Shell Super - fevereiro

Hatch médio entrega bom desempenho e lista farta de itens de série para sobreviver em segmento cada vez menor

Texto: Gustavo de Sá

O segmento de hatches médios respira por aparelhos. Os emplacamentos desses modelos passaram de 35.086 unidades no acumulado até junho de 2014 para 7.028 no mesmo período de 2018. Talvez por isso a Volkswagen não teve pressa de atualizar o seu representante na categoria – em vez disso, priorizou outros lançamentos em segmentos mais aquecidos, como o de sedãs (Virtus) e SUVs (Tiguan Allspace).

O Golf reestilizado chega como linha 2018, enquanto outros produtos da marca já estão em 2019. Discretas novidades no visual e na mecânica fazem parte do pacote de mudanças. A maior delas está na versão de acesso, que traz o mesmo conjunto do Polo 200 TSI: motor 1.0 turbo de 128 cv e câmbio automático de seis marchas – o câmbio manual não é mais oferecido em nenhuma versão.

O hatch é vendido em três configurações: Comfortline 200 TSI (R$ 91.790), Highline 250 TSI (R$ 112.190) e GTI (R$ 143.190). Em todas há sete airbags, sensores de estacionamento na dianteira e traseira, câmera de ré, controles de estabilidade e tração, central multimídia com tela de 8 polegadas e volante multifuncional em couro com borboletas.

A versão intermediária acrescenta start-stop, bancos em couro, ar-condicionado digital de duas zonas de temperatura, partida do motor por botão e iluminação ambiente da cabine em LED. Ausência sentida é a do quadro de instrumentos digital com tela de 12,3 polegadas, item restrito ao topo de linha GTI.

Como opcionais, o Highline pode ser equipado com rodas de 17 polegadas (R$ 2.450), teto solar (R$ 4.800) e o pacote Premium (R$ 9.900), que integra controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, sensor de fadiga do motorista, faróis em LED, assistente de estacionamento automático e navegação GPS.

O motor 1.4 TSI flex gera 150 cv e 25,5 kgfm de torque máximo (mesmos valores com gasolina ou etanol). O câmbio é automático convencional de seis marchas, com opção de trocas manuais.

Ele não é tão ágil nas passagens quanto a caixa DSG, mas cumpre bem a função de aposentar o pé esquerdo do motorista. Mesmo sem a suspensão traseira multibraço do GTI, o Highline surpreende pelo acerto dinâmico que equilibra conforto sobre pisos ruins e mínima rolagem da carroceria. Na pista de testes da CARRO, o Highline foi de 0 a 100 km/h em 8s7 – o rival Chevrolet Cruze Sport6 fez a mesma prova em 8s3. O Volkswagen, porém, dá o troco no consumo, com média PECO (cidade/rodovia) de 9,5 km/l abastecido com etanol (ante 8,4 km/l do Chevrolet).

Mesmo com bons atributos, é uma tarefa árdua convencer compradores em potencial a desembolsar R$ 131.090 para ter um Highline como o das fotos. Por este preço, muitos compradores olham para modelos maiores e de outras categorias, como a de SUVs. Afinal, na mesma concessionária do Golf o cliente pode desembolsar a mesma quantia por um Tiguan Allspace de entrada equipado com teto solar. Uma questão de prioridades.

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