Atualização no visual - facelift na dianteira, destacando a nova grade

Agora flex e mais potente graças ao motor 1.5, a JAC tenta melhorar os números de venda de seu sedã compacto. De janeiro a abril deste ano apenas 762 unidades do J3 Turin ganharam as ruas, um número ínfimo quando comparado com as 13.130 de um Chevrolet Classic ou os 37.398 Fiat Siena (contando todas as versões do líder do segmento) que foram emplacados no mesmo período.

Na traseira, destaque para as lanternas que estrearam em 2013. As rodas têm aro 15"

Em relação ao J3 Turin 1.4, que segue em linha somente a gasolina, o S testado aqui custa R$ 2.000 a mais que o 1.4 e acrescenta 19 cv em relação a versão de entrada. Se você quer o sedã da JAC e está em dúvida se vale a pena pagar a diferença a resposta é fácil: opte sem dúvida nenhuma pelo 1.5. Além de oferecer melhor desempenho, seu consumo com etanol não foi ruim, com média PECO de 9,8 km/l frente aos 11,4 km/l do J3 Turin 1.4.

No interior, volante tem comandos do rádio e revestimento de couro

O problema para o sedã da JAC começa quando você pega a chave (que, por sinal, lembra a utilizada pela Audi em uma tentativa de enobrecer o modelo), abre a porta e começa a analisar o interior. Note os pedais na foto abaixo, por exemplo. Apesar do cuidado da superfície metalizada, a posição desalinhada, em especial da embreagem, não agrada.

1.5 flex - eficiente e capaz de oferecer bom desempenho, o motor se destaca no J3

Continuando a análise, você liga o rádio original, que tem bom aspecto e é integrado ao painel, porém a qualidade do som também não é das melhores. Além disso, incomodou a vibração excessiva que a unidade avaliada apresentou em marcha-lenta, sobretudo quando o ar-condicionado encontrava-se ligado.

 Por falar no ar-condicionado, ele deixou a desejar na hora de resfriar o interior. Em dias mais quentes (e levando em conta que o carro cedido pela JAC contava com película escura nos vidros) foi preciso deixar o ventilador do sistema trabalhar com intensidade máxima por um bom tempo até que a temperatura ficasse amena.

Com 490 litros, o porta-malas oferece boa capacidade

No restante do habitáculo agradam o tecido usado nos bancos, os detalhes em plástico “black piano” e o volante, que conta com revestimento de couro e alguns comandos do rádio. Nesse ponto é perceptível a influência que os importadores da JAC exerceram ao configurar o modelo destinado ao Brasil. O porta-malas de 490 litros é muito bom e coerente com a categoria.

Pois bem, depois de conhecermos o interior em detalhes, é hora de colocar a chave no contato, dar partida e acelerar. Ao volante, é possível perceber que o 1.5 é uma das qualidades do JAC. Não que o sedã ofereça respostas surpreendentes quando você movimenta o pé direito, afinal ele nem se propõe a isso, mas lida muito bem com as necessidades do uso urbano.

Só que, fora o “coração”, não existe muito mais a elogiar no JAC. Até que o câmbio agrada, mas os engates deveriam ser mais leves e suaves. A suspensão, que trabalha em conjunto com as rodas aro 15”, ainda mostra-se muito permissiva com os movimentos laterais da carroceria. Falta um pouco mais de firmeza ao conjunto, que mesmo assim é competente na absorção de irregularidades. Já a direção hidráulica tem bom “peso”, mas chega a incomodar em virtude de suas reações um tanto lentas.

Pedais tortos e fora do alinhamento: uma das falhas do interior do J3 Turin S

Mesmo com as melhorias promovidas na cabine e com a adoção do motor flex, o JAC J3 Turin S ainda é um automóvel que tem muitos aspectos a serem aprimorados. Um novo produto, que será fabricado na unidade que a empresa constrói em Camaçari, BA, deverá substituir tanto a linha J3 como a J2 e, aí sim, espera-se que essa nova geração possa sanar todos os pontos fracos deste chinês.

Conclusão:

Média final técnica: 5,9

Média final de mercado: 5,9

Se você precisa de um sedã compacto na faixa de preço do J3 Turin S e não quer abrir mão dos principais equipamentos de conforto, considere um Fiat Siena EL 1.4. Consolidado e robusto, ele entrega um conjunto mecânico melhor em relação ao JAC, apesar de perder um pouco em desempenho. Fora a análise técnica, como você pode ver nas notas ao lado, o J3 Turin S deixou a desejar nos atributos de mercado. Sua desvalorização é elevada, assim como os gastos com seguro e manutenção. A garantia, com tudo, merece destaque. – César Tizo

Dados da fabricante

Motor 4 cilindros, dianteiro, transversal, flex; Cilindrada 1.499 cm3; Potência (E) 127 cv; Torque (E) 15,7 mkgf; Câmbio manual, 5 velocidades; Rodas liga leve, aro 15″; Comprimento 4,15 m; Largura 1,65 m; Altura 1,46 m; Entre-eixos 2,40 m; Suspensão dianteira McPherson; Suspensão traseira independente; Porta-malas 490 litros; Peso 1.100 kg.

Nossas medições

Aceleração 0-100 km/h: 16s2
Retomada 60-120 km/h em 4º marcha: 23s7
Frenagem 80 a 0 km/h (m): 27,2 metros
Consumo cidade (km/l): 8,4
Consumo estrada (km/l): 12,8
Ruído a 120 km/h em 5º marcha (dB): 68,0 dB

Seu bolso

Preço (versão avaliada): R$ 41.690
Financiamento (50% de entrada e saldo em 36X): 0,99%
Parcela: R$ 701
IPVA: R$ 1.667
Seguro: R$ 2.063

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