Dizer que o Mitsubishi Outlander é um sucesso de vendas no país é exagero. Afinal, o modelo importado do Japão (e por isso mesmo, com preço pouco competitivo) registrou somente 7.308 unidades comercializadas no país em 2014. Mas isso não significa que não seja prestigiado pela empresa.
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Pelo contrário, já que apenas dois meses após ter sido exibido no Salão de Nova York o novo Outlander foi apresentado no Brasil. Da mesma forma, as vendas por aqui também começarão antes do que no mercado americano. E antes que você indague se essa estratégia sinaliza alguma intenção de produzir o modelo em território nacional, já esclarecemos: de acordo com Reinaldo Muratori, diretor de engenharia e planejamento da Mitsubishi Motors do Brasil, ainda não há qualquer novidade sobre esse assunto. Ou seja, somente uma grande procura pelo veículo justificaria o investimento necessário para se produzir o Outlander no Brasil.
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Como isso ainda não ocorreu, o modelo continua sendo trazido do Japão. E agora, com o visual repaginado. O desenho, aliás, foi bastante elogiado por quem conhecia a versão anterior e observou a nova. Grade, faróis e para-choque dianteiros estão bem mais modernos, e nem os grandes detalhes cromados parecem exagerados. O emblema dos três diamantes, aliás, foi redimensionado e agora tem mais destaque. O conjunto óptico, além de mais bonito, conta com luzes diurnas e faróis de LEDs, bem mais eficientes que os convencionais.
Atrás, a fabricante também providenciou mudanças visuais, mas mais discretas que na dianteira. A principal é que as lanternas ficaram maiores, além de ganharem LEDs. Ou seja, ganharam em segurança e eficiência. Um aspecto que foi bastante enfatizado por Reinaldo Muratori durante a apresentação do novo modelo é que se trata de um crossover, e não de um SUV. “O New Outlander é destinado a quem usa o carro mais sobre o asfalto, embora até seja capaz de proporcionar bom desempenho em estradas de terra. Mas ele não é um modelo para o fora-de-estrada”, explicou.
Outra novidade interessante do novo veículo é o retorno de uma versão equipada com motor a diesel. Não foi à toa que a empresa disponibilizou apenas modelos com essa motorização durante a apresentação do veículo. Trata-se de um moderno propulsor de 2,2 litros, 4 cilindros e 16 válvulas, com turbo, intercooler e injeção direta common-rail, capaz de gerar 165 cv e 36,7 kgfm. Graças ao seu funcionamento bastante suave e ao ótimo trabalho no isolamento acústico da cabine, os ocupantes nem percebem que se trata de um automóvel a diesel, principalmente com o carro em movimento.
Falando no interior, o New Outlander chama a atenção pelos programas eletrônicos de assistência disponíveis como itens de série. Além daqueles já conhecidos (e desejados em um modelo dessa categoria), como assistente de partida em rampa, controles de tração e de estabilidade e controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, o crossover traz monitor de saída de faixa (que alerta o motorista quando o veículo muda de faixa sem que o condutor acione a seta) e o sensor de colisão frontal, que além de avisar o motorista sobre a possibilidade de um choque frontal (a até 30 km/h), aciona os freios automaticamente, caso nenhuma ação preventiva seja tomada. Esse equipamento foi desenvolvido para reduzir atropelamentos e colisões no trânsito urbano.
Em termos de conforto, o modelo também faz bonito, oferecendo ótimo espaço interno para até cinco ocupantes. O banco traseiro é deslizante, permitindo ampliar o espaço para bagagem. E, caso seja preciso, o New Outlander conta com dois bancos extras no porta-malas, escondidos no piso, capazes de acomodar duas crianças ou adolescentes com relativo conforto. Adultos, como o próprio Muratori observou, só vão bem ali em viagens curtas.
Revestimento interno de couro com detalhes de madeira, banco do motorista com ajustes elétricos, teto solar, ar-condicionado automático digital de duas zonas, central multimídia com monitor de 7” (com computador de bordo e navegador integrados), câmera de ré e tampa do porta-malas com abertura e fechamento elétricos são outros equipamentos disponíveis. O New Outlander, aliás, não tem opcionais.
Na pista de testes, o crossover obteve números mais que satisfatórios para um veículo para até sete pessoas e que pesa 1.640 kg. Para acelerar de 0 a 100 km/h, por exemplo, ele precisou de 11s1. Já para atingir os 400 m, o modelo demorou 17s7. Infelizmente, não conseguimos avaliar o consumo do New Outlander seguindo o nosso padrão.
Com preço definido em R$ 173.990, a versão a diesel passa a ser a mais sofisticada da gama, que ainda conta com as configurações 2.0 a gasolina (por R$ 114.990), GT com motor V6 de 3,0 litros e 240 cv (R$ 141.990) e a GT com o pacote tecnológico completo, que é equipada com os mesmos itens do modelo com motor a diesel e custa R$ 151.990.
O novo Mitsubishi é um carro caro, mas, em compensação, oferece muitas qualidades e, principalmente, segurança. Não foi à toa que recebeu nota máxima nas avaliações dos principais institutos de segurança do mundo, como EuroNCAP e o americano IIHS. Isso merece destaque.
DADOS DE FÁBRICA
Velocidade máxima (km/h): 190
Motor disposição/número de válvulas: Dianteiro, transversal, diesel/16V
Cilindrada (cm³): 2.268
Potência (cv): 165 a 3.500 rpm
Torque (kgfm): 36,7 entre 1.500-2.750 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas
Suspensão (dianteira/traseira): Independente/multibraço
Peso vazio/capacidade máxima de carga (kg): 1.640/620
Porta-malas (litros): 798 (5 ocupantes)
Peso rebocável (sem freio) (kg): 750
Tanque de combustível (litros): 60
Pneus (veículo testado): Goodyear Eagle LS 225/55 R18
Comprimento/largura/altura (mm): 4.695/1.810/1.680
Entre-eixos (mm): 2.670
NOSSAS MEDIÇÕES
Aceleração:
0-60 km/h (m): 4,5 (43,6)
0-80 km/h (m): 7,6 (102,6)
0-100 km/h (m): 11,1 (191,6)
0-120 km/h (m): 15,8 (335,9)
Retomadas:
40-100 km/h em Drive (s): 8,6
60-120 km/h em Drive (s): 11,4
80-120 km/h em Drive (s): 8,3