Competidores
Honda Civic EXR 2.0: É a versão topo de linha, equipada com o novo motor 2.0 flex de 155 cv. Custa R$ 83.990 e responderá por 20% das vendas.
Por quê? Para o consumidor dos sedãs mais caros, desempenho é fundamental. Com o novo motor, o Civic terá de mostrar tudo o que pode!
Toyota Corolla Altis: Versão mais sofisticada do sedã médio mais vendido do país. Com motor 2.0 de 153 cv, custa R$ 85.000.
Por quê? É o carro a ser batido no segmento. Bom de mercado, oferece bom desempenho e praticidade. Não tem mais nada para provar.
O ano mal começou e a eterna rivalidade entre os dois sedãs médios mais vendidos do país, responsáveis por nada menos que 43% do segmento, subirá à estratosfera. Tudo porque a Honda finalmente equipou o Civic com o mesmo 2.0 do CR-V e reconheceu o que a Toyota já sabia: o consumidor dá valor aos números na tampa traseira.
O Corolla 2.0, lançado em março de 2010, foi o grande responsável por atribuir um status superior ao conhecido Toyota, que conserva a sua base desde 2008. Ele entrou nas versões XEi e Altis, antecipando-se ao novo Honda Civic, maior — inclusive no porta-malas —, que só viria às ruas em 2012.
Além disso, o cliente de sedãs médios é sensível às mudanças e sempre quer conferir o gosto de uma novidade, como atesta Alfredo Guedes, gerente de relações institucionais da Honda, que afirmou: “O novo Civic foi um sucesso no Brasil; se conseguíssemos produzir mais, teríamos ultrapassado o Corolla.” Em 2012, a diferença entre os dois foi de 5.875 unidades em favor do modelo da Toyota.
Agora, junte essa percepção à transferência da produção do Honda City para a Argentina (o que, em tese, permitirá uma ampliação da linha de montagem do Civic no Brasil) e não é difícil imaginar que o Civic 2.0 será, efetivamente, o que faltava para a marca retomar a liderança perdida.
Agora o Civic possui as versões LXR (que substitui a LXL), por R$ 74.490, e a EXR (no lugar da EXS), por R$ 83.990, e conta com 155 cv (com etanol), ou 15 cv a mais que o 1.8 anterior, que passa a equipar apenas a versão LXS.
Por fim, para o duelo entre os líderes do segmento, escolhemos as versões topo de linha do Honda, ou seja, a EXR, e a Altis do Toyota Corolla. Afinal, quem quer status a bordo de um sedã médio não pode fugir destas opções. Será que agora, com motor 2.0, o Civic vai desbancar de vez o tetracampeão de vendas da Toyota?
Partindo daquilo que os dois oferecem, a resposta é sim. É claro que o dono de um Corolla está mais precupado com o conforto e com a confiabilidade do que com mimos tecnológicos. Contudo, é incompreensível que a Toyota não disponibilize uma central multimídia em um carro de mais de R$ 80.000! O rádio, apesar de prático e de fornecer um som de boa qualidade, tem aparência antiquada, principalmente se comparado com o de qualquer outro sedã médio mais sofisticado.
Já o Civic é um escândalo. Não bastasse o painel futurista, com velocímetro digital, ele ainda traz o i-Mid, um computador de bordo completo, que permite, entre outras funções, que você grave e exiba fotos no quadro de instrumentos! Isso sem falar do GPS e da central multimídia, de série, com tela tátil. O dono de um Corolla pode até se vangloriar dos ajustes elétricos no seu banco e dos faróis de xenon, ausentes no Civic. Mas, em termos de status e de “carinho com o cliente”, o teto solar e a câmera de ré com tela no painel agradam mais.
O Civic também mostra-se mais adequado para quem passa um bom tempo ao volante. A posição de dirigir mais baixa cansa menos. Nessa relação entre homem e máquina, o Honda também leva vantagem por oferecer direção com assistência elétrica “inteligente”, que se conecta ao controle de estabilidade e força manobras corretivas em situações críticas, endurecendo a direção se a correção for para o lado errado.
Já no Corolla, a direção tem assistência elétrica, e só. O Toyota também fica devendo controles de estabilidade e de tração. Não que você queira utilizá-los, mas são itens que é sempre bom saber que estão ao seu dispor. A suspensão do Civic — multibraço no eixo traseiro — confere segurança à tocada, enquanto o conjunto do Corolla dá clara preferência ao conforto e ao silêncio a bordo.
Se o seu problema é espaço, os dois praticamente se equivalem, sendo que na frente, a impressão é de que o Civic é maior. Os porta-malas de ambos se equivalem, e, na versão 2013, a Honda revestiu os braços das dobradiças e a tampa do porta-malas, conferindo uma impressão de qualidade maior ao modelo.
Mas, muito disso você já tinha visto quando o Civic topo de linha ainda era o EXS 1.8. E agora, com o motor 2.0, como ele ficou? Bem, antes vale lembrar que a marca não apenas adaptou o motor e o câmbio e pronto. Ela também desenvolveu uma partida a frio que dispensa o uso de gasolina nas partidas a frio. Esse sistema funciona desde o momento que você destrava as portas — com uma nova chave estilo “canivete” —, quando a central eletrônica checa a temperatura ambiente e verifica se é necessário aquecer as válvulas de injeção, já que esse procedimento só ocorre abaixo de 20 °C.
Na pista, “boa parte da potência extra só é sentida acima das 5.000 rpm, mas o torque — 1,8 mkgf a mais — está mais perceptível”, como explicou Alfredo Guedes. Dito e feito. Na prova de acelaração de 0 a 100 km/h, o EXR 2.0 foi 0s9 mais rápido que o 1.8, e apenas 0s2 pior que o Corolla. A prova de que os 15 cv a mais estão lá no fim das rotações se explica pelo fato de ele levar 19s1 para ir de 0 a 140 km/h, enquanto o rival precisou de 19s7.
Por outro lado, o câmbio do Corolla, mesmo com uma marcha a menos, deu mais fôlego ao 2.0 VVTi de 153 cv nas retomadas. Não foi possível medir o consumo, uma vez que o Honda não pôde sair da pista de testes.
O Toyota também se deu melhor nas provas de ruído e na qualidade ao rodar. A falta de um quebra-ondas no tanque do Civic permite ouvir o combustível chacoalhando no reservatório. Apesar de a Toyota cobrar mais pelas revisões até os 30 000 km (R$ 919 contra R$ 568 da Honda), o ponto alto do Corolla é o seguro, cujo valor é R$ 980 mais barato que o do Civic. Mas esta vantagem não foi suficiente para conferir um melhor resultado ao Toyota nesta briga, vencida pelo sedã que une bom gosto à tradição, sem esquecer que o mundo mudou bastante.
Conclusão:
1º Honda Civic EXR: média final 7,8
Se ele já possuía uma lista de vantagens frente ao Corolla, a adoção de um motor mais potente e o status do “2.0” só ampliaram esta condição. Com um desempenho mais próximo dos concorrentes topo de linha e sua lista de equipamentos de série, o Civic corresponde aos R$ 83.890 cobrados por ele. Enquanto teto solar elétrico, GPS e central multimídia são opcionais, ou por vezes, inexistentes em alguns concorrentes, ele traz tudo de série. A Honda não cobra nem pela pintura metálica, e a manutenção — exceto pelo preço elevado do seguro — não assusta. A referência em dirigibilidade e a tecnologia aplicada à dinâmica aliados à nova motorização também contribuem para que ele seja cada vez mais o sedã médio preferido dos brasileiros em 2013.
2º Toyota Corolla Altis: média final 7,7
É difícil não gostar dele, mas a cada lançamento no segmento, o Corolla torna-se uma opção menos valorizada. É claro que ele sempre vai vender muito, pois entre os sedãs médios nacionais, virou praticamente uma instituição de respeito, mas precisa de renovação. Não é concebível que um carro de mais de R$ 80.000 prive o seu dono de um teto solar elétrico ou de um sistema multimídia com GPS e monitor tátil, além de um computador de bordo moderno. O conjunto mecânico continua sendo uma referência, mas a Toyota tem de melhorar aquilo que o cerca.
Opinião de:
Leonardo Barboza: A briga pela liderança entre os sedãs médios é acirrada. Com a fama de veículos robustos, confiáveis e com qualidade de acabamento, Civic e Corolla se diferenciam nos detalhes de equipamentos de que cada um oferece. O Honda, com o novo motor 2.0 e sistema FlexOne que dispensa o uso de gasolina na partida a frio, possui, na versão topo de linha, GPS e teto solar. Com todos esses diferenciais, meu voto fica com o Honda Civic.
João Anacleto: Quando entro em um Corolla me pergunto “o que mais eu preciso?”, mas quando dirijo o Civic, encontro tais respostas. É difícil falar mal do Corolla, mas já está na hora de atualizá-lo, sem mexer na maneira como ele se comporta. Deve-se potencializar o que o carro oferece a quem se dispõe a pagar tanto por ele. Não sou um fanático por gadgets, mas nessa categoria, não admito ficar sem GPS, computador de bordo completo e, pelo menos, teto solar. Por isso, vou de Civic!