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Embora seja a principal cidade do estado de Michigan, Detroit ganhou fama nos últimos anos por estar em um processo de falência e também por estar diminuindo de tamanho. E como não poderia ser diferente, essa crise também afetou o NAIAS (North American International Auto Show), o Salão de Detroit. Primeira grande mostra automotiva do ano, a exposição mostrou força desta vez, com os esportivos dominando a cena.

A principal atração foi o Acura/Honda NSX. Anunciado em 2012 – e exibido em diversos salões ao redor do mundo, inclusive no Brasil – o superesportivo foi oficialmente apresentado no mesmo evento onde o modelo original fez sua estreia, há 25 anos. Detalhe: o vídeo de apresentação do modelo exibiu imagens do primeiro NSX com Ayrton Senna (que participou de seu desenvolvimento) ao volante.

Com centenas de jornalistas dividindo espaço no seu estande, a Acura fez uma apresentação de gala do modelo, que chega equipado com um motor V6 biturbo com injeção direta de combustível, aliado a três elétricos, um central traseiro e dois dianteiros, em cada roda. A montadora não revelou os dados técnicos do veículo, mas o desempenho deverá o ponto alto do novo NSX, que será vendido no Brasil em 2016, como confirmou a empresa.

Graças ao conjunto propulsor elétrico, a Honda garante que o novo NSX é capaz de acelerar sem exibir qualquer atraso, a partir do momento em que o motorista/piloto pisa no acelerador. O novo supercarro será construído em Ohio, Estados Unidos, no segundo semestre deste ano e as vendas começam na sequência.

Outra novidade que se destacou em Detroit foi o novo Ford GT. Futurista, mas muito bonito, o carro chamou a atenção pelo estilo europeu de seu design. Previsto para chegar às lojas em 2016 para celebrar os 50 anos da vitória histórica da marca na 24 Horas de Le Mans, quando superou a Ferrari, o cupê terá motor V6 EcoBoost com mais de 600 cv, segundo a Ford. O câmbio será robotizado de dupla embreagem e 7 marchas.

Ao que tudo indica, a Ford decidiu apostar nos esportivos no Salão de Detroit, tanto que exibiu uma nova versão do Mustang, a Shelby GT 350R, que terá edição limitada restrita aos mercados americano e canadense. O motor V8 será capaz de gerar mais de 500 cv segundo a montadora e o carro não terá ar-condicionado, banco traseiro, rádio e tapetes para poupar peso. Assim como o GT, essa versão do Mustang só chega às lojas no próximo ano.

Ainda entre os esportivos, o Salão de Detroit viu o retorno da Alfa Romeo ao mercado americano e para celebrar o fato, a marca apresentou o 4C Spider, versão aberta do belo cupê. Com estilo mais próximo ao de um targa, o novo Alfa Romeo possui o mesmo conjunto mecânico do 4C “fechado”. O proprietário poderá escolher entre rodar sem capota, com uma rígida ou outra de tecido. O grupo FCA (Fiat Chrysler Automotive), que controla a marca, aposta no sucesso da Alfa Romeo no mercado americano, tanto que anunciou que terá outra novidade por lá ainda este ano e pretende ter uma rede com 200 concessionárias até o fim de 2016.

Mas o Salão de Detroit 2015 não foi marcado apenas pelos esportivos. SUVs e crossovers também marcaram presença (como era de se esperar). No estande da Mercedes-Benz, o destaque ficou com o GLE Coupé, modelo cuja inspiração foi o rival BMW X6 e que inaugura o estilo “SUV cupê” na marca. Como era de se esperar, houve polêmica com relação ao estilo. Muitos gostaram, mas também houve quem criticasse o desenho. O novo GLE foi apresentado nas versões “normal” e AMG, cujo motor é capaz de produzir 585 cv(!) No mercado brasileiro, a novidade só deverá desembarcar em 2016.

Quem também aderiu ao estilo “SUV cupê” foi a Volkswagen, que exibiu o Cross Coupé GTE, antecipando o visual do seu futuro SUV com capacidade para sete ocupantes que, ao que tudo indica, só deverá ser apresentado no Salão de Detroit do ano que vem. Com produção prevista para a fábrica da empresa em Chatanooga, nos EUA, o Cross Coupé é um modelo híbrido, tem potência combinada de 360 cv, será feito sobre a plataforma modular MQB e será comercializado apenas no mercado americano.

A Audi, por sua vez, exibiu o novo Q7 que, mesmo mantendo o estilo, também teve o visual criticado por alguns jornalistas. O SUV, porém, compensa a aparência controversa com muita tecnologia embarcada. Graças ao uso intensivo de alumínio em sua estrutura, o modelo é 325 kg mais leve que seu antecessor! Além disso, o novo Q7 estreia a nova plataforma modular do grupo VW, a MLB, que servirá de base para as novas gerações de modelos como VW Touareg e Porsche Cayenne, por exemplo.  

Entre as picapes, destaque para o conceito Santa Cruz, da Hyundai. Com uma cabine meio-estendida-meio-dupla, o modelo causou polêmica entre os jornalistas. A fabricante diz que o veículo se destina a um novo tipo de público, a geração Y, que cresceu já antenada com as novas tecnologias e, por isso, busca um novo tipo de automóvel, capaz de acompanhar as “aventuras urbanas” desse público. Com soluções engenhosas (mas não necessariamente viáveis),como a caçamba expansível, que amplia a área destinada à carga, a Santa Cruz foi chamada pela Hyundai de crossover truck, mas não tem previsão para chegar ao mercado.

Entre os elétricos e híbridos, destaque para o novo Chevrolet Volt, que foi reestilizado e ganhou visual mais ousado, assim como um novo conjunto propulsor, composto por motor elétrico e a combustão. A montadora, porém, insiste em defini-lo como um carro elétrico. Já o conceito Bolt é a aposta da empresa como um elétrico acessível. Com dimensões compactas (para o padrão americano) e capacidade para quatro passageiros, o Bolt tem capacidade para rodar até 320 km e, se entrar em produção, deve custar na faixa de US$ 30.000, segundo a empresa.

O Salão de Detroit abre suas portas ao público no próximo sábado (17) e ocorre até o dia 25 no Cobo Center, no centro de Detroit. O inverno rigoroso não facilita a visitação de turistas, mas, mesmo assim, a organização espera um grande público para a edição deste ano. No que depender das atrações, quem for ao evento não terá motivos para se queixar. A antiga capital do automóvel dá mostras de que está ressurgindo, assim como o mercado americano.

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