado neste século e se firmou como um dos sedãs médios mais vendidos do Brasil, atrás dos modelos das japonesas Toyota, Honda e Nissan. 

Design da nova geração foi inspirado nos esportivos americanos

Mas o tempo e a concorrência são cruéis para os automóveis, e o Cruze precisou melhorar. A GM buscou a evolução em casa e trocou o visual (e parte do desenvolvimento) de origem asiático da primeira geração por um projeto americano.

O resultado é um sedã com desenho menos tradicional, com linhas pronunciadas por toda a carroceria e um ousado teto posterior inclinado, acompanhando a tendência de “sedãs fastback”.

Regras de emissões mais rigorosas e um empurrãozinho do Inovar-Auto no Brasil também mudaram o coração do novo Cruze. Sai o atual, mas pouco eficiente 1.8 Ecotec de 144 cv, e entra o novo 1.4 turbo de 153 cv com start-stop. O câmbio automático de seis marchas é o mesmo, mas atualizado para lidar melhor com a potência extra – o manual deixa de ser oferecido. Além de mais potente, o Cruze é 106 kg mais leve no pacote LTZ. Naturalmente, o desempenho do modelo impressiona: nossa prova de 0 a 100 km/h foi cumprida em 8s4, valor que coloca o novo Cruze como o segundo sedã médio mais rápido do país, atrás apenas do foguete Jetta 2.0 TSI, que tem 211 cv.

Interior está mais moderno e tecnológico, mas ainda abusa dos plásticos

A generosa carroceria ficou levemente maior na segunda geração. São 6,2 cm extras no comprimento, 0,9 cm na altura, 1,7 cm na largura e 1,5 cm no entre-eixos. Na prática, os ganhos não são tão perceptíveis, mas deram margem para a GM fazer concessões ao design.

A coluna central inclinada é um dos destaques do novo Cruze, mas não o único. As linhas laterais e a tampa do porta-malas dão a impressão que a traseira ficou mais alta, e os faróis com DRL de LED reforçam o visual esportivo.

Destaque desta geração é o carregador de celular por indução

O pacote de equipamentos é similar ao do Cruze atual e inclui sistema multimídia (sem GPS), sensor e câmera de ré, ar-condicionado digital, controlador de velocidade, airbags laterais e controle de estabilidade com assistente de partida em rampa na versão LT.

A LTZ soma GPS, chave presencial, DRL de LED e airbags de cortina entre os principais itens. Como novidade, o modelo passa a ter um pacote opcional chamado informalmente de LTZ II. Ele inclui os inéditos assistente de manutenção de faixa, alerta de colisão, carregador de celular por indução, sistema de estacionamento automático e indicador de distância (em segundos) do carro da frente.

Naturalmente, as adições se refletiram nos preços. O modelo agora se posiciona junto ao Corolla 2.0, e pode ultrapassar os R$ 100.000 no pacote mais caro. É a primeira vez que um sedã médio da GM chega a esse patamar – daí os novos equipamentos.

Novo Chevrolet Cruze 1.4

Modelo Preço antigo  Preço novo
Cruze LT R$ 81.190 R$ 89.990
Cruze LTZ I R$ 90.290 R$ 96.990
Cruze LTZ Plus Não existia R$ 107.450

O problema é que boa parte desses itens já é oferecida pela concorrência, e a segunda geração não tem só melhorias. É provável que os dez litros a menos no porta-malas (agora com 440 litros) e o tanque de combustível menor não incomodem, até porque, com consumo menor, a autonomia do sedã não foi prejudicada.

Medições realizadas no campo de provas da ZF-TRW, em Limeira (SP)

Mas um dos itens essenciais para esse consumidor é o acabamento, e o novo Cruze retrocedeu nisso. Ainda há materiais emborrachados e couro, mas o novo desenho do painel permite alguns descuidos na montagem da cabine. A sensação é que o antigo sedã feito em São Caetano do Sul, SP, é mais bem construído que o novo, agora produzido em Santa Fé, na Argentina. Só que, mais do que mudar a origem, o novo Cruze tem como desafio superar a concorrência. Saiba se ele é capaz disso a seguir.

Chevrolet Cruze 1.4 Turbo LTZ chega às lojas esse mês

HATCH ESTÁ CONFIRMADO, MAS REPLETO DE INCERTEZAS
A GM do Brasil não deu detalhes sobre o novo Cruze cinco portas, mas fontes da fábrica confirmaram que o modelo será exibido no Brasil ainda neste ano. Ele também será feito na Argentina, com o mesmo conjunto mecânico do sedã. O sucessor do Sport6 (não se sabe se o nome será mantido) será uma das atrações do Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro. Sua chegada às lojas no Brasil, porém, deve ocorrer apenas no início do ano que vem.

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