Volkswagen Voyage desafia o tempo e surpreende com câmbio Tiptronic e motor 1.6 EA211 16V
Texto: Fernando Lalli
Fotos: Renan Senra
Sinônimo de sedã pequeno de entrada no mercado brasileiro, o Volkswagen Voyage sofre com o estigma de “carro barato”. Ao herdar aquela que deve ser a última reestilização desta geração, isso não deve mudar. O que é uma injustiça: esta nova versão 1.6 MSI, com motor EA211 de 120/110 cv (E/G) e câmbio automático Tiptronic de seis marchas, surpreende pelo ajuste mecânico tanto do trem de força como no comportamento dinâmico.
Dá para sentir o DNA da Volkswagen na direção precisa e na suspensão firme, mas sem excesso, que faz o Voyage bem mais prazeroso de dirigir que a média de seus concorrentes. O que impressiona, afinal, mesmo nessa versão o Voyage sequer traz direção eletroassistida (é hidráulica) ou qualquer outro recurso eletrônico de auxílio ao motorista, exceto pela distribuição eletrônica das forças de frenagem (EBD). Além de ser bom de curva, na pista de testes os freios apresentaram fading (perda de eficiência em 10 passagens com o carro carregado) de apenas 1,5 metro.
Já a combinação entre motor e câmbio é a mesma recentemente aplicada em Gol, Polo e Virtus e, igualmente, se sai melhor que a encomenda. Seus números de desempenho estão no mesmo nível dos melhores do segmento com câmbio automático. Média de consumo de etanol em 9,4 km/l (7,1 km/l na cidade e 12,2 km/l na estrada), aceleração de zero a 100 km/h em 11s3 e retomada de 80 a 120 km/h em 7s63. Na prática, o Voyage é melhor saindo da inércia: em alta demanda de aceleração, perde um pouquinho de fôlego em rotações mais elevadas.
Reforços necessários
A nova dianteira de grade e faróis maiores, semelhantes aos da picape Saveiro, parece não combinar com a traseira do sedã, que não teve alterações. O resultado no hatch Gol foi mais harmônico. O visual do habitáculo continua bastante simples e apresenta marcas indeléveis da idade, como os comandos dos vidros das portas traseiras no painel e o pouco espaço no banco traseiro, por exemplo.
O exemplar das fotos custa R$ 66.510 já acrescido de todos os opcionais e pintura metálica. Para efeito de comparação, o valor é aproximadamente R$ 6 mil abaixo do preço final dos três modelos inclusos no embate de sedãs pequenos de topo de linha em suas respectivas versões completas.
Com os dois pacotes de opcionais, traz volante multifuncional revestido de couro e este com ajuste de altura e distância. O sistema de som Composition Touch tem tela tátil e é compatível com Android Auto e Apple CarPlay.Ainda tem o computador de bordo, vidros elétricos, tampa do porta-malas e travamento das portas também elétrico, espelho direito com orientação para baixo, sensor de estacionamento traseiro, alarme com comando remoto, faróis de neblina e rodas de liga leve. Os pacotes extras são bem-vindos, já que, pelo preço básico de R$ 59.990, o Voyage 1.6 AT é básico demais: não há sequer sistema de som.
O Voyage é meu carro preferido, desde o antigo quando foi fabricado em em 1982. Fiquei triste quando saiu de linha, mas felizmente voltou novamente e aí da melhor. Faço viagens longas como dé São Paulo ao Nordeste. Muito competitivo e confortável para viajar. Recomendo.
Um bom carro no requisito motor e câmbio, mas uma merda de carro requisito das portas que só contam com uma borracha de vedação acumulando muita poeira quando se vai em estradas de terra, se fosse hoje não compraria esse carro.