A Volkswagen lançou no final de fevereiro a linha 2017 de Gol e Voyage. Eles passaram por facelift e mudarão de geração apenas em 2018. O Gol ficou com um visual mais próximo do Polo europeu, principalmente a traseira, que ganhou novas lanternas e tampa do porta-malas redesenhados. O Voyage teve menos mudanças, mas ficou mais elegante com a nova frente. A grande novidade da mecânica foi a adoção do motor 1.0 de três cilindros.
CARRO ONLINE experimentou a versão mais cara do Gol, a 1.6 Highline com todos os opcionais disponíveis e câmbio manual de cinco marchas. Começando pelo interior, que é o grande destaque da linha 2017: o painel foi todo redesenhado, as saídas de ar agora são horizontais, o acabamento combina duas cores no painel (preto e cinza escuro), com detalhes em prateados.
O painel é de plástico duro, mas com boa aparência. O painel das portas é um pouco mais refinado, acrescentando partes em tecido gostoso ao toque. Além das saídas de ar redesenhadas (agora são horizontalizadas, em vez de redondas), alguns controles foram reposicionados, como o dos vidros traseiros — agora no painel central e não na porta do motorista.
A grande estrela da cabine redesenhada é o novo sistema multimídia, que nesta versão avaliada é o Discover Media. É um item opcional, disponível apenas para o Gol Highline (de série, a central é a Composition Touch, mais simples). A Discover não traz nenhuma grande novidade, mas finalmente transforma o Gol num carro conectado, abandonando a ideia de “peladão”.
A central, que já era oferecida nos Volkswagen Fox e Golf, tem capacidade para espelhamento de celulares smartphones, utilizando os aplicativos MirrorLInk, Android Auto e AppleCarPlay. A tela sensível ao toque é de 6,3 polegadas, e a navegação por GPS é bastante dinâmicoa e fácil de usar — na verdade, tudo é bem intuitivo.
No entanto, durante nosso uso, em alguns momentos a central travou, principalmente quando o aplicativo Spotify está sendo acessado via iOS (Apple). Foi necessário reiniciar, voltando às configurações iniciais de fábrica. Mas isso não diminui a capacidade de o sistema de facilitar a vida do motorista no dia-a-dia.
Além da nova central, a versão Highline do Gol 2017 oferece itens como acendimento automático dos faróis, volante multifuncional de couro com ajuste de altura e profundidade, piloto automático, faróis e lanterna traseira de neblina, computador de bordo. Há também ajuste de altura para o banco do motorista, EBD (distribuição de força de frenagem, que acompanha o ABS), alerta de frenagem de emergência, ar-condicionado, retrovisores elétricos com função tiltdown no lado direito, entre outros.
A versão Highline é bem equipada, mas há itens interessantes que são opcionais: rodas de liga leve aro 16, bancos revestidos em couro sintético, revestimento da porta e lateral parcialmente em couro sintético, encosto do banco traseiro bipartido, piloto automático (controle de cruzeiro), espelho retrovisor interno eletrocrômico, sensores de chuva e crepuscular. O valor destes opcionais é de R$ 3.240, sem contar o Discover Media, que custa R$ 2.360. O câmbio robotizado I-Motion também é oferecido como opcional por R$ 3,3 mil.
COMO ANDA O GOL
Além de oferecer um novo interior, mas refinado e muito bem equipado, a versão Highline é ótima para rodar na cidade e na estrada. Na verdade, a dirigibilidade do Gol 1.6 não mudou, pois a caixa de câmbio — um dos principais fatores a determinar o prazer de dirigir — é a mesma manual de cinco marchas, com curso curto e engates precisos.
O motor é mesmo velho EA111 de 1,6 litro e oito válvulas que entrega 104 cv com etanol. É mais que suficiente para deixar o Gol esperto nas saídas na cidade (no sinal verde, por exemplo). Na estrada, o motor entrega a força ideal para o carro atingir facilmente a velocidade limite da via. Suspensões e direção hidráulica, também inalterados em relação à linha 2016, cumprem bem os seus papéis na cidade e na estrada..
Apesar de ainda não trazer uma nova plataforma, mais moderna, o Gol deu alguns passos adiante. É inegável, que internamente, o carro ficou mais elegante. Somando o bom acabamento com o recheio de equipamentos e a central multimídia nova, o Gol é prazeroso para quem guia, além de oferecer praticidade e conforto.
DADOS DE FÁBRICA | Volkswagen Gol Highline 1.6 |
Motor | L4, diant., transv., 8V |
Cilindrada | 1.598 |
Potência | 104 cv a 5.250 rpm |
Torque | 15,6 kgfm a 2.500 rpm |
Transmissão | Manual, cinco marchas |
Suspensão (d/t) | McPherson/Eixo de torção |
Direção | Hidráulica |
Freios (d/t) | Discos ventilados/Tambor |
Porta-malas | 285 litros |
Tanque de combustível | 55 litros |
Peso | 983 kg |
Dimensões (C/L/A) | 3,89 m/1,65 m/1,46 m |
Entre-eixos | 2,46 m |
Velocidade máxima | 188 km/h |
A grande questão é pagar o preço pedido por ele. Com todos os opcionais, chega a R$ 55.230. E esse valor pode ficar ainda mais alto, caso o comprador decida pelo câmbio I-Motion e pela pintura metálica, passando dos R$ 60 mil. São mudanças importantes naquele que já foi o carro mais popular do Brasil.