Quinta-feira, 29 de outubro, 11h, e tudo vai bem no Fujispeedway, autódromo da Toyota no Japão que já recebeu até corridas de Fórmula 1 (até 1997; voltou em 2007 e 2008, mas depois perdeu novamente o GP para o circuito de Suzuka). Ele fica bem ao lado do famoso Monte Fuji, o mais alto do país (3.776 metros). Vamos rodar com o Mirai, carro movido a célula de hidrogênio que já está à venda por aqui desde o final do ano passado.
Quem, naquela época áurea do automobilismo, imaginaria que rodaria nesta pista um carro sem gasolina, sem ronco do motor e sem poluição?
O Toyota Mirai (o nome significa “futuro” em japonês) é um sedã luxuoso e com bastante espaço interno. Cabem cinco pessoas com muita comodidade. Para ligar o motor, aperta-se um botão — e pronto! É bom ficar atento à tela do painel central, a qual informa que o carro pronto para partir, pois não há ruído. Seriam poucas voltas no circuito. Inicialmente, o Mirai segue no modo conforto. Pé no acelerador, e lá fomos nós, o Mirai e eu, na mesma pista em que um dia correram os grandes da F1.
A suspensão, apesar de macia, é muito bem dimensionada para curvas. Fizemos alguns exercícios de slalom para sentir o controle da direção. Tudo muito firme. Incrível como a tecnologia de célula de hidrogênio avançou rapidamente. Há algum tempo esses modelos eram uns verdadeiros trambolhos que se arrastavam pelas ruas em caráter experimental.
O Mirai tem excelente autonomia de 650 km. Por sinal, “encher” o tanque de hidrogênio leva de 3 a 5 minutos. A unidade da célula de combustível e os tanques de alta pressão com o gás ficam sob o piso, permitindo um centro gravitacional baixo e distribuição de peso equilibrada.
Segunda volta na pista, e chega a hora de acionar o modo esportivo de dirigir. O carro fica ainda mais esperto, mostrando um ótimo equilíbrio da suspensão.
No Japão, o Mirai custa aproximadamente US$ 70 mil. Não é nada barato. Mesmo assim, a Toyota recebeu 1.500 pedidos de compra nos primeiros meses após o lançamento, e por isso decidiu aumentar a capacidade de produção. Este ano já produziu 700 unidades. Em 2016 serão feitos aproximadamente 2.000 Mirai, passando para 3.000 unidades em 2017.
Viagem a convite da Anfavea