A Volkswagen comemora 30 anos do lançamento do sedã Logus, resultado direto da Autolatina (joint-venture entre Volkswagen e Ford que existiu entre 1987 e 1996). A fabricante relembra a história do Logus e mostra em detalhes a unidade exposta em sua Garagem II, na fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo.
História do VW Logus
Para conhecer as origens do Logus é preciso voltar a 1º de julho de 1987, data da oficialização da Autolatina. A união administrativa e fabril entre Volkswagen e Ford tinha a missão de compartilhar tecnologias e, assim, reduzir custos em um momento de crise do mercado sul-americano. A Volkswagen era sócia majoritária no acordo, com 51% das ações.
Os primeiros carros da joint venture surgiram na década seguinte e em 1993 foi a vez do Logus, um sedã de duas portas baseado na plataforma da quarta geração do Ford Escort, plataforma que deu origem também ao Pointer. Foi um dos últimos modelos frutos da Autolatina, desfeita oficialmente em 1º de janeiro de 1996.
O modelo estava disponível nas configurações CL 1.6, CL 1.8, GL 1.8 e GLS 1.8. No topo da gama, entregava aos clientes equipamentos como alarme acionado na fechadura, vidros elétricos “one touch” com sistema antiesmagamento, toca-fitas digital com equalizador e ar-condicionado digital, itens até a chegada do Logus disponíveis apenas em modelos de categorias superiores.
À época, o Logus guardava sob o capô motores 1.6 de origem Ford e 1.8 AP, este com 86 cv e 14,5 kgfm de torque. Seu carburador eletrônico dispensava afogador, enquanto o câmbio manual de cinco marchas tinha engates com acionamento por cabos.
No curto tempo de vida, o Logus conquistou fãs com bom espaço interno, seu entre-eixos de 2,52 metros garantia folga para os passageiros de trás, enquanto o porta-malas de 416 litros chegava a 688 litros com os encostos traseiros rebatidos. Já os 4,28 m de comprimento lhe garantiam o devido status de, na época, carro médio.
As linhas externas do veículo possuíam a frente em forma de cunha, para-brisa inclinado, formas aerodinâmicas e a traseira estilo hiqh-deck, com grandes lanternas e a tampa do porta-malas que se abria desde o assoalho.
Para a linha 1994 ficou guardada a versão GLS 2.0, de até 113 cv e com CD Player como opcional. No mesmo ano estreava ainda a série especial Wolfsburg Edition, diferenciada pelo apelo mais esportivo e cores exclusivas — uma homenagem à sede da Volkswagen na Alemanha. Após 125.332 unidades fabricadas, a produção se encerrou em dezembro de 1996.
De carro de testes à estrela da Garagem VW
A unidade exposta na Garagem II foi produzida em 1995. O modelo, na versão intermediária GL, tem carroceria pintada na cor Azul Riviera e interior com bancos com tear Guaecá Cinza. Por debaixo do capô está o motor 1.8 AP. A unidade tem pacote de opcionais que inclui iluminação interna temporizada, travamento elétrico das portas, vidros com acionamento elétrico, fechamento automático das portas e rodas de liga-leve. O Logus da Garagem rodou apenas 3 mil quilômetros em sua trajetória de carro de testes do departamento de Engenharia da Volkswagen do Brasil.