Agora com motor 2.0, Kia Cerato evolui em visual, desempenho e segurança na quarta geração

O Kia Cerato sempre teve como principal bandeira a boa relação custo-benefício na categoria dos sedãs médios. Porém, o “calcanhar de Aquiles” do coreano era o desempenho. Enquanto os concorrentes traziam motores 1.8 e/ou 2.0, ele ficava atrás ao dispor apenas de motor 1.6. A “dívida” do Cerato é paga com a estreia no Brasil da quarta geração do sedã, que chega com motor mais potente, um 2.0 de 167 cv.

O três-volumes estreia em duas versões: EX (R$ 94.990) e SX (R$ 104.990). Desde a de entrada, o pacote de segurança é bem recheado, com seis airbags, controles de estabilidade e tração, assistente de saída em rampas e freios a disco também na traseira. Ele traz ainda luz de rodagem diurna em LED, monitoramento da pressão dos pneus, central multimídia com tela tátil de 8 polegadas e câmera de ré. As rodas são sempre de 16 polegadas, com pneus 205/60R16.

A topo de linha SX (modelo das fotos) acrescenta ar digital de duas zonas, bancos em couro com três níveis de aquecimento para motorista e passageiro, chave presencial, partida do motor por botão, retrovisores externos com aquecimento e interno do tipo eletrocrômico, lanternas em LED, antena no teto do tipo “barbatana de tubarão” e detalhes cromados ao redor das janelas.

Inspirado pelo Stinger GT

A quarta geração do Cerato aposta em traços mais retilíneos que o antecessor, claramente inspirados no “irmão” Stinger GT. O sedã médio cresceu 80 mm no comprimento (4.640 mm ao todo), 20 mm em largura (1.800) e 5 mm na altura (1.440), enquanto a distância entre eixos permaneceu a mesma (2.700). O balanço traseiro 60 mm maior fez o porta-malas saltar de 421 litros no antecessor para ótimos 520 litros no atual. O vão livre do solo ficou 30 mm menor, com 135 mm ao todo.

O nível de utilização de aços de alta resistência na estrutura do Cerato passou de 34% para 54%. Segundo a Kia, a aplicação destes materiais mais nobres fez a carroceria perder 20 kg. Devido ao motor de maior cilindrada, entretanto, o peso total em ordem de marcha passou de 1.205 kg no antigo Cerato 1.6 para 1.283 kg neste 2.0.

Por falar em motor, o 2.0 do Cerato pertence à família Nu II e é o mesmo utilizado no Sportage. São 167/157 cv a 6.200 rpm e 20,6/19,2 kgfm a 4.200 rpm, sempre na ordem etanol/gasolina. O câmbio é automático de seis marchas, com opção de trocas manuais por meio da alavanca ou das borboletas no volante.

Nosso contato com o Cerato ficou restrito a poucas voltas na pista da Fazenda Capuava, em Indaiatuba (SP). Lá, o sedã mostrou boa disposição em acelerações, ainda que o câmbio tenha demonstrado indecisão em algumas passagens de marcha – comportamento semelhante ao visto no Creta 2.0, que compartilha a mecânica do grupo Hyundai-Kia. O novo Cerato estreia quatro modos de condução (Normal, Eco, Sport e Smart), que alteram os parâmetros da direção, câmbio, acelerador e ar-condicionado.

O comportamento dinâmico surpreendeu, com controle adequado da inclinação da carroceria nas mudanças de trajetória. A direção também apresenta peso correto e perde um pouco de assistência no modo Sport para sensação de maior controle. A Kia não divulga os números de desempenho.

O consumo de etanol, segundo dados do Inmetro, é de 6,5 km/l na cidade e 9,3 km/l na estrada. Já com gasolina no tanque, os valores são de 9,6 km/l em ambiente urbano e 13,1 km/l no ciclo rodoviário.

Na classificação do órgão, o Cerato ficou com a nota “C” na análise geral e também no segmento. O Cerato chega praticamente ao mesmo tempo em que os líderes do segmento (Corolla, Civic e Cruze) são renovados. A meta da Kia, no entanto, passa longe do volume emplacado pelos rivais que ocupam o pódio: com média de 400 unidades/ mês, a marca sul-coreana pretende alcançar 2% de participação no segmento em 2020.

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