A Volvo apresentou nesta segunda-feira (5) a versão diesel do SUV luxuoso e tecnológico XC90. O modelo agora tem duas versões equipadas com o propulsor turbodiesel D5 de 238 cv de potência, cujos preços partem de R$ 369.950 (para a versão Momentum) e R$ 419.950 (para a Inscription). 

As versões com o novo motor são praticamente idênticas às movidas a gasolina no quesito estético e de equipamentos. Por fora, só há a diferenciação do emblema na tampa do porta-malas, mas o design é rigorosamente o mesmo, incluindo a assinatura de LED para uso diurno incorporada aos faróis (o chamado “martelo de Thor”). 

Detalhe da assinatura de LED do "martelo de Thor" da Volvo

A cabine da linha 2017 (que estreia junto com o motor diesel) ostenta o mesmo design simples, mas muito benfeito e que agora conta com detalhes de aço (na versão Momentum) ou maderia legítima (na Inscription), além do revestimento de couro e material emborrachado. O grande destaque continua sendo a central multimídia, um verdadeiro tablet que abriga todas as funcionalidades do carro (só há oito botões físicos no console central) e tem uma navegação bastante intuitiva e prazerosa, devido à tela capacitiva (mesma resposta de uma tela de smartphone). 

Outra novidade da linha 2017 do XC90 é o recurso Pilot Assist funcionar até os 130 km/h (antes seu limite era até os 50 km/h). O sistema conta com um conjunto de radares, sensores e câmera para controlar o piloto automático adaptativo, assistente de manutenção à faixa e pontos-cegos para guiar o veículo de maneira semi-autônoma, realizando curvas e se mantendo em distância segura do veículo da frente. A tecnologia é uma das mais avançadas do mercado no Brasil atualmente, mas requer que o motorista assuma o volante a cada 15 segundos, por segurança, afinal, ela não é autônoma integralmente, portanto não está preparada para toda e qualquer situação nas ruas.  

Sistemas multimídia do XC90 é um dos mais interessantes do mercado

BOM FÔLEGO NA ESTRADA
O foco do evento realizado na capital paulista, contudo, foi mesmo o motor novo. O propulsor D5 diesel faz parte da plataforma modular SPA (que dá origem à toda a família 90 da Volvo e, futuramente, a 60 também) e tem deslocamento 2.0 de quatro cilindros em linha, capaz de gerar 238 cv de potência e 48,9 kgfm de torque, acoplado à transmissão com câmbio automático de oito marchas e tração integral. 

O bloco é composto por dois turbos sequenciais (um para baixas rotações e outro para um giro mais alto) e pela tecnologia PowerPulse, desenvolvida pela própria Volvo. Trata-se de uma espécie de bomba de ar comprimido que injeta ar pressurizado à carcaça quente da turbina quando há necessidade de uma resposta mais ágil do motor. A adição de ar ajuda os gases de exaustão a girar o rotor do turbo para compensar o famoso “turbolag”. 

A fabricante ofereceu um percurso de 150 km para avaliarmos o XC90 diesel e a conclusão ao final do dia foi positiva. O carro é, obviamente, mais contido em termos de desempenho em relação ao 2.0 turbo a gasolina de 320 cv, mas não deixa a desejar na hora de realizar ultrapassagens ou se manter em velocidades mais altas com conforto. Em nenhum momento o SUV deixa transparecer que seus 2.171 kg são um problema para ele, mas não espere algo empolgante.

Emblema D5 designa versão diesel do SUV

A vantagem dele é sua eficiência. Embora o Programa de Etiquetagem do Inmetro tenha obtido média de 12 km/l (resultando numa nota B em sua categoria e D na geral do órgão), é perfeitamente possível alcançar médias mais generosas com ele – atuando de maneira mais parcimoniosa sobre o acelerador no modo de condução Eco, por exemplo. Com esta média oficial, ele entrega autonomia de 852 km (o que subiria para mais de mil km, caso o motorista consiga a possível média de 16 km/l).

GASOLINA PODE SER MELHOR NEGÓCIO
Em que pese sua grande autonomia, o veredito deste repórter, que pôde avaliar os dois motores do XC90, é que a versão a gasolina (T6) pode ser mais vantajosa. A conclusão contraria a equipe da Volvo, que prevê um mix de vendas de 60% a diesel e 40% a gasolina, mas considerando os valores de cada versão e os pacotes de equipamentos rigorosamente idênticos (as versões Momentum e Inscription têm as mesma configuração, o que muda é o motor), o XC90 T6 é a escolha a ser feita. 

Acabamento da linha 2017 conta com madeira legítima

Comparando os valores pedidos pelas versões Inscription (que possuem suspensão pneumática variável e bancos com ventilação como os principais diferenciais em relação à Momentum), temos: R$ 383.950 pelo T6 e R$ 419.950 pelo D5. Lembrando que daqui alguns meses o preço da Inscription D5 subirá em torno de R$ 20 mil, pois este valor apresentado hoje é promocional de lançamento, a diferença entre os dois carros pode chegar a mais de R$ 50 mil (!!!). 

Em nossos testes de consumo, o XC90 T6 obteve média de 12 km/l na estrada, o mesmo número alcançado pelo Inmetro para o diesel. Ou seja, além de ter um desempenho mais animador, o modelo a gasolina pode ser tão eficiente quanto o diesel (imaginando um motorista “ecológico” no a gasolina e um “pé-de-chumbo” no diesel). E a economia com o diesel a cada enchida no tanque certamente não será recompensada tão cedo, mesmo levando em conta os R$ 36 mil de diferença atuais. 

METAS PARA 2017
De qualquer maneira, a Volvo pretende aumentar em até 75% o volume de vendas do XC90 ano que vem (totalizando entre 650 e 700 unidades emplacadas até o final de 2017) com a chegada da versão a diesel. O modelo estará disponível nas lojas até o natal deste ano. 

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