Toyota Corolla GLi CVT

Já é costume a Toyota oferecer uma versão “pé de boi” para a configuração de entrada do Corolla. Foi assim com a antiga XLi (da geração anterior, que não trazia freios com ABS, por exemplo), manteve-se na rebatizada GLi da última reestilização e agora, novamente, na 11ª geração do três-volumes japonês.

Por R$ 69.990, o novo Toyota Corolla GLi exibe uma diferença significativa em relação à versão intermediária XEi. Nela, o ar-condicionado é convencional, os faróis são halógenos, não há luzes de neblina e as lanternas não têm LEDs. Por dentro, não há controlador de velocidade de cruzeiro, assim como retrovisor eletrocrômico, computador de bordo com tela tátil e airbags de cortina. Os bancos traseiros não trazem porta-copos nem são rebatíveis.

O novo Corolla abandonou o estilo conservador em favor de um visual mais jovial e moderno

À lista econômica de equipamentos de série soma-se o visual excessivamente sóbrio e espartano da cabine do Corolla. Os materiais utilizados no acabamento das portas parecem não se harmonizar entre si, com três tipos de plástico com acabamentos distintos e cores diferentes, além de uma parte em tecido. O painel, com a exceção do tecido, segue o mesmo padrão, e, como se não bastasse, sua ergonomia não é das melhores. Mas ressalte-se que, ao menos, o acabamento quase não exibe falhas.

Os ajustes dos bancos de tecido parecem frágeis e deixam a desejar no visual. Outro item que se destacou negativamente no veículo analisado foi o para-sol, que se desencaixou facilmente durante o manuseio.

O estilo do painel do novo Corolla causa estranhamento. O relógio e o alerta do airbag poderiam ter sido mais bem resolvidos

A simplicidade do Corolla GLi, no entanto, é atenuada quando o modelo é equipado com o novo câmbio CVT. O ganho em conforto, que já é garantido pela maciez dos bancos e do trabalho da suspensão (que absorve bem as imperfeições do solo), aumenta sensivelmente. O câmbio, que possui 7 marchas virtuais, confere um rodar ágil e progressivo, o principal trunfo do modelo.

Trabalhando com um motor 1.8 de 144 cv e 18,6 mkgf, o CVT responde de maneira ágil a diferentes pressões no pedal do acelerador, com destaque para as saídas de semáforo. Mesmo no kickdown, as trocas de marcha ocorrem de modo praticamente imperceptível. O melhor é que, graças a essa caixa, o sedã obteve bons resultados tanto no consumo quanto no desempenho.

Atrás, o novo Corolla abriga bem até três pessoas e os bancos são macios

Abastecido com etanol, na cidade, o Corolla registrou média de 7,4 km/l (10,2 km/l com gasolina), bons números para seu porte. Na aceleração, conseguiu a interessante marca de 10s4 na prova de 0 a 100 km/h.

Vale ponderar que, apesar da agilidade, a principal vantagem do câmbio CVT é proporcionar uma condução confortável. A evolução quase ininterrupta de velocidade e a central eletrônica atenta ao pico do torque contribuem para as manobras rápidas no trânsito urbano. Transmitir empolgação ou esportividade é a menor das preocupações do novo Corolla GLi.

Outro aspecto digno de elogios é o sistema de frenagem. Precisos, sem serem bruscos, os freios são ideais para as situações de anda e para na cidade. Na pista, somente a partir de 140 km/h o equipamento exibiu alguma variação ao frear até a imobilidade.

Chave canivete

Mas, mesmo com comportamento primoroso, essa versão de entrada do novo Corolla peca por oferecer pouco em termos de comodidade. Ainda mais quando se recorda que a concorrência, pelo mesmo preço, possui rivais com custo-benefício mais atraente.

Conclusão:

Média final técnica: 7,1

Média final de mercado: 7,1

O Corolla de entrada é caro pelo que oferece. Não ter bancos bipartidos por quase R$ 70.000 é um exagero. Por isso cabe à intermediária o papel de carro-chefe do modelo. Seu principal concorrente traz ar-condicionado automático e até controle de cruzeiro na opção mais acessível. Para quem quiser entrar no segmento dos sedãs médios, com capital mais limitado, a reflexão será inevitável. Contudo, quando equipado com o câmbio CVT, fica difícil superar o Corolla e seu comportamento dinâmico perfeito para a cidade.

Nossas medições

Aceleração 0-100 km/h: 10s4
Retomada 60-120 km/h em Drive: 9s3
Frenagem 80 a 0 km/h (m): 28 metros
Consumo cidade (km/l): 7,4
Consumo estrada (km/l): 10,8
Ruído a 120 km/h em Drive (dB): 64,8 dB

Dados da fabricante

Motor 4 cilindros, dianteiro, transversal, flex; Cilindrada 1.798 cm3; Potência 144 cv; Torque 18 mkgf; Câmbio automático, CVT; Rodas liga leve, 16”; Comprimento 4,62 m; Largura 1,77 m; Altura 1,47; Entre-eixos 2,70 m; Suspensão dianteira McPherson; Suspensão traseira eixo de torção; Porta-malas 470 litros; Peso 1 660 kg.

Seu bolso

Preço (versão avaliada): R$ 69.990

Financiamento (50% de entrada e saldo em 36X): 1,36%

Parcela: R$ 1.277

IPVA: R$ 2,799

Seguro: R$ 3.612

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