Às vezes deixado de lado, filtro de ar em más condições traz graves consequências ao motor

Ficar doente nunca é legal. Quem é alérgico sabe muito bem o quanto é incômodo conviver com a respiração dificultada. Quando se está nesta situação, recorre-se a todo tipo de método para se sentir melhor e, quando isso é alcançado, a sensação de alívio é incomparável. Agora, você sabia que seu carro passa por situação parecida? Pois é, muita gente não sabe a verdadeira função do filtro de ar do motor e, por isso, relega sua troca o que provoca uma série de malefícios para o conjunto.

Função importante

O filtro de ar tem o papel de ser um protetor para o motor, pois impede a entrada de contaminantes nos cilindros, como poeira, fuligem, areia e até água, em diminutas quantidades. Com isso, além de garantir que o ar admitido esteja isento de partículas nocivas, controla a quantidade de oxigênio que irá para a câmara de combustão.

Para cumprir essa missão, normalmente, o filtro é composto por um papel plissado microporoso – como uma sanfona – por onde o ar tem sua passagem forçada, que retém os compostos indesejados. Pode ser construído também em material sintético, têxtil ou algodão, dependendo da aplicação, mas com a mesma responsabilidade.

Suas laterais, geralmente, possuem uma estrutura rígida que lhe confere a forma para se encaixar hermeticamente em seu compartimento no sistema de admissão de ar do motor. “Motores diesel pesados costumam contar com um sistema de dupla filtragem. Ou seja: além do filtro de papel (primário) o ar passar por uma segunda filtragem por um filtro de composto por material têxtil parecido com feltro (secundário)”, explica o Engenheiro mecânico Fernando Landulfo, professor da escola de engenharia da FMU.

Um mau e um bom filtro

Um elemento filtrante que não esteja cumprindo sua missão acarreta em problemas sérios ao motor do veículo. O primeiro sintoma que o proprietário detecta quando o filtro não está cumprindo seu papel é que o o carro perde o fôlego. Este é um indício de que o sistema de admissão de ar pode estar obstruído, muito provavelmente pela existência de um filtro saturado.

Outro sintoma comum é o aumento do consumo de combustível. A filtragem ruim gera queimas ineficientes no motor e levam o proprietário a “sentir no bolso” as cada vez mais constantes visitas ao posto de gasolina.

Se um mau filtro é aquele que obstrui a passagem de ar para o motor, um bom filtro é aquele que permite sua passagem sem restrições? Não. O segredo neste caso está no equilíbrio. Se a passagem de ar fosse liberada, as impurezas também passariam e o excesso de ar também provocaria instabilidade na queima.

“A restrição provocada pelo filtro de ar é prevista pelos projetistas do motor. Logo, em hipótese alguma, o mesmo deve ser removido”, acrescenta Landulfo. Portanto, o segredo do sucesso está em realizar a troca rigorosamente no prazo estipulado pelo fabricante do veículo, exceção feita para veículos que trafegam em ruas de pouca ou nenhuma pavimentação. Nestes casos, é considerado uso severo e a substituição do componente deverá ocorrer na metade do tempo aconselhado.

E para trocar?

Não há segredo. O filtro, normalmente, fica localizado dentro de uma caixa plástica, em cima ou ao lado do motor. Na maioria das vezes esta caixa é fechada por travas simples, mas há caso em que possam existir parafusos combinados às travas ou até somente parafusos para a vedação.

Removendo-os, dá para se ter acesso ao filtro de ar. Basta retirá-lo e, em seu lugar, instalar o elemento filtrante novo. Não esqueça de fechar corretamente a caixa de ar, pois entradas de ar fora da calibração correta (as famosas entradas de ar falso) também podem causar falhas no funcionamento do motor. “É também importante limpar a parte interior da caixa do filtro de ar, na hora da troca do elemento”, finaliza Landulfo.

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