Veículos com câmbio automático têm público cativo, principalmente entre aqueles que enfrentam diariamente o trânsito dos grandes centros urbanos. A afirmativa é de que o anda e para faz o motorista terminar o dia cansado.
A caixa que faz as trocas automaticamente já foi item disponível só em carros de luxo. Os consumidores brasileiros, até por falta de opções, por décadas contentou-se em comprar modelos só com trocas manuais.
Aconteceram algumas investidas tímidas para levar o veículo só com dois pedais a uma camada maior da população. Entre 1985 e 1990, a General Motors tinha em seu catálogo de produtos o Chevrolet Chevette com câmbio automático de três marchas. Em agosto de 1997, a fabricante de São Caetano do Sul passou a equipar o Corsa Sedan, que depois recebeu o nome de Classic, com o câmbio automático de quatro marchas, vendido até 2007.
No mesmo ano, a Peugeot incluiu no compacto 206 a opção de câmbio automático de quatro marchas. O irmão Citroën C3, que é fabricado na mesma arquitetura do Peugeot e embaixo do mesmo teto em Porto Real/RJ, chegou depois, em 2008.
A novidade agradou o público brasileiro, pois as marcas do Leão e do Chevron mantiveram a opção com trocas de marchas automáticas em catálogo, mesmo depois de lançar em 2012 a geração atual do C3 e, em 2013, a do 208.
Passados 5 anos, acontece uma inversão: o C3 recebe primeiro a caixa automática da fabricante japonesa Aisin de 6 marchas com modo Eco, Sport, Drive e opção de trocas manuais sequenciais feitas através da alavanca.
Segundo os técnicos da Citroën, a inclusão do novo câmbio não exigiu mudanças nas suspensões e coxins. As calibrações de amortecedores e molas permanecem as utilizadas no C3 com câmbio de quatro marchas.
A versão topo de linha, EXCLUSIVE EAT6 custa R$ 65.490 e traz faróis de neblina, luzes diurnas de LED, vidros e travas elétricos nas quatro portas, ajuste elétrico dos retrovisores externos, central multimídia com tela de 7 polegadas, para-brisa Zenith, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, limitador e regulador de velocidade, sensor traseiro de estacionamento, rodas de liga leve 15 polegadas e assistência de direção elétrica.
Ao adicionar pintura metálica (R$ 1.790,00) e sistema de navegação com GPS (R$1.000,00) o total é de R$ 68.280.
O motor é 1.6 16 válvulas VTI 120 Flex Start com 1.587 cm³, o qual tem potência de 115 cv (G)/118 cv (E) a 5.750 rpm e torque de 16,1 kgfm a 4.000 rpm (quando abastecido com gasolina ou etanol).
O motor é montado em bloco de alumínio, tem comando de válvulas variável na admissão e não utiliza o tanque auxiliar de gasolina para a partida a frio.
A suspensão dianteira do C3 é independente McPherson, porém a Citroën chama de ‘Pseudo McPherson’, e na traseira eixo de torção. Os freios são a discos ventilados na parte da frente e tambores na traseira.
Na pista
Na pista de testes, o C3 levou 12s1 para chegar aos 100 km/h. As retomadas de 40-100/60-120/80-120 km/h foram feitas em, respectivamente, 9s4/12s8/9s7. Para manter a velocidade de 100 km/h necessita de 2.500 rpm.
Na cidade, o hatch da fabricante francesa roda até 7 quilômetros com 1 litro de etanol, enquanto na rodovia o consumo é de 9,9 km/l com o mesmo combustível.
Tem trocas macias nas retas, porém, o que causa maior desconforto é ao enfrentar uma subida, o câmbio parece pensar se vai fazer a troca ou não.
Design parou no tempo
No visual externo, o desenho arredondado da carroceria do Citroën C3 mostra desgaste. Como descrito no início, ele está no mercado dede 2012 sem atualizações. As mudanças foram internas e incluíram central multimídia, capacitada para espelhar smartphones. Também houve a troca do motor da opção de entrada: era 1.5l e passou a ser 1.2l PureTech 3 cilindros.
No interior, o velocímetro e conta-giros são analógicos, enquanto o ar-condicionado é digital. O computador de bordo aponta consumo médio, instantâneo, autonomia, velocidade média e distância.
A carroceria do compacto da Citroën tem comprimento de 3,94 m, com distância entre os eixos de 2,46 m. O porta-malas tem capacidade para 300 litros.
A principal novidade do C3, a caixa de câmbio automática com 6 marchas necessita de ajustes, o que irá melhorar o desempenho do carro, principalmente em condições de aclive. Uma atualização no visual caíra bem para o modelo e com ela incluírem um interior mais funcional.
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