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Teste de resistência teve 50.000km rodados a bordo do pequeno sedã

Por Marcos Camargo Jr. Fotos: Renault/Divulgação

 

Em 1964 a Willys Overland, marca que produziu o Dauphine e Gordini sob licença da Renault, promoveu um evento para testar a resistência do sedã compacto que era produzido aqui desde 1959.  No último final de semana a Renault promoveu um desfile de clássicos como Gordini, Dauphine, R8 e Interlagos no autódromo mais famoso do Brasil celebrando a data.

Nos anos 1960 o Gordini tinha aceitação relativamente grande no mercado porém tinha fama de ser um carro frágil. Sua suspensão com buchas frágeis, trambulador de câmbio problemático e falhas de qualidade na montagem levaram ao apelido do carro de “Leite Glória: desmancha sem bater” em alusão ao lácteo em pó.

Assim, em outubro de 1964, há quase 60 anos, a Willys planejou um evento com pilotos profissionais para comprovar a qualidade do Gordini. Ele cumpriria o recorde de resistência ao rodar 50.000km sem parar no autódromo de Interlagos em São Paulo. O teste foi homologado por Paul Massonet representante da Fia que veio atestar os números da avaliação ao longo de 22 dias.

Na época Interlagos não tinha o padrão internacional de competição e foi construída uma estrutura para abrigar os profissionais envolvidos no recorde com posto de observação, alojamentos e até pista de Autorama para os momentos de distração.

Um Renault Gordini bege foi escolhido da linha de produção e enviado para Interlagos sem qualquer preparo específico. O carro foi  conduzido ao longo de 22 dias pelos pilotos da equipe Willys como Bird Clemente, Luiz Pereira Bueno, José Carlos Pace, Chiquinho Lameirão, Wilson Fittipaldi Jr, Carol Figueiredo e Geraldo Meirelles. Também Vladimir Costa, Danilo de Lemos e Vitório Andreatta além de Luís Antônio Greco, ex-chefe da equipe.

 

Recorde de resistência

 

O Renaut Gordini cumpriu o teste ininterruptamente mesmo com um incidente ocorrido no oitavo dia. Bird Clemente deixou o carro escapar em uma parte de asfalto recém feita e o carro capotou mas foi desvirado e desamassado para voltar à pista e seguir sem mais dificuldades.

Como estratégia de marketing o carro recebeu uma inscrição na carroceria com o apelido “Teimoso” e finalizou o teste com 133 recordes quebrados como velocidade média de 97km/h.

O Renault Gordini teve várias versões como o Pé de Boi, um modelo de entrada raríssimo e o 1.093 que era um esportivo de série limitada. O carro saiu de linha em 1968 mesmo tendo recebido anos antes uma revisão de qualidade e novos freios a disco. Virtualmente a linha Renault esteve presente nos motores 1.4 usados no Corcel que evoluiu para os motores CHT nos anos 1989 e seguiu até os anos 1990 no Brasil.

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