A Toyota Hilux acaba de completar 55 anos no mercado mundial. A picape teve seu início no Japão, em março de 1968. No Brasil, completou 30 anos no fim do ano passado. Inicialmente apresentada no Salão Internacional do Automóvel em 1992, a Hilux desembarcou em solo brasileiro no mesmo ano e hoje lidera o segmento de picapes médias no País.
Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a Hilux fechou o ano de 2022 na liderança de sua categoria com 48.611 unidades comercializadas. Neste ano, a picape segue líder de mercado com 6.249 unidades vendidas até o fechamento de fevereiro, representando 40,4% do market share no segmento de picapes médias a diesel.
PRIMEIRA GERAÇÃO
Inicialmente, a Hilux chegava ao mercado para suceder os modelos Stout e Briska (conhecidos originalmente como Hino Briska). A “Hi-lux”, cujo nome tem origem na fusão das palavras em inglês “high” (alto) e “luxury” (luxo), havia sido concebida e desenhada para a Toyota para ser produzida pela HINO, que hoje é a divisão da marca de caminhões e ônibus.
A primeira Hilux possuí um motor de 1.5 litros com 4 cilindros em linha e 70 cv de potência. Era o mesmo motor do caminhão leve Toyoace, cuja configuração era “cab-over”, com a cabine em cima do motor. A transmissão era manual de quatro marchas com câmbio no volante, o que possibilitou o espaço da cabine para três ocupantes. Pesava 1.040 kg e sua capacidade de carga era de uma tonelada.
Depois do Japão, a Hilux chegou aos mercados da Austrália e Arábia Saudita, logo em seguida desembarcou nos Estados Unidos, junto com Corolla e Land Cruiser. A picape ainda contribuiu para consolidar a marca como uma das mais importantes do mercado norte-americano.
Poucos anos depois, já estava sendo produzida na Tailândia e África do Sul, dois lugares chaves para a expansão para a Ásia, África e Europa.
SEGUNDA GERAÇÃO
A segunda geração da Hilux, lançada em 1972, acrescentou a versão “Highway”, que incorporou pela primeira vez uma caixa de câmbio automático e dois bancos dianteiros, em vez de um inteiriço para três pessoas. O motor também era mais potente. Em 1978, apenas dez anos após seu lançamento, a Toyota já havia exportado mais de um milhão de unidades da Hilux.
TERCEIRA GERAÇÃO
Apresentada em 1978, a picape ganhou motorização diesel e tração nas quatro rodas em algumas versões e uma delas ainda acrescentava pela primeira vez a cabine dupla.
QUARTA GERAÇÃO
A quarta geração da Hilux foi apresentada em 1983. Nesta época, a Hilux era a primeira picape da história a atingir uma produção anual de 4 milhões de unidades.
Esse volume foi atingido porque a Toyota oferecia diversas opções aos clientes e por atender às necessidades específicas de cada mercado. Nos Estados Unidos, por exemplo, o desenvolvimento da 4Runner foi voltado para um público que cada vez mais utilizava picapes no dia a dia.
QUINTA GERAÇÃO
Em 1988, a Hilux chegava à sua quinta geração. Nesta época, a Hilux já conquistava a reputação de um veículo resistente, robusto, confortável e com alto desempenho.
Em 1992, a Hilux desembarcava no Brasil em sua quinta geração, trazida do Japão. Importante opção para o consumidor brasileiro, consolidada pela imagem de qualidade, durabilidade e robustez estabelecida anteriormente pelo Bandeirante, a picape chegava ao País com motorização quatro cilindros, diesel, nas opções de cabine simples e dupla.
SEXTA GERAÇÃO
A sexta geração, por sua vez, apresentada em 1996, teve aspectos de dirigibilidade melhorados, o que aumentava a sensação de conforto de um veículo de passeio, mas sem perder a robustez que um veículo fora de estrada precisa oferecer.
Atendendo às demandas dos consumidores brasileiros, na linha 2002, a picape passou por um facelift e recebeu um novo motor turbodiesel 3.0L de 116 cv de potência, além de contar, pela primeira vez, com um motor quatro cilindros 2.7L 16V a gasolina de 142 cavalos, tornando o veículo ainda mais competitivo em seu segmento.
SÉTIMA GERAÇÃO
Para a sétima geração da Hilux, apresentada em 2004, a Toyota havia criado uma via direta para ouvir a opinião do consumidor a fim de evoluir e aplicar as melhorias necessárias para atender as demandas dos mercados. Herdando seu estilo robusto, esta geração oferecia aos clientes altos níveis de durabilidade e conforto que procuravam, com maior espaço interno, conforto de direção de um veículo de passeio quanto a conveniência de um SUV.
A Toyota apresentou ao mercado brasileiro, em 2005, a sétima geração da Hilux com o slogan “A Revolução Total”, alavancando as vendas graças ao salto tecnológico com a introdução da transmissão automática, muito requisitada pelos consumidores, e o refinamento de vários itens de conforto e conveniência, sem perder a qualidade de construção e robustez.
OITAVA E ATUAL GERAÇÃO
Apresentada em 2015, a oitava e atual geração da Hilux teve o seu desenvolvimento centrado na “redefinição da robustez”, com o objetivo de tornar a Hilux mais “resistente” com base numa interpretação muito mais ampla dessa palavra. Além das ideias convencionais de resistência, esta geração ostenta conforto a bordo, dirigibilidade e design, que mais uma vez, evoluíam tornando-a mais próxima de um carro de passeio, entretanto, sem deixar de lado os atributos que tornaram a Hilux um sucesso de vendas, como robustez e performance. Nesta geração, a suspensão foi aperfeiçoada e houve um aumento em 20% na rigidez estrutural.
No Brasil, a Hilux consolidou a imagem e o sucesso da versão anterior com essa plataforma totalmente nova e mais reforçada. Ainda houve atualizações no quesito segurança com a inclusão de três airbags (dois frontais e um de joelho para o motorista), nas versões cabine simples e dupla, e sete airbags (dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um de joelho — para o motorista). Na versão SRX cabine dupla, tudo isso fez que a picape alcançasse as cinco estrelas nos testes de colisão do Latin NCAP.
Em 2019 a Toyota do Brasil apresentou, pela primeira vez, uma versão esportiva da Hilux, a GR-S, limitada a 420 unidades, com novo visual, grade hexagonal e remodelação do para-choque dianteiro, representando o conceito da divisão esportiva Toyota GAZOO Racing. Equipada com um motor diesel 2.8L, quatro cilindros de 177 cv de potência, a nova versão esportiva também ganharia uma companheira em 2020 com nova motorização, agora com motor a gasolina, 4.0L V6 de 234 cv.
A linha Hilux 2021 recebeu uma importante atualização mecânica no motor diesel, que agora contaria com 204 cv de potência, além de itens avançados de segurança.
Chegada na América do Sul
No início dos anos 90, a Toyota havia decidido iniciar a construção de uma nova fábrica na América Latina dedicada à produção da Hilux. A picape Toyota apresentou-se como o veículo ideal para a região que até hoje tem predominância de atividades relacionadas à agricultura ou mineração e cujos clientes precisavam de um produto que unisse qualidade, confiabilidade e durabilidade.
O destino escolhido para esta nova fábrica foi a cidade de Zárate, na Argentina, uma localização privilegiada por sua conexão com as principais rotas da região, proximidade com a rede de autopeças e os terminais portuários e acesso à energia.
A produção das primeiras 10 mil unidades da Hilux começou em 1997, destinadas a clientes na Argentina e no Brasil. E em 2002, foi anunciado um investimento multimilionário para a reforma da fábrica, a fim de ali produzir a plataforma IMV (Innovative Multipurpose Vehicle) para o lançamento da Hilux de sétima geração.
Àquela altura, a Hilux já era comercializada em 140 países e com este novo modelo ampliou o espaço interno e exibiu o conforto de condução e praticidade de um SUV.
A plataforma IMV abrigava três versões diferentes da Hilux, da minivan Innova e do SUV SW4, que em outros mercados levava o nome Fortuner.
O modelo é produzido na fábrica da montadora em Zárate e exportado para 22 países, incluindo o Brasil.
Fotos: divulgação/Toyota