Avaliação: Chevrolet Equinox ganha fôlego com motor 1.5 turbo

Motor 1.5 turbo estreia no Brasil entregando bom desempenho e economia no SUV, que ainda briga para conquistar um espaço de destaque

O Chevrolet Equinox tem a árdua tarefa de competir no mesmo segmento do Jeep Compass e Volkswagen Tiguan. E ele não está indo muito bem nesse aspecto. Enquanto o Compass começou o ano com 4.312 unidades emplacadas em janeiro e o Tiguan com 797 unidades, o Equinox teve 327, segundo dados da Fenabrave. A verdade é que o SUV da Chevrolet nunca decolou em vendas desde a sua chegada ao mercado brasileiro. Uma pena, porque não lhe faltam atributos para tanto. Agora na linha 2020, vem o reforço de um novo motor 1.5 turbo, que estreia aqui no Brasil.

Esse propulsor 1.5 turbo já equipa modelos lá fora como o sedã Malibu e, no Equinox, está disponível nas versões LT e Premier, além da Midnight – que se diferencia por trazer detalhes escurecidos em toda a carroceria, incluindo os logotipos. É exatamente a configuração Midnight a testada pela CARRO, custando R$ 131.990.

Além do visual diferenciado, a versão traz um pacote de equipamentos interessante, com um conjunto mecânico que empolga e justifica a classificação utilitário “esportivo”. Vamos explicar passo a passo.

Equipamentos de série

Com base na LT, o Equinox Midnight traz de série acendimento automático dos faróis, ar-condicionado dual zone, assistente de partida em rampa, chave presencial, banco do motorista com regulagem elétrica, faróis de xenônio com luz de rodagem diurna de LED, retrovisores com regulagem elétrica, seis airbags, freio de estacionamento eletromecânico, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro e dianteiro, monitor de pressão dos pneus e central multimídia MyLink com tela de 8″ e conexão Android Auto e Apple CarPlay.

Há ainda os itens exclusivos, como rodas aro 19″ escurecidas, grade frontal e emblema-logotipo Chevrolet também escurecidos e faróis de neblina com máscara negra.

Apesar do layout “all back”, restam alguns detalhes cromados no exterior, como nas molduras dos vidros. Acho que merece destaque o alerta de esquecimento no banco traseiro, algo que não está presente em todos os rivais.

Sentiu falta de algo? Diferente de Cruze e da família Onix, o Equinox ainda vai ficar devendo a conexão Wi-Fi, o que deve acontecer somente na sua reestilização. No mais, é um pacote bem atrativo e que, por esse preço, já traz seis airbags (no Jeep Compass, por exemplo, eles serão encontrados apenas na versão Limited, de R$ 149.990).

Por outro lado, se você é do tipo que usa as borboletas atrás do volante, é bom saber que no Equinox elas são inexistentes. Só é possível trocar as marchas manualmente em dois botões nada convencionais posicionados na manopla da alavanca de câmbio este estando na posição “L”.

Ficha técnica

As dimensões do Equinox são generosas: 4.652 mm de comprimento, 1.843 mm de largura, 1.697 mm de altura e 2.725 mm de entre-eixos. Por dentro, há bastante espaço para acomodar cinco pessoas tranquilamente, com três adultos atrás – não há opção de sete lugares.

No caso do motorista, também é fácil encontrar uma posição confortável para guiar graças aos ajustes elétricos do banco, mas que estão presentes apenas para o condutor.

O porta-malas tem capacidade para 468 litros, chegando a 1.627 litros com os bancos rebatidos. Porém, a tampa não possui acionamento elétrico, disponível apenas na configuração Premier. Por ser pesada, com as mãos carregadas, fica difícil fechá-la.

Por outro lado, merece elogio o bom acabamento interno, embora seja algo esperado de um carro que custe mais de R$ 130 mil. Bancos, volante e áreas do painel são revestidos de couro, com bastante material macio e agradável ao toque em toda a cabine. Há também saídas do ar-condicionado e entrada USB para quem viaja no banco traseiro.

Passando para o motor, ele é movido apenas a gasolina e entrega 172 cv de potência e 27,8 kgfm de torque máximo, acoplado ao câmbio automático de seis marchas. Conta com injeção direta e duplo comando de válvulas variável (admissão e escapamento). A tração nessa versão é dianteira – somente a topo de linha Premier tem tração integral. Vale lembrar, contudo, que a Premier também segue disponível com o 2.0 turbo (262 cv e 37 kgfm), com câmbio automático de nove marchas.

Impressões ao dirigir

Se você gostou do que viu até aqui, vai gostar ainda mais do desempenho do Equinox com esse novo motor 1.5 turbo. O torque máximo é entregue já a 2.500 rpm, com respostas muito rápidas aos comandos no pedal do acelerador. As trocas de marchas também são bem suaves e sem trancos, inclusive nas reduções.

Nos testes da CARRO na pista da ZF em Limeira (SP), fica nítido que mesmo sendo um SUV de 1.550 kg, o Equinox 1.5 turbo é bastante ágil. A aceleração de 0 a 100 km/h foi feita em 9s5 segundos. Nada mau. O motorista consegue fazer ultrapassagens sem susto e retomadas com rapidez, resultado de uma relação peso-potência de 9 kg/cv.

Por falar em retomadas, o modelo fez de 40 a 100 km/h em 6s9; de 60 a 120 km/h em 9s1; e de 80 a 120 km/h em 6s4. De novo, considerando o porte e o segmento, são ótimos resultados.

O nível de silêncio é bom, mérito do isolamento acústico. A 90 km/h o motor trabalha a 1.600 rpm; a 100 km/h em cerca de 1.800 rpm; e a 110 km/h gira a 2.000 rpm, em sexta marcha.

Quanto ao consumo, pelos dados do Inmetro, ele faz 9,5 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada. Sem trazer sistema Start/Stop e rodando com o ar-condicionado ligado, em nossas medições, ele fez médias de 7,6 km/l e 14,7 km/l, respectivamente, números muito melhores do que no modelo anterior com o 2.0.

O comportamento dinâmico mostrou que o Equinox segue voltado ao conforto, com suspensão na medida para não incomodar em ruas esburacadas. É macio sem ser “molenga”, com sistemas independentes na dianteira e na traseira.

Claro que se trata de um SUV de grande porte, então se você abusar nas curvas sentirá os reflexos no carro (lembre-se de que essa versão tem tração dianteira), mas é bom ressaltar que mesmo assim o carro agrada em cheio. A ressalva fica com o curso da suspensão, que poderia ser um pouco maior para evitar algumas pancadas em desníveis mais acentuados, como valetas.

Para manobrar, o Equinox não oferece problemas, apesar do seu tamanho avantajado. Além da direção eletroassisitida, da câmera de ré e dos sensores, o diâmetro de giro de 11,4 metros ajuda a estacionar o SUV mesmo em espaços mais apertados.

O veredicto? O Chevrolet Equinox ficou mais interessante com a adição do motor 1.5 turbo. Já entregava visual atraente, bons equipamentos e interior espaçoso. Agora, agrega economia de combustível e desempenho que, como já falamos aqui, faz jus ao “esportivo” do temo utilitário esportivo. Ele vem com força na linha 2020 para tentar roubar clientes de Compass e Tiguan.

Fotos: Revista CARRO e divulgação