Carros usados lojas Foto: Gustavo de Sá

Entidade que reúne concessionárias e lojas independentes teme que aumento do imposto cause demissões

 

A alta do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para venda de veículos novos e usados no estado de São Paulo poderá acarretar em fechamento de lojas e demissões, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). As mudanças na tributação começarão a valer partir desta sexta-feira (15), quando a alíquota de ICMS para usados aumentará de 1,8% para 5,5% sobre o valor de venda. Para carros zero-quilômetro, o imposto passará de 12% para 13,3%.

“Isso é desemprego, fechamento de lojas, tudo o que o país não precisa”, afirmou o diretor executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli, em entrevista coletiva sobre a alta do ICMS junto a outras organizações que representam a cadeia de venda de veículos, como a Abraciclo, Abeifa e Fenauto.

Carros usados Foto: Gustavo de Sá

Dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) indicam que o Estado de São Paulo possui 12,5 mil lojas independentes de usados e 1,4 mil concessionárias. Ao todo, o setor de vendas de veículos emprega 300 mil pessoas no estado.

De acordo com o governo do Estado de São Paulo, a medida é necessária para reequilibrar o orçamento devido às perdas de arrecadação causadas pela pandemia da Covid-19. “A medida, garantida pela Constituição, é necessária. O governo de São Paulo segue aberto ao diálogo e tem realizado reuniões com os representantes dos diversos setores”, diz o governo estadual, em nota.

O porta-voz da Fenabrave destacou que a margem de lucro das concessionárias com a venda de usados fica entre 8% a 10% e será “fortemente comprometida com a alta do ICMS”. Para Franciulli, os usados são fundamentais nas vendas de veículos novos, já que entram na negociação como parte do pagamento. “O concessionário autorizado, sem os veículos usados, não fecha as contas”, disse.

Fotos: Gustavo de Sá/Revista Carro

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