Lifan 530

A Lifan definiu uma meta difícil para o sedã 530 no Brasil. A marca pretende comercializar 300 unidades por mês do modelo, que terá de disputar espaço com outros 16 concorrentes, entre sedãs pequenos e compactos. Para isso, a empresa aposta na conhecida fórmula de outros modelos chineses vendidos no Brasil: preço atraente e uma generosa lista de equipamentos de série.

O interior do 530 não empolga nem pelo visual. O material empregado também deixa  a desejar

Por R$ 40.990, a versão Talent do 530 traz, além dos obrigatórios airbag duplo e freios com ABS, ar-condicionado, direção com assistência elétrica, computador de bordo, trio elétrico, faróis de neblina, luzes diurnas de LED e central multimídia com navegador e câmera de ré. Se no catálogo o carro se mostra atraente, a bordo dele o consumidor pode se decepcionar com o nível de acabamento encontrado na cabine do modelo e a impressão de qualidade que o carro transmite.

Por fora, o chinês chama a atenção pelos vincos no capô  e nas laterais

O interior do Lifan 530 exibe muitas falhas de acabamento, começando pelos materiais utilizados: plásticos que não agradam nem ao olhar, muito menos ao toque. Da mesma forma, o encaixe das peças também deixa a desejar. Na unidade avaliada, alguns porta-objetos estavam desalinhados e até desencaixados. Ao se acomodar, o motorista precisará de uma dose extra de paciência, já que as regulagens do banco são imprecisas e transmitem impressão de fragilidade. Não é fácil achar a posição ideal de dirigir.

Um ponto positivo fica por conta do espaço traseiro, suficiente para três adultos e beneficiado pelo piso plano, o que aumenta o conforto para as pernas de quem se acomoda ali.

Assim, dirigir o 530 não é uma experiência das mais prazerosas. O motor 1.5 de 103 cv e 13,6 mkgf proporciona um desempenho razoável, principalmente ao rodar na cidade. O câmbio, em compensação, não agradou, com engates muito imprecisos e ruidosos.

A falha no console é apenas um exemplo dos diversos defeitos  na cabine

Outra queixa, comum à maioria dos chineses, é a suspensão exageradamente macia, que não só prejudica a estabilidade do três-volumes em curvas, como também o conforto, já que o carro balança em demasia, o que não agrada ninguém. O ruído proveniente do motor também é percebido com muita facilidade, especialmente acima das 3.000 rpm, o que denuncia falha no isolamento acústico da cabine. Resumindo: para atingir seu objetivo no Brasil, a Lifan ainda precisa aprimorar a qualidade do 530.

Ficha técnica

Motor disposição/número de válvulas: Dianteiro, transversal/16
Cilindrada (cm³): 1.498
Potência (cv): 103 (G) a 6.000 rpm
Torque (mkgf): 13,6 (G) a 3.500 rpm
Câmbio: Manual, 5 marchas
Suspensão (dianteira/traseira): Independente/eixo de torção
Peso vazio (kg): 1.140
Porta-malas (litros): 475
Tanque de combustível (litros): 42
Pneus (veículo testado): Fate Sentiva 185/60 R15
Comprimento/largura/altura (mm): 4.300/1.690/1.490
Entre-eixos (mm): 2.550

Nossas medições

0-60 km/h (m): 4,9 (45,5)
0-80 km/h (m): 8,5 (115,2)
0-100 km/h (m): 13,3 (233,8)
0-120 km/h (m): 19,0 (410,8)

Retomadas

40-100 km/h em 3ª marcha: 14s1
60-120 km/h em 4ª marcha: 22s4
80-120 km/h em 4ª marcha: 17s1

Preço: R$ 40.990

Média final técnica: 5,6

Média final de mercado: 7,2

 

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