As vendas de veículos novos no Brasil só voltarão a crescer no segundo trimestre de 2016, disse nesta segunda-feira (20) o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan. Na avaliação do executivo, a demora para a implementação do ajuste fiscal proposto pelo governo federal é a causa do adiamento da retomada — antes previsto já para o último trimestre deste ano.

Moan fez essas declarações durante seminário promovido pela agência de notícias Autodata, em São Paulo.

Produção caiu, mas há excesso de pessimismo, diz Moan
O chefe da Anfavea disse que a atual crise política trava a aprovação do ajuste pelo Congresso, o que deve manter as vendas em nível “baixíssimo por mais tempo” do que se estimava, segundo a Agência Estado.

Moan disse também que o segundo semestre deste ano deve apresentar um desempenho de emplacamentos estável, e “com viés de alta”, em relação ao primeiro. A queda nas vendas de janeiro a junho, quando comparadas ao mesmo período de 2014, foi de 20,7%; a queda na produção (o que inclui unidades para exportação) foi menor, de 18,5%. Os estoques, até o final de junho, eram para 47 dias.

EXAGERO 
A Anfavea prevê emplacamento de 2,779 milhões de automóveis/SUVs, comerciais leves, caminhões e ônibus novos até o final do ano, queda de 20,6% em relação a 2014 (a queda na produção deve ficar em 17,8%).

Sempre otimista, Luiz Moan disse, segundo a AE, que o “estado de espírito” da economia brasileira se reflete na indústria automotiva, mas que a crise é superestimada. Ele exemplificou com um dos setores que vem mostrando bons resultados: “Qual a crise real do agronegócio brasileiro? A previsão é de safra recorde”, afirmou.

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