Todo mês na revista CARRO o consultor técnico Bob Sharp responde às dúvidas dos leitores sobre tudo que cerca o universo do automóvel. Veja algumas delas:

Para evitar aquaplanagem, o melhor é reduzir a velocidade

DÚVIDA: Nessa época de muita chuva tive várias situações em que o carro parece ficar sem contato com a pista, mas não houve problema maior. É isso que chamam de aquaplanagem? O que fazer para evitar que isso aconteça?
Emílio A. B. Santos (Cotia, SP)

RESPOSTA: A aquaplanagem é um efeito hidrodinâmico. Forma-se um filme d’água entre a banda de rodagem e o piso suficiente para impedir o contato do pneu com o solo. Nessa condição não há controle possível do veículo, uma situação muito perigosa. A formação do filme d’água depende de dois fatores, o escoamento da água da banda de rodagem e velocidade. Para o escoamento eficaz, os pneus devem ter boa profundidade de sulco. Num pneu novo ela é de 8 mm, e o limite absoluto que garante escoamento são 3 mm, o ideal sendo 4 mm, ou seja, meia-vida do pneu. Não se deixe enganar pelo indicador de desgaste da banda de rodagem, o TWI (Tread Wear Indicator), pois ela aparece quando a profundidade de sulco é de 1,6 mm, o limite legal para uso do pneu, mas é incapaz de fazer a água escoar com eficácia. A outra maneira de evitar a aquaplanagem é reduzir a velocidade. Quanto maior ela for, maior será a propensão a aquaplanar. Se o limite é 120 km/h, baixe para 100 km/h.

Calibragem: respeitar a indicação do fabricante é sempre a melhor opção

DÚVIDA: Tenho um Citroën C4 Lounge THP flex, cujos pneus são de medida 225/45R17. O manual recomenda pressão de 42 libras tanto na frente quanto atrás. O carro já está perto de completar um ano e nunca tive coragem de colocar tudo isso. Coloco no máximo 36 libras. Embora eu tenha consciência de que os engenheiros da fábrica sabem o que fazem, fico achando que é muita pressão, principalmente agora nesse verãozão. Estou errado? 
Airton Silva (Macaé, RJ) 

RESPOSTA: É sempre recomendável seguir a instrução do fabricante, especialmente com pneus de perfil baixo como o do seu carro, que têm altura de flanco bem pequena. Com menos pressão aumenta muito a possibilidade de ruptura do flanco ao topar com um buraco, inutilizando o pneu. Além disso, acredite, o carro fica melhor de andar e mais seguro com 42 libras. 

Não há regulamentação do local onde as luzes repetidoras devem ficar

DÚVIDA: Acompanho os carros nacionais há anos e sempre vi que muitos tinham luzes repetidoras de setas nos para-lamas dianteiros. Passou um tempo e passaram a não trazê-las, mas agora vejo essa sinalização de volta nos espelhos externos. Elas são obrigatórias, isso é regulamentado? A visibilidade nesse caso não piorou? 
Clóvis R. Fischgold (Rio de Janeiro, RJ) 

RESPOSTA: Poucos carros hoje trazem essas luzes nos para-lamas, entre eles os Renault Duster e Oroch, a maioria passando a trazê-las integradas à carcaça dos espelhos externos. A questão da sua visibilidade é controversa, há quem defenda uma ou outra localização. O assunto de iluminação e sinalização é regulamentado pela Resolução nº 227 do Contran, de 9/2/07, mas essas repetidoras são facultativas. Muitos, inclusive este que lhe responde, acham que tinham de ser obrigatórias pela segurança que representam, preferindo-as nos para-lamas. 

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