A Jeep promete causar um grande impacto no segmento dos SUVs compactos no Brasil. E as armas que a marca apresentou para isso reforçam suas chances para cumprir tal objetivo. Enquanto isso, Mercedes-Benz apresenta portfólio com enfoque na esportividade e a Volkswagen deixa a desejar com apenas dois lançamentos coadjuvantes no Salão. 

Apesar de outros modelos da Jeep terem ganhado versões diferentes, a apresentação da marca se concentrou exclusivamente no lançamento do Renegade, próximo carro-chefe da americana no Brasil, conforme as expectativas da empresa. Desdenhando dos rivais, Michael Manley, CEO global da Jeep, foi taxativo ao lembrar que “mesmo se os concorrentes do Renegade dizerem que produzem SUVs, eles nunca conseguirão fazer um Jeep”, exaltando seu produto como único “SUV robusto e versátil”. 

Prometido para chegar ainda no primeiro semestre de 2015, o Renegade, que será produzido na planta de Goiana, PE, terá uma ampla gama de opções de acabamento e motorização aos consumidores. Serão três versões: Sport, Longitude e Trailhawk. Todas elas contarão com a opção do motor turbodiesel 2.0 de 170 cv, o único confirmado até agora (embora seja quase certo que ele seja equipado, também, com um motor 1.8 flex já usado em alguns modelos da Fiat). Segundo Sérgio Ferreira, diretor da Jeep para a América Latina, este propulsor pode alcançar uma autonomia de 950 km.

Quanto às transmissões, as alternativas serão um câmbio manual de cinco marchas, um automático de seis e outro automático de nove velocidades. Já a tração poderá ser tanto dianteira quanto 4×4, sendo que a top de linha, Trailhawk, será equipada com o recurso Selec Terrain, que permite alternar o comportamento do carro de acordo com as especificidades do solo. 

A empresa não revelou nenhuma meta de vendas para o Renegade no Brasil, mas Ferreira afirmou que a expectativa é alcançar a liderança do mercado. “A participação de SUVs no mercado brasileiro está abaixo da média regional, portanto vemos uma grande oportunidade (para obter sucesso com o Renegade).” Isto é, apesar de não ter revelado os preços, a Jeep mira o confronto direto com Ford Ecosport e Renault Duster, além de outros concorrentes maiores ou de outras categorias, os quais não foram especificados pelo diretor.

Parte da estratégia de comercialização do Renegade é o crescimento da rede de concessionárias da marca. Até 2016, serão 200 lojas das em funcionamento, sendo que para as vendas do SUV compacto, a empresa contará com concessionárias exclusivas da Jeep.

INVASÃO DA AMG

Com uma apresentação pomposa, com direito às participações da cantora Claudia Leitte e do piloto de Fórmula 1 Felipe Massa, a Mercedes-Benz fez um mix de novidades e lançamentos recentes já conhecidos do público (como o C 250 Sport e o CLA 45 AMG). 

Comercialmente, o principal destaque é a chegada da versão perua do Classe C, gama responsável por 70% das vendas da marca. O C 180 de Touring dispõe de um porta-malas de 480 l e 10 cm a mais no comprimento. Ele já começa a ser oferecido logo após o salão R$ 154.900.

Depois do apelo familiar a Mercedes-Benz se concentrou em seu braço mais esportivo, a AMG. Os consumidores já poderão encontrar a versão mais apimentada do SUV pequeno GLA, o 45 AMG, com motor 2.0 de 360 cv, nas lojas, por R$ 289.900. 

Além dele, o S 63 AMG Coupé também marcou presença na apresentação da Mercedes. Com motor V8 biturbo 5.5 de 585 cv e 90 kgfm de torque, o modelo só desembarca por aqui no primeiro trimestre de 2015, com preço sugerido de 349.900. Uma opção mais imediata no mercado é o CLS 63 AMG, também V8 biturbo 5.5, só que com 557 cv e 72 kgfm. Este já fica disponível ao consumidor, por R$ 251.900, logo após o Salão. 

Mas o grande destaque da original de Sttutgart ficou por conta do recém-lançado mundialmente AMG GT. O substituto do SLS AMG deve chegar por aqui só a partir de abril do ano que vem e não teve seu preço revelado. O modelo é impulsionado pelo novo motor da AMG, o V8 biturbo 4.0 de 510 cv e 65 kgfm de torque, capaz de fazê-lo acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 3s8, segundo dados da fabricante.

O clima da apresentação da Mercedes-Benz foi bastante descontraído e otimista, muito por conta do bom ano que a marca vem tendo, especialmente no Brasil. Por aqui, tudo indica que a empresa quebrará um recorde de vendas ao comercializar cerca de 12.000 unidades em 2014, um crescimento de 25% em relação ao ano passado. “Nós temos o mais amplo portfólio de modelos entre as marcas Premium do Brasil, com uma frota totalmente renovada”, exaltou Dmitris Psillakis, diretor geral de automóveis da Mercedes-Benz. No mundo, a marca aumentou suas vendas em 9%. 

MAIS DO MESMO

Contrariando as expectativas dos jornalistas presentes na cobertura do Salão, após um esquema cuidadoso para “esconder” suas novidades, a VW trouxe ao evento dois modelos com estratégias bem conhecidas no mercado: as versões cross do compacto up! e do hatch Fox. 

Ao menos em relação ao novo Cross Fox, o apelo aventureiro é minimamente justificado, devido a suspensão 4,8 cm mais elevada e pneus mais largos que os da versão convencional. Além disso, o hatch dispõe de uma função chamada “Off-road”, recurso que melhora a frenagem em estradas não pavimentadas. Acionando o botão no painel, o dispositivo provoca ciclos de travamento da roda, que prometem reduzir o espaço de frenagem em condições menos aderentes. Em complemento à segurança do modelo está o controle de tração que ajuda a diminuir o escorregamento das rodas. 

Posicionada acima da versão topo de linha da gama (a Highline), o Cross Fox oferece uma lista generosa de itens de série, como sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, assistente de partida em rampas, direção elétrica e rodas de liga leve aro 15’’. Entre os opcionais, estão: piloto automático, sensor crepuscular e de chuva, retrovisor interno fotocrômico e controle eletrônico de estabilidade. 

Sob o capô, o Cross Fox é impulsionado pelo novo motor 1.6 da VW, de 120 cv de potência e 16,8 kgfm. A transmissão que o acompanha é a nova manual de seis marchas ou a I-Motion, automatizada, de cinco velocidades. Os preços ainda não foram divulgados.

Já o cross up! se limita às mudanças estéticas. A VW aposta apenas na peça prateada (chamada de brasão) sobre a grade frontal (agora com desenho de colmeia), rack de teto e no revestimento de plástico nas molduras nos para-lamas, soleiras das portas e para-choques (item característico desse tipo de modelo). Quanto aos equipamentos, ele poderia ser mais convidativo, faltando a adição do ar-condicionado e do rádio na lista de itens de série. A versão manual do compacto aventureiro custa R$ 38.040 e a I-Motion R$ 40.960.

Para a apreciação dos admiradores, a Volkswagen traz ao seu estande a versão Variant R-Line do Golf, que, “dependendo da aprovação do público”, poderá vir ao Brasil, conforme os executivos da marca. Pelo mesmo teste passará o VW Golf GTE, versão híbrida plug-in do hatch médio, equipada com um motor à combustão 1.4 TSI de 150 cv e outro elétrico de 102 cv (isto é, potência combinada de 204 cv). Já o novo Touareg R-Line também foi anunciado como lançamento, previsto para chegar durante os primeiros três meses do próximo ano. 

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