Até a Renault resolveu brincar com a própria “desgraça”, mostrando na campanha publicitária do novo Logan veiculada na TV que o carro agora está irreconhecível. Não é para menos: no mercado brasileiro, o sedã criou fama de espaçoso, porém, feio. Sábia decisão da marca em explorar esse fato com bom humor na peça publicitária. Ao falar de um problema apontado pelos críticos (o desenho), ela pode ficar mais à vontade para exibir o visual mais moderno, elegante e bonito do modelo.
A versão Authentique, testada aqui, é uma opção bastante interessante para quem está pensando em comprar um carro novo com motor 1.0 por menos de R$ 30.000. É claro que o desempenho não deve ser a sua prioridade, mas ele também não vai deixá-lo na mão nesse quesito. Dirigimos o Logan Authentique abastecido com etanol na cidade e na rodovia e, com dois adultos e porta-malas cheio, ele não rateou. Ao contrário, mostrou esperteza nas retomadas e quando o pedal do acelerador foi exigido um pouco mais. Numa comparação com dois concorrentes com motor 1.0, a retomada do Logan em nossa pista de testes foi de 22s4, enquanto que o Hyundai HB20S cravou 22s7 e o Chevrolet Prisma 22s5. Já a velocidade máxima, segundo a Renault, é de de 163 km/h com etanol e 160 km/h quando roda com gasolina no tanque.
Se o porta-malas de 510 litros continua generoso para a família e o banco traseiro oferece espaço de sobra para os ocupantes, há ressalvas a fazer no acabamento. No interior do sedã existem muitos rebites à mostra e, abaixo da alavanca do freio de mão, um parafuso sequer fica escondido. Está ali, para todo mundo ver. Tudo bem que o Authentique é a versão mais básica do Logan, mas um carro que custa quase R$ 30.000 poderia ser mais caprichado nesses detalhes.
O Authentique também não tem travamento automático das portas, mas ruim mesmo é abrir os vidros na base da manivela. Tudo pode ficar pior se objetos maiores forem alojados no compartimento nas portas. Isso impede o giro da manivela, detalhe que, pelo visto, o projeto não previu. Na volta de uma viagem, parei ao lado da cabine de pedágio e tive de tirar as caixas de suco para poder abrir o vidro. Ou seja: além de feio, esse sistema não é nada prático.
Seu bolso
Preço (carro testado): R$ 28.990
Desvalorização (1 ano): n/a
Garantia: 3 anos
Financiamento (taxa mensal): 0,99%
Parcela (50% de entrada + saldo em 36x): R$ 488
IPVA (4%): R$ 1.160
Seguro: R$ 1.512
1 revisão: R$ 187
Versão Básica: R$ 28.990
Média final: 6.0
O carro espaçoso e feio deu lugar a um sucessor ainda espaçoso, só que agora bonito. O motor 1.0 16V se sai bem, mas detalhes internos mereciam mais zelo da Renault. Além disso, a abertura manual das portas e dos vidros é de matar! – Mário Sérgio Venditti
Nossas medições
Aceleração 0-100 km/h: 16s3
Retomada 60-120 km/h em 4a: 22s4
Frenagem 100 km/h – 0 (m): 24,1
Consumo cidade (km/l): n/a
Consumo estrada (km/l): n/a
Ruído a 120 km/h em 5a (dB): 67,6
Dados do fabricante: Motor 4 cilindros, 16 válvulas, dianteiro, transversal, flex; Cilindrada 998 cm3; Potência 80cv a 5.750 rpm; Torque 10,5 mkgf a 4.250 rpm; Câmbio manual, 5 marchas; Tração dianteira; Comprimento 4,35 m; Largura 1,73 m; Altura 1,53 m; Entre-eixos 2,83 m; Porta-malas 510 l; Peso 1.028 kg