Você já tinha visto aqui no CARRO ONLINE que a Volkswagen apresentaria pela primeira vez seu mais novo conceito de SUV compacto, o T-Cross, durante o Salão de Genebra, na Suíça, que acontece nesta semana. O que ninguém esperava é que os alemães levassem uma versão conversível do estudo, em vez de uma mais próxima do que será a versão de produção. O T-Cross Breeze (“brisa”, em inglês), terá a missão de balizar a nova família de esportivos utilitários da companhia, ostentando um padrão visual novo e motor 1.0 turbo.
O conceito T-Cross Breeze é baseado no compacto Polo, mas suas dimensões são ligeiramente maiores que as do “primo”. O comprimento mede 4,13 m, que proporciona uma distância entre-eixos de 2,56 m (quase a mesma medida do Jeep Renegade, com 2,57 m, mas menor que o Honda HR-V, com 2,61 m, possíveis futuros rivais). A largura mede 1,79 m e a altura 1,56 m, que também corresponde à média do segmento.
Quanto ao design, a Volkswagen mudou completamente sua abordagem para a vislumbrada gama de SUVs. Em vez de adotar estilos similares (ou praticamente idênticos como fez com seus hatches e sedãs há alguns anos, vide as caras parecidas de Gol, Fox, Jetta e Passat), cada segmento de SUV da marca terá um design distinto. Enquanto o Tiguan, apresentado no ano passado, ostenta um apelo mais robusto, o T-Cross prevê um aspecto mais amigável (por que não até mais simpático?) ao utilitário.
O abuso das formas quadradas, sobretudo na frente, sublinhada pela moldura quadriculada de LED de uso diurno em volta dos faróis de neblina, dá o tom amistoso do T-Cross. A grande frontal é mais fina e, se forçarmos a imaginação, até pode lembrar um sorriso tímido pelo formato em uma espécie de “V” conectando os dois faróis. Nas laterais, apenas um vinco percorre o carro todo, do paralama da roda da frente esquerda ao da direita caracteriza a linha de cintura do carro, enquanto que a traseira se destaca apenas pelo desenhor estilizado das lanternas.
A carroceria de duas portas (mas com configuração interna para quatro ocupantes) e as formas quadradas não ajudam a diminuir o estranhamento de ver um SUV conversível (o Range Rover Evoque conversível, pelo menos, tem linhas mais dinâmicas para atenuar o efeito “tijolo” do utilitário com teto retraído).
Por dentro, a principal referência do T-Cross Breeze é o conceito elétrico Budd-e (a van futurista apresentada no último Consumer Electronics Show em Las Vegas, nos EUA). Isto é, a Volkswagen recheou a cabine de tecnologia, com paineis com telas grandes sensíveis ao toque e comandos por gestos no console central e um quadro de instrumentos todo digital. Até os comandos do volante seriam “touchscreen”. O resultado parece distante do que será aprovado para a produção, mas não deixa de apontar o futuro das cabines da Volkswagen.
Sob o capô, o T-Cross Breeze pega emprestado o conjunto de motor e câmbio do Polo Bluemotion: um motor 1.0 turbo de 110 cv e 17 kgfm de torque, acoplado a uma transmissão DSG de dupla embreagem de sete velocidades. Pesando 1.250 kg, a relação entre peso e potência de 11,3 kg/cv não prevê um desempenho muito animador (a Volkswagen imagina uma aceleração de 0 a 100 km/h em 10s3), mas a eficiência do modelo agradaria: cerca de 19 km/l a gasolina, atingindo uma autonomia de quase 800 km.
Assim como a maioria dos SUV compactos, o T-Cross Breeze só envia força às rodas da frente. Ainda assim, a Volkswagen planeja equipá-lo com uma tecnologia de reconhecimento de terreno, por meio dos dados topográficos de navegação, que permitiria ao utilitário adaptar a tração dianteira ao tipo de via em que o carro estaria trafegando. Chamado de Active Info Display, o recurso geraria uma mensagem no quadro de instrumentos confirmando a identificação do terreno e informando que o modo de condução off-road estaria ligado.
Ainda não há confirmação de quando o T-Cross (Breeze ou não) chegará ao mercado. A expectativa é que isso ocorra somente em 2018.
