O SUV Volkswagen Tiguan completa em setembro oito anos de vida. Sua apresentação, no Salão de Frankfurt de 2007, foi prestigiada pelo ex-craque alemão Franz Beckenbauer e pelo (ex-craque?) brasileiro Grafite, que acabara de chegar ao Wolfsburg, time da cidade-sede da Volks. A fabricante teve um certo trabalho para convencer a imprensa internacional de que o nome (junção de tiger, tigre, com iguana) não era ruim, mas o modelo em si — uma espécie de mini-Touareg — conquistou imediata simpatia.
Ao longo desse período o Tiguan passou por reestilizações, mas não mudou para valer. A data para isso acontecer está marcada: será, outra vez, num Salão de Frankfurt — o deste ano, que acontece em setembro. Alguns jornalistas europeus já apostam que o novo Tiguan será a grande estrela do gigantesco evento alemão.
Vários sites internacionais têm publicado imagens do carro em seus testes finais para o lançamento. As fotos foram feitas ao longo desta semana e mostram um exemplar em estradas sinuosas nos Alpes alemães, aparentemente submetido a situações de esforço em subida e a medições de consumo na altitude.
LINHA EVOLUTIVA
O que se vê ao decifrar a camuflagem — que é pesada, mas não consegue disfarçar as linhas gerais do Tiguan — é um carro que faz jus aos vários conceitos que a Volks vem apresentando em salões automotivos ao redor do mundo, mais especificamente o pioneiro Cross Coupe (2011), o CrossBlue e suas variações Coupe e Coupe GTE.
Todos têm carroceria de SUV/crossover e devem ser a base de estilo, também, da terceira geração do Touareg (2018) e de quaisquer utilitários que a Volks venha a produzir num futuro próximo. A dianteira, contudo, parece ter sido antecipada pelo Passat de ano-modelo 2015.
A tendência de “acupezar” os SUVs, mas sem transformá-los num BMW X6, foi lançada pela Land Rover em 2009 com o conceito que viria a ser o Ranger Rover Evoque, e parecia ter sido assimilada pela Volks desde o Cross Coupe de quatro anos atrás. No entanto, o que se percebe nas imagens do novo Tiguan é um utilitário esporte talvez um pouco mais baixo do que o esperado, mas com teto “normal”. (Os Cross Concept mais recentes já sugeriam esse passo atrás.)
FICOU FÁCIL
O novo Tiguan será construído sobre a plataforma modular MQB, a mesma do Golf, do Passat e do “primo” Audi A3. Esse aspecto da reforma do modelo é importante para o consumidor brasileiro: estão dadas as condições para que o Tiguan seja fabricado no país, pois a MQB já é usada na planta da Volks no Paraná (no mesmo endereço, passa a servir à Audi em setembro próximo).
O que não significa, absolutamente, que isso vá acontecer num prazo determinável.
Em compensação, especula-se de que uma variação do novo Tiguan, de sete lugares (com terceira fileira de assentos), será produzida no México para abastecer o mercado dis Estados Unidos — mas com eventual exportação para o Brasil facilitada quanto aos tributos. A ver.
Como trem-de-força, o novo Tiguan deve oferecer opções que espelham as já conhecidas do Golf europeu, que tem motores TSI (turbo, a gasolina) 1.4 e 2.0 com calibragens que entregam de 125 a 300 cavalos de potência; e TDI (turbodiesel) 2.0 com acertos de 150 a 220 cv. Uma variação híbrida e outra totalmente elétrica podem ser produzidas também. A tração integral 4Motion deve estar presente nas versões mais caras.
No Brasil, o Tiguan atual, dotado de motor 2.0 TSI de 200 cv, tração 4Motion e câmbio automático Tiptronic de seis marchas, é vendido em versão única por R$ 129.720 e ainda pode receber opcionais (como o pacote R). Este ano, até o final de maio, foram emplacadas 1.077 unidades em todo o país, segundo a Fenabrave (associação das revendas).