Onze anos após chegar ao mercado e cinco depois de passar por sua primeira reestilização, o VW Fox mudou novamente. Mas, ao contrário do que se esperava, o carro não estreia uma nova geração, muito menos uma nova estrutura.
Esteticamente, o hatch ganhou um visual mais moderno, inspirado no Golf, com a adoção de novos faróis, maiores e com dupla parábola, e grade mais afilada. As mudanças mais perceptíveis estão na parte inferior do para-choque, que ganhou visual bem mais moderno e até esportivo.
Por conta dos novos conjuntos ópticos, toda a parte frontal do carro teve de ser modificada, embora as mudanças não sejam muito perceptíveis. Nas laterais, o Fox 2015 traz apenas frisos cromados (na versão Highline) como novidade. Os retrovisores com piscas incorporados são idênticos aos do modelo anterior.
Já na parte de trás, as alterações saltam mais aos olhos. As lanternas, agora, são horizontais e invadem a tampa do porta-malas, seguindo, mais uma vez, o estilo do Golf.
A tampa do bagageiro (também como no hatch médio) é aberta por meio do sistema elétrico Easy Trunk, no qual basta pressionar a parte superior do logotipo VW. O toque esportivo fica por conta da dupla saída de escapamento, que poderia ter ponteira cromada, mesmo que apenas opcionalmente. Nas extremidades do para-choque, os reflexivos estão mais afilados.
Interior
A versão Highline, a mais sofisticada da gama, ficou mais requintada. Ela é a única a contar com o novo volante multifunção, similar ao do Golf Highline, que possui revestimento de couro. O material usado no acabamento é mais sóbrio e, opcionalmente, é possível equipar o modelo com um painel com acabamento todo preto. Os pedais têm acabamento metálico de série.
A maior novidade na linha Fox 2015, porém, está nas opções de motor e câmbio. Agora, o modelo poderá receber os dois propulsores flex “antigos”, da família EA 111, com 4 cilindros: o 1.0 com 76 cv e 10,6 mkgf e o 1.6 que produz 104 cv e 15,6 mkgf, além dos dois novos, da família EA 211, um tricilíndrico 1.0 com 82 cv e 10,4 mkgf (o mesmo que equipa o up!) e o 1.6 16V MSI, com ótimos 120 cv e 16,8 mkgf (todos os dados obtidos com etanol). Já as caixas poderão ser a já conhecida de 5 marchas ou uma nova, com 6 marchas, além da robotizada I-Motion.
A versão Trendline, de entrada, só possui os conjuntos “antigos” de motor e câmbio à disposição. A BlueMotion, por sua vez, segue como antes, com motor 1.0 de 3 cilindros e câmbio manual de 5 marchas. É na configuração intermediária — Comfortline — que o consumidor conta com mais opções, já que o modelo pode ser equipado com os motores 1.0 de 4 cilindros ou 1.6 16V, além de câmbio manual ou robotizado, ambos de 5 marchas. Já a Highline, topo da gama, terá somente o novo 1.6 16V, mas poderá receber a também nova caixa manual de 6 marchas ou a I-Motion.
Bem equipado de série, o modelo traz direção com assistência elétrica, ar-condicionado, banco traseiro corrediço, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, lanternas escurecidas, sistema de áudio, retrovisores, vidros e travas com acionamento elétrico, piscas integrados retrovisores com luzes indicadoras de direção, faróis e lanternas de neblina, rádio com seis alto-falantes, coluna de direção ajustável em altura e distância, e computador de bordo com 9 funções.
Como opcionais, há controlador de velocidade de cruzeiro, sistema multimídia com tela de 5,5”, conexão Bluetooth e entradas auxiliares. A versão Highline ainda conta com itens opcionais exclusivos, como controle eletrônico de estabilidade (que já vem acompanhado de bloqueio eletrônico de diferencial), assistente de partida em rampa, controle de tração e faróis de neblina com luzes auxiliares para curvas (que direcionam a luz para o local onde o carro vai virar, seja pelo movimento do volante ou pelo acionamento da seta).
A capacidade do porta-malas não foi alterada, e segue de 270 litros. Mas como a versão possui banco traseiro corrediço de série, a área para bagagens pode ser ampliada para 353 litros (com o banco na posição normal) ou 1.016 litros.
Ganho em segurança
Durante a apresentação do novo veículo, ocorrida no interior de São Paulo, pudemos avaliar o comportamento do Fox Highline 2015 em pista molhada, e o carro impressionou positivamente. A segurança ao volante ganhou um importante aliado com o controle eletrônico de estabilidade, que identifica a iminência da perda de direção do carro e entra em ação imediatamente, reduzindo a aceleração e acionando os freios a fim de permitir a retomada do controle por parte do condutor.
O novo câmbio também conta com marchas mais curtas, que proporcionam mais agilidade ao hatch. Em compensação, graças à sexta marcha, é possível trafegar com o motor trabalhando em rotação menor e, consecutivamente, economizando combustível. Na prática, a caixa agradou, com engates precisos e agradáveis (como já se tornou padrão nos demais automóveis da marca). Da mesma forma, o comportamento dinâmico do hatch continua merecedor de elogios. Mesmo com sua carroceria mais alta, o carro não inclina em demasia e transmite confiança nas curvas, mesmo nas mais apertadas. O nível de ruído interno é agradável.
Em nossos testes, o Fox 2015 equipado com o novo motor 16V justificou o aumento de potência e de torque e exibiu números melhores que a versão anterior. Na aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, ele foi 1s2 mais rápido, marcando bons 10s1. O mesmo ocorreu na retomada de velocidade de 60 km/h a 120 km/h em 4ª marcha: enquanto o modelo antigo precisou de 17s6 para cumprir a prova, o novo necessitou de 16s4, uma boa diferença, principalmente em uma avaliação tão importante em termos de segurança.
Mas, se agradou pelo nível de equipamentos, conjunto motor-câmbio e comportamento dinâmico, o VW Fox Highline 2015 deixa a desejar no quesito preço. Afinal, por R$ 48.490 (sem opcionais), é possível adquirir modelos maiores. Já a configuração intermediária Comfortline — responsável pelo maior número de unidades vendidas —, que custa a partir de R$ 41.490 com motor 1.6 8V, certamente será mais bem recebida pelo público, mesmo com o propulsor antigo.
Ficha técnica
Velocidade máxima (km/h): 189
Motor disposição/número de válvulas: Transversal, 16V, flex
Cilindrada (cm³): 1.598
Potência (cv): 110 (G) / 120 (E) a 5 750 rpm
Torque (mkgf): 15,8 (G) a 4 000 rpm / 16,8 (E) a 4 000 rpm
Câmbio: Manual, 6 marchas
Suspensão (dianteira/traseira): McPherson/eixo de torção
Peso vazio/cap. máx. de carga (kg): 1.105/415
Porta-malas (litros): 270
Peso rebocável (kg) (sem freio): 400
Tanque de combustível (litros): 50
Pneus (veículo testado): Pirelli P7 195/50 R16
Comprimento/largura/altura (mm): 3,868/1.660/1.552
Entre-eixos (mm): 2.467
Desempenho
Aceleração 0 a 100 km/h: 10s1
Retomada 60 a 120 km/h: 16s4
Frenagem 100 a 0 km/h: 39,2 metros
Ruído interno a 120 km/h em 6º marcha: 66,8 dB
Seu bolso
Preço R$ (carro testado): 48.490
Preço R$ (versão básica): 48.490
Garantia: 3 anos
IPVA R$ (4%): 1.940
Revisões R$ até 30.000 km: 746