Avaliação: Audi Q5 Sportback aposta no estilo da moda

Com visual descolado e preço mais alto que o Q5, SUV cupê nasceu para encarar o rival BMW X4

No passado, a maioria dos SUVs apostava em linhas retilíneas, suspensão elevada e até estepe na tampa traseira para reforçar o aspecto aventureiro. Com a avalanche de novidades no segmento, as fabricantes vêm experimentando novas receitas de tempos em tempos. E a fórmula da moda é a categoria dos SUVs cupê, da qual o Audi Q5 Sportback é o mais novo integrante no Brasil.

O Q5 Sportback foi revelado mundialmente em 2020 e tem como base a segunda geração do Audi Q5, de 2017, que utiliza a plataforma MLB Evo. O modelo estreou já com a reestilização do SUV, com novos faróis e lanternas, para-choques redesenhados e grade octagonal. Para sublinhar o estilo “descolado”, a queda do teto é mais acentuada, a colmeia da grade possui arranjo distinto e o para-choque traseiro é mais esportivo.

Nas dimensões externas, o Sportback é 7 mm mais comprido que o Q5 convencional (4.689 mm ao todo) e 2 mm mais baixo (1.660 mm), mantendo as mesmas medidas em largura (1.893 mm) e distância entre eixos (2.819 mm). O porta-malas perdeu apenas 10 litros, com 510 l de capacidade total. No banco traseiro, o espaço para a cabeça não é prejudicado pelo teto mais inclinado.

Se no visual o Sportback revela estilo mais esportivo que o irmão, na mecânica as credenciais de ambos são as mesmas: motor 2.0 TFSI de 249 cv entre 5.000 e 6.000 rpm e 37,7 kgfm de 1.600 a 4.500 rpm – a potência foi reduzida em 3 cv em relação à linha anterior do Q5 a fim de atender à legislação de emissões. O câmbio é automatizado de dupla embreagem e 7 marchas (S tronic) e a tração, integral sob demanda (quattro).

Como no A5 Sportback 2021, o SUV-cupê recebeu sistema de assistência elétrica, que permite o desligamento do motor entre 55 km/h e 160 km/h e o acionamento do start-stop a velocidades inferiores a 23 km/h. A tecnologia é composta por um gerador de dupla função (alternador/motor de partida) e uma bateria adicional de 12V, de íons de lítio (a convencional é de chumbo-ácido). Ainda que permita o desligamento do motor em movimento, o Q5 Sportback não é classificado pela Audi como híbrido-leve.

Apesar da leve redução de potência, o motor 2.0 garante boas respostas ao SUV de quase duas toneladas (1.930 kg de peso em ordem de marcha). As suspensões garantem equilíbrio entre conforto e esportividade, com contida rolagem da carroceria em curvas. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 6,3 segundos, enquanto a velocidade máxima é de 237 km/h, segundo dados de fábrica.

A Audi não fornece os números oficiais de consumo pelo padrão do Inmetro. Em nosso test drive rápido, obtivemos a média de 8,4 km/l (entre trechos urbanos e rodoviários) com ar-condicionado ligado. O motorista pode escolher entre seis modos de condução (auto, comfort, efficiency, dynamic, off road e individual), que alteram parâmetros da direção, câmbio, motor e até ar-condicionado para melhor desempenho ou menor consumo.

Versões e preços

O Audi Q5 Sportback é vendido nas versões S Line (R$ 369.990) e S Line Black (R$ 395.990), aqui avaliada. Desde a de entrada, a lista de itens de série traz ar-condicionado digital de três zonas, quadro de instrumentos digital, rodas de 19”, faróis full LED Matrix, teto solar panorâmico, ajustes elétricos para os bancos dianteiros e controle de cruzeiro adaptativo.

A topo de linha acrescenta detalhes externos em preto brilhante, rodas de 20”, alerta de tráfego cruzado traseiro, revestimento interno do teto na cor preta, memória para o banco do motorista e volante de três raios com base reta.

O modelo avaliado possuía diferentes opcionais, como head-up display (R$ 7.500), estribos laterais (R$ 7.700), som Bang & Olufsen (R$ 8.000), lanternas OLED (R$ 7.000) e pintura metálica (R$ 2.200), o que eleva a conta final para R$ 428.390.

Ainda que tenha preço alto, o Q5 Sportback S Line Black leva vantagem sobre o rival BMW X4 xDrive30i M Sport (R$ 444.950), que traz motor 2.0 com mesmo nível de potência (252 cv). Ainda assim, o novato perde no custo-benefício para o próprio irmão Q5, que custa exatos R$ 25 mil a menos sem sofrer baixas na lista de equipamentos. Uma prova de que a escolha pelo SUV-cupê é definida mais pela emoção do que pela razão.

Ficha técnica – Audi Q5 Sportback 2021

Fotos: Divulgação