Como você viu nesta quarta-feira (5), o mês de setembro foi bem ruim para o mercado automotivo. As vendas caíram 19,53% e a maioria dos modelos mais vendidos sofreu quedas no período. Nem mesmo o fenômeno Corolla escapou da baixa e acabou sofrendo um recuo de 20%, totalizando 4.797 unidades vendidas no último mês. Porém, com um olhar mais atento, é possível perceber que a partir de agora, a crise não será a única ameaça do reinado do Corolla em 2017.  

Liderança do Corolla no segmento pode ser ameaçada em 2017

Embora o sedã da Toyota já tenha garantido (há meses) o topo do segmento dos sedãs em 2016, acumulando mais unidades vendidas do que seus outros nove concorrentes diretos (como mostra a tabela abaixo), seu arquirrival Civic, cuja 10ª geração estreou em julho no Brasil, já dá sinais de que dará trabalho ao Corolla. Após pouco mais de um mês e meio de vendas, o Honda conseguiu ser emplacado 2.007 vezes, um crescimento de 345% entre agosto e setembro.

Ranking dos sedãs médios mais vendidos, segundo a Fenabrave

É claro que este salto nas vendas quando ocorre a troca de uma geração é sempre esperado, uma vez que o Civic anterior já vinha diminuindo suas vendas desde junho. Contudo, não dá para negarmos o potencial que o Honda tem para superar o Corolla, não só por conta da evolução em design, tecnologias e equipamentos (distribuídos em mais opções de versões) do Civic, mas porque, historicamente, sempre que um destes dois rivais se atualiza a tendência é a de que o novato assuma a ponta do segmento.

Décima geração do Civic tem a missão de retomar bom volume de vendas

Para ajudar o Civic, a Toyota não deve aplicar nenhuma renovação no visual do Corolla este ano. E também não há nenhuma previsão de quando isso ocorrerá em 2017, ainda que em outros mercados (como nos Estados Unidos) ele já esteja com outra cara. “Em time que está ganhando não se mexe”, eles podem pensar, mas a questão agora é: até quando ele continuará na frente?

O Chevrolet Cruze, que também apareceu com tudo novo este ano no Brasil, era outro modelo que poderia abocanhar uma parcela maior de consumidores do segmento para si (atrapalhando a vida do Corolla), mas até o momento a sua segunda geração ainda cresce de maneira tímida. Se compararmos as 1.442 unidades vendidas dele em setembro deste ano com as 1.051 do mesmo mês em 2015 teremos um crescimento de 37%, mas parece pouco dado o peso da evolução que o modelo ganhou. 

Nova geração do Cruze também pode atrapalhar a vida do Corolla

Talvez num ambiente menos hostil em 2017 (a esperança é a de que o mercado começe a reagir, ainda que sutilmente, ano que vem) podemos aguardar um desempenho melhor do Cruze, tornando a competição dos sedãs médios mais acirrada para o Corolla. Mas só mesmo o tempo irá dizer até quando a boa vida do Toyota vai durar. Para nós, entusiastas e potenciais consumidores, o melhor seria que o sinal de alerta ligasse em breve na Toyota, pois já passou da hora do sedã receber um tapa no visual e equipamentos já imprescindíveis no segmento, como controle de estabilidade. Num mercado mais disputado, quem ganha é o consumidor. 

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