Saiba como se prevenir deste mal, poupando seu carro e principalmente o seu bolso

Escolher o combustível certo para o seu carro vai muito além de encontrar um posto com o melhor preço. Nem mesmo um de “bandeira conhecida” é garantia de credibilidade, pois infelizmente há muitos espalhados pelo país que utilizam as marcas de maneira irregular. Dessa forma, o maior cuidado que o proprietário deve ter na hora do abastecimento é ter certeza sobre a qualidade do combustível.

O grande problema é que só descobrimos que há algo estranho quando o carro começa a apresentar problemas. Mas, mesmo sendo crime “adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo, gás natural e suas frações recuperáveis, álcool etílico, hidratado carburante e demais combustíveis líquidos carburantes, em desacordo com as normas estabelecidas na forma da lei”. Conforme o inc. I do art. 1º da Lei n. 8.176/1991, ainda assim ocorre a adulteração.

Gasolina

Uma das medidas fraudulentas empregadas por alguns postos e/ou distribuidoras é a adição de solventes. No entanto, o mais comum é adicionar etanol anidro à gasolina em teor acima do especificado, que é de 27% na gasolina comum e de 25% na gasolina premium. “Nos veículos apenas a gasolina, a adulteração com etanol é mais fácil de se notar. Neste caso, a diminuição da potência, aumento de consumo e mau funcionamento são os sintomas mais típicos. Porém, nos veículos flex, a auto adaptação do sistema dificulta a detecção da adulteração”, explica Fernando Landulfo, Consultor Técnico e professor de engenharia da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas).

Já a adulteração por solvente é difícil de se detectar a curto prazo. “A aparência e até mesmo odor são simulados. Nesse caso, também se tem os mesmos sintomas. A médio prazo, há formação de resíduos nas câmaras de combustão e deterioração nas mangueiras de combustível. Pode ocorrer detonação”, acrescenta Landulfo.

Segundo a Resolução nº 9 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), é direito do consumidor solicitar ao revendedor a realização do teste do combustível de acordo com o Regulamento Técnico (item 3) da própria Resolução. Já o poder de fiscalizar e/ou multar os postos cabe apenas à ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Etanol

No etanol, o mais comum é a venda do chamado “álcool molhado” no lugar do etanol hidratado. Este é a mistura de etanol hidratado com o anidro, além do acréscimo de água. Por ser alaranjado, uma boa medida é conferir se o etanol apresenta a coloração transparente na bomba através do densímetro que, além disso, permite que sejam conferidos a densidade do etanol (o nível indicado pela linha vermelha precisa estar no centro do densímetro – e não acima da linha do etanol) e se este está isento de impurezas. Desconfie de postos em que as bombas não apresentem este recurso. “Mal funcionamento, perda de potência e aumento de consumo são os sintomas mais comuns”, orienta Landulfo.

Outra adulteração é a adição de metanol ao etanol, mas em pouca proporção, já que este é extremamente tóxico ao contato com a pele ou quando ingerido. Em ambos os casos, haverá mau funcionamento do motor e elevação do consumo.

Diesel

Neste, o tipo de adulteração é bastante semelhante ao que ocorre com a gasolina, normalmente com a adição de querosene. Outras adulterações comuns são a adição de óleo de soja degomado, adição de óleos queimados, solventes derivados de nafta, diesel marítimo com pó coloral, água com corante vermelho e etanol. Com isso, haverá mau funcionamento do motor, entupimento dos bicos injetores e dos filtros, aparecimento de borra no tanque, corrosão no sistema de combustível, aumento de consumo, perda de potência do motor e aumento das emissões.

Em caso de dúvidas quanto à adulteração, solicite ao funcionário do posto que retire uma amostra de um litro de diesel, diretamente do tanque, e coloque a amostra em uma proveta transparente de vidro. Dessa forma, será possível notar impurezas como água ou materiais estranhos.

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