A meta é modesta (vender de 1.600 a 2.000 unidades por ano), mas a partir deste mês a Volkswagen passa a prestar um grande favor para quem não quer ficar refém dos SUVs e minivans na hora de levar sua família. Com preços entre R$ 87.490 (Comfortline) e R$ 94.990 (Highline, como a avaliada nesta apresentação), a opção station wagon do Golf começa a ser vendida no país. Quem foi ao Salão de São Paulo em 2014 já pôde conhecê-la.
E a boa aceitação do modelo na mostra paulista foi o que motivou a importação do modelo, que chega ao país vindo do México (o hatch será nacionalizado ainda neste ano). Por baixo do capô, o Golf Variant não traz novidades. Ele chega com o mesmo 1.4 TSI de 140 cv, só que a station será oferecida somente com a opção do câmbio de dupla embragem e 7 marchas. Moderno e eficiente, o motor conta com turbo e injeção direta, mas por enquanto só aceita gasolina (o Golf feito aqui será flex).
Em relação ao hatch, que é 119 kg mais leve, considerando a versão Highline equivalente, a station foi pouca coisa mais lenta. Enquanto ela precisa de 9s2 no 0 a 100 km/h, o hatch leva 8s6 na mesma prova. Já na retomada de 60 km/h a 120 km/h, os números foram 8s8 para a perua e 7s6 para o hatch. Infelizmente não pudemos retirar o Golf Variant da pista de testes, o que nos impossibilitou de avaliar o consumo, mas ele deve ficar pouca coisa inferior à ótima média PECO de 13,6 km/l do hatch.
Com a mesma plataforma e tendo como principal diferença o ganho de 30 cm no comprimento, o Golf Variant compartilha o mesmo comportamento exemplar ao volante. Recursos como os controles de tração e estabilidade e o bloqueio eletrônico do diferencial, todos de série, ajudam a realçar a sensação de segurança que a station transmite. Quem sai do Golf convencional sente na ponta dos dedos da mão o peso maior da station, que mesmo assim, oferece uma “tocada” tão boa que dificilmente pode ser igualada por um monovolume ou um utilitário esportivo.
Aliás, esse deverá o ponto que a Volkswagen fará ver no Golf Variant, o comportamento dinâmico superior aliado a um desempenho convincente consumindo menos combustível que utilitários mais pesados, bem como dotado de uma boa capacidade do porta-malas. Ou seja, trazer de volta a união do útil com o agradável das peruas, outrora tão desejadas, mas abandonadas pelas fabricantes. E com a vantagem de elevado conteúdo de equipamentos e tecnologia como os encontrados em muitos SUVs, inexistentes antes. Só que tudo isso custa e não é pouco.
O Golf Variant considerado neste teste, por exemplo, soma mais de R$ 45.000 de opcionais, o suficiente para comprar um up! completo. Apenas o Pacote Premium, que traz itens como o cruise control com controle de distância (ACC), faróis bixenon e chave presencial custa mais de R$ 27.000. Logo, levar para casa um Golf Variant como o que você vê nas fotos significa gastar mais de R$ 140.000.
De qualquer maneira, considerando as opções Comfortline e Highline sem nenhum acréscimo de equipamentos, já temos uma ótima opção (na verdade a única) de station wagon média abaixo de R$ 100.000. E, o que é mais importante, ela não faz feio caso você não queira pagar por mais recheio. Ela já sai da fábrica com 7 airbags, vidros elétricos nas 4 portas, assistente de partida em rampa (HLA) e monitoramento da pressão dos pneus. A qualidade de montagem e acabamento do Golf também são destaques.
Projetado em conjunto com o hatch, o Golf Variant conta com formas bem harmônicas e, como era de se esperar, pode acomodar quase o dobro de volume no porta-malas. Além disso, a station conta com soluções que favorecem a praticidade, como o rebatimento dos bancos por meio de dois comandos colocados nas laterais do compartimento para cargas.
Um problema do Golf Variant, contudo, é o túnel central traseiro muito elevado devido às versões com tração integral disponíveis em alguns mercados. Ele praticamente impossibilita acomodar um adulto no centro do banco traseiro, uma limitação ruim em um veículo de apelo familiar. De qualquer maneira, o espaço para pernas e tronco dos demais passageiros é bom.
Modelo que vai ocupar o posto de sucessor do Jetta Variant no Brasil, a mais nova station da Volkswagen por aqui chega em boa hora. Em breve, talvez até o fim deste ano, será a vez da nova geração do Passat Variant desembarcar no país, uma excelente opção para quem pode investir mais de R$ 100.000 e quer uma station de grande porte. Abrindo um parêntese aqui, é interessante destacar como a VW é a única fabricante que ainda investe no segmento por aqui, incluindo também a base do mercado com o SpaceFox. Apesar de ameaçadas pela onda dos SUVs compactos até mesmo na Europa, onde o segmento tem ótima presença, o Golf Variant é a prova de que essa espécie não deve morrer.
Volkswagen Golf Variant Highline
Motor disposição/número de válvulas: Dianteiro, transversal, 4 cilindros, turbo/16V
Cilindrada: 1.395 cm³
Potência: 140 cv a 4.500 rpm
Torque: 25,5 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: dupla embreagem, 7 marchas
Suspensão (dianteira/traseira): McPherson/multibraço
Peso vazio/capacidade máxima de carga: 1.357 kg/523 kg
Diâmetro de giro: 10,9 m
Porta-malas: 605 l
Tanque de combustível: 50 l
Pneus (veículo testado): Michelin 225/45 R17
Comprimento/largura/altura (mm): 4.562/1.799/1.468
Entre-eixos (mm): 2.630
NOSSAS MEDIÇÕES
Aceleração:
0-60 km/h (m): 4s3 (34,7)
0-80 km/h (m): 6s6 (79,0)
0-100 km/h (m): 9s2 (145,8)
0-120 km/h (m): 13s0 (261,2)
Retomada:
40-100 km/h em Drive (s): 6s9
60-120 km/h em Drive (s): 8s8
80-120 km/h em Drive (s): 7s5