Primeira aposta da Caoa Chery entre os elétricos, Arrizo 5e chega com autonomia superior a 300 km e preço elevado

Três fatores-chave são limitadores da popularização em massa dos elétricos: autonomia reduzida, tempo de recarga das baterias e preço de aquisição. Os dois primeiros estão sendo driblados com o avanço da tecnologia. Já o último depende da amortização do custo de desenvolvimento e produção, ainda alto. Quem deverá ajudar nesta redução de custo é a China, país que mais produz e comercializa veículos deste tipo. E é de lá que chega ao Brasil o mais novo representante do segmento: Caoa Chery Arrizo 5e.

Ao contrário da versão flex produzida no Brasil, o elétrico vem pronto do continente asiático. O primeiro lote, previsto para o fim de 2019, será destinado a frotistas. A venda ao consumidor final começará no início de 2020, por R$ 159.900.

O sedã traz motor elétrico de 122 cv (90 kW) e 28,1 kgfm de torque. A autonomia homologada no ciclo do Inmetro (PBEV) é de 322 km com uma carga completa. A recarga de 80% do nível das baterias pode ser feita em 1 hora em carregadores rápidos de 50 kW ou em cerca de 8 horas em carregadores domésticos do tipo wallbox de 6,6 kW. Para tomadas convencionais de 20 A (3,5 kW), a recarga de 80% pode chegar a 20 horas.

O elétrico traz de série controles de estabilidade e tração, chave presencial, botão de partida, teto solar, rodas de 16 polegadas, central multimídia de 10 polegadas, quadro de instrumentos digital com tela colorida e indicador de pressão e temperatura dos pneus. Falta importante é a ausência de mais airbags além do par de bolsas frontais obrigatórias por lei.

A versão elétrica do Arrizo mantém as dimensões do modelo a combustão, com 4.542 mm de comprimento, 1.814 mm de largura, 1.487 mm de altura e 2.650 mm de distância entre eixos. O porta-malas também é o mesmo, com 430 litros de volume – o pack de baterias é instalado no lugar do tanque de combustível do Arrizo flex.

As baterias somam 390 kg ao peso do carro, de 1.520 kg em ordem de marcha. Segundo a Caoa Chery, a aceleração de zero a 50 km/h é feita em 4s8 e a velocidade máxima é de 152 km/h no modo Sport.

O Arrizo 5e parece um modelo a combustão até o momento em que se assume o volante. Ao acionar o botão de partida, uma luz-espia com a palavra ready (pronto, em inglês) indica que o carro está ligado. No modo de condução Eco, o desempenho do elétrico é bastante contido, a fim de poupar energia. Na estrada, por exemplo, a velocidade máxima é limitada a 100 km/h neste modo. Já em Sport, o sedã entrega respostas mais ágeis e convincentes. A 100 km/h, o motor elétrico gira a cerca 7.000 rpm – a escala do pequeno conta-giros à esquerda do painel vai até 14.000 rpm.

A suspensão tem acerto voltado ao conforto e convence no uso em ambiente urbano. Ao contrário dos modelos a combustão, em elétricos como o 5e o motorista usa menos o pedal do freio graças ao sistema de regeneração de energia, que faz as vezes de freio-motor. No Caoa Chery, há seis níveis de intensidade, que podem ser selecionados no volante.

Segundo a fabricante, 75% das peças do Arrizo 5 são intercambiáveis entre as variantes flex e elétrica – prova disso é que o para-lama traseiro direito do elétrico mantém o bocal de abastecimento de combustível líquido (no 5e, o plugue de recarga fica na grade). Com isso, o custo de manutenção e reposição de peças cai na comparação com um modelo exclusivamente elétrico. Até os 60 mil quilômetros, as revisões do 5e custam R$ 2.257 – 30% a menos que a variante flex.

Ainda que tenham preço elevado, os elétricos vieram para ficar. E modelos como o Arrizo 5e ajudam a pavimentar o caminho para que eles fiquem mais acessíveis no futuro. “Até 2025, o preço dos elétricos será equivalente ao dos carros a combustão”, afirma Paulo Maisonnave, responsável pela área de mobilidade na Enel X Latam, empresa do setor de energia.

 

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