Com pegada aventureira e melhoria nos freios, Kwid Outsider inaugura linha 2020 do hatch subcompacto
Ousadia marca a trajetória do Kwid em seus quase dois anos de lançamento no Brasil. Desde o comercial coproduzido pela Marvel, passando pela plataforma de vendas 100% online do modelo, até a polêmica opção de posicioná-lo como o “SUV dos compactos”. Quinto automóvel mais vendido do País, o hatch subcompacto agora estreia uma nova versão de topo com visual “aventureiro”. E a campanha de lançamento inclui mais uma superprodução, com um remake no estilo live-action do desenho animado “Caverna do Dragão”.
O Kwid Outsider aposta na diferenciação visual. Por R$ 43.990, traz pacote de estilo com apliques plásticos ao redor dos faróis de neblina e na base das portas, barras longitudinais no teto (apenas decorativas) e calotas na cor preto brilhante. Não houve elevação da suspensão, mas melhoria importante está no sistema de freios: os discos do eixo dianteiro passam a ser ventilados, o pistão da pinça aumentou em diâmetro e o cilindro-mestre e a câmara de vácuo do servofreio estão maiores. A mudança vale não somente para o Outsider, mas para as demais versões na linha 2020. O motor segue o 1.0 da família SCe, que desenvolve 70 cv de potência a 5.500 rpm e 9,8 kgfm de torque a 4.250 rpm (com etanol).
No campo de provas da ZF, em Limeira (SP), o Outsider parou apenas 0,2 metro antes que a versão Intense na frenagem de 100 km/h a zero – foram 41,5 metros percorridos, ante os 41,7 m da antiga configuração de topo. A melhoria da adoção dos discos ventilados apareceu na prova que avalia a resistência ao superaquecimento dos freios. O Outsider resistiu de forma mais adequada às 10 frenagens com 200 kg de carga no porta-malas. O intervalo entre a melhor e a pior marca caiu de 6,8 metros no Intense para 3,7 m no modelo 2020.
Já em acelerações e em duas das três retomadas, a novidade ficou para trás do modelo testado anteriormente. Ele foi de zero a 100 km/h em 13s1, ante 12s3 registrados pelo Intense. Na passagem de 40 a 100 km/h, o Outsider ficou apenas 0s3 paras trás, com 12s7 registrados. Já na prova de 80 a 120 km/h, o aventureiro foi 1s9 mais lento, com 14s9 ao todo (ante exatos 13s no Intense). A única onde o Outsider se saiu melhor foi a prova de 60 a 120 km/h, baixando o tempo de 21s2 para 20s1. Em consumo, foram 9,9 km/l na cidade e 12,8 km/l na estrada (números sempre com etanol, vale ressaltar).
Por dentro
Na cabine, os bancos trazem o nome da versão e elementos como volante, alavanca de câmbio e frisos das portas têm detalhes na cor laranja. A aparência é mais interessante do que a vista no Kwid Intense, que tem aplique nos bancos que simulam couro na cor clara. A lista de equipamentos de série inclui quatro airbags, ar-condicionado, direção com assistência elétrica, retrovisores com ajuste elétrico, câmera de ré e ganchos Isofix.
Boa novidade é a central multimídia Media Nav Evolution, compatível com os sistemas de espelhamento Android Auto e Apple CarPlay. A tela de sete polegadas é simples de operar e traz agora comandos de voz, que pode ser acionado por um botão ao lado do ajuste de volume. As entradas USB e auxiliar, por sua vez, passaram do topo da multimídia para o console central. Com isso, o fio de carregamento do celular não fica pendurado sobre o painel.
Encontrar a melhor posição de dirigir não é muito fácil no Kwid: faltam regulagens de altura e distância para o volante, além de ajuste de altura para o banco. Desta forma, motoristas com mais de 1,85 m podem ter a leitura do quadro de instrumentos prejudicada – o aro do volante pode encobrir parcialmente o velocímetro. Com colunas traseiras largas, a visibilidade para trás é ruim – a câmera de ré ajuda neste sentido.
Apesar das medidas externas modestas, o porta-malas tem capacidade para bons 290 litros. Já o espaço para ombros é diminuto mesmo para os ocupantes dos bancos dianteiros, devido aos 1.579 mm de largura.
A sensibilidade do pedal de freio está ligeiramente melhor com as melhorias feitas pela Renault. Na cidade, o Kwid agrada pela agilidade e pelo tamanho diminuto, que ajuda muito ao trocar de faixas. O mesmo não pode ser dito do ruído do motor, sempre presente na cabine desde as rotações mais baixas. Na estrada, menos assistência elétrica na direção seria bem-vinda. A turbulência provocada pelo fluxo de caminhões e outros veículos grandes compromete a estabilidade direcional a 120 km/h. Características que reforçam que o ambiente preferido do Kwid “forasteiro” continua a ser a cidade.
Veja a tabela de teste com os números de pista do Renault Kwid Outsider:
Tenho um Logan G2 1.6 manual, que na cidade faz 13 km por litro, e qndo vi que esse pequeno carro, 1.0, faz médias de 10- km/l, desanimei… Gosto muito da Renault, mas o motor potente não é o forte da marca, isso é um fato.