Seguindo a moda dos chamados “carros aventureiros” ou dos “off-road light”, a Volkswagen lançou uma inédita versão do seu líder de vendas Gol, denominada Track que, assim como a versão Rallye, traz suspensão elevada, moldura nas caixas de roda e pneus de uso misto. A grande diferença entre os dois está sob o capô.
Enquanto o Rallye traz o conhecido motor 1.6 flex, o Track exibe o novo 1.0 TEC, também flex, capaz de gerar 76 cv e 10,6 mkgf de torque. Ou seja, se a versão mais potente já não é indicada para aventuras de verdade, com este Track o máximo que se pode esperar é um passeio por uma estradinha vicinal de terra batida.
Por dentro, o Track não traz nenhuma grande inovação em relação aos demais modelos 1.0. A posição de dirigir é boa, assim como a ergonomia. Direção hidráulica, duplo airbag, freios com ABS e acionamento elétrico dos vidros dianteiros são alguns dos equipamentos de série disponíveis no modelo. Rádio com CD player e MP3, travamento central por controle remoto, rodas de liga leve aro 14” e chave do tipo canivete são disponíveis apenas como opcionais.
Na pista de testes, a novidade obteve resultados inferiores aos da versão convencional do Gol na aceleração de 0 a 100 km/h, devido, provavelmente aos pneus de uso misto. Assim, enquanto o Track precisou de 18s9 para cumprir a prova, o 1.0 Trend necessitou de apenas 16s6. Já na retomada o Track se saiu melhor, com 23s para ir de 60 km/h a 120 km/h, contra 23s4 do Trend.
O melhor é que mesmo equipado com pneus que, na teoria, poderiam prejudicar o consumo de combustível, o Gol Track não registrou redução sensível nesse quesito. Enquanto o modelo Trend registrou média PECO de 9,5 km/litro, o Track marcou 9,3 km/litro.
Resumindo, para quem procura ou necessita de um hatch compacto um patamar acima dos chamados “populares”, o VW Gol Track é uma boa opção. Afinal, além do visual diferenciado, o modelo vem equipado com uma suspensão elevada e reforçada, mais indicada para enfrentar as imperfeições do piso das grandes cidades do que para vencer obstáculos numa trilha.
O aspecto negativo é o preço do modelo: a partir de R$ 33.650, valor nada atraente, ainda mais quando lembramos que se trata de um carro 1.0.
Média final: 6,8
Na realidade, este Gol é mais indicado para enfrentar o castigado piso das grandes cidades brasileiras do que qualquer obstáculo fora de estrada. Mas pagar R$ 33.210 (na configuração básica) por ele me parece exagerado. – Wilson Toume
Nossas medições
Aceleração 0-100 km/h: 18s9
Retomada 60-120 km/h em 4ª: 23s
Frenagem 80 a 0 km/h (m): 28,1
Consumo cidade (km/l): 7,3
Consumo estrada (km/l): 11,8
Ruído a 120 km/h em 5ª (dB): 69,9
Seu Bolso
Preço (carro testado): R$ 38.771
Desvalorização (1 ano): 11,1 %
Garantia: 3 anos
Financiamento (taxa mensal): 0,87%
Parcela (50% de entrada + saldo em 36x): R$ 547
IPVA (4%): R$ 1.328
Seguro: R$ 2.002
1ª revisão: R$ 220
Versão básica: R$ 33.650
Ficha técnica
Motor 4 cilindros, dianteiro, transversal, flex; Cilindrada 999 cm3; Potência 76 cv a 5 250 rpm; Torque 10,6 mkgf a 3.850 rpm (E); Câmbio manual; Tração dianteira; Rodas aço estampado, 14”; Comprimento 3,91 m; Largura 1,66 m; Altura 1,49 m; Entre-eixos: 2,47 m; Porta-malas: 285 l; Peso 974 kg
Bom desempenho mesmo com o ar condicionado ligado!