ZF Superbanner - 13.08-13.11

Estreia com inovação: o primeiro Dodge já possuía carroceria  100% de aço

Os irmãos Horace Elgin e John Francis desde cedo ganharam fama de “consertadores”. Na infância, vivida em Niles, pequena cidade próxima a Michigan, aprenderam com a mãe a usar a máquina de costura e a remendar as roupas, a fim de seguir utilizando-as. Quando a máquina quebrava, eles a arrumavam. Foi o pai, mecânico de motores da marinha, que os iniciou na arte da mecânica. O futuro dos irmãos Dodge estava traçado desde cedo.

Turma “da pesada”: parte da gama atual, com os “invocados” Charger e Challenger (em três versões)

O talento da dupla fez com que em 1896, quando Horace possuia 28 anos e John 32, o primeiro já registrasse sua primeira patente: um inovador rolamento para bibicletas. O crédito, porém, foi compartilhado pelos irmãos.

Simples e talentosos: Horace (em primeiro plano)  e John: talento desde a infância

Cinco anos depois, os Dodge começaram a produzir bicicletas completas, mas a grande virada ainda estava por vir. Graças à fama alcançada pela qualidade de seus produtos, os Dodge foram contratados para fornecer componentes para a Oldsmobile, em 1902. No ano seguinte, Henry Ford convidou a dupla para uma parceria na sua nova fábrica. Os irmãos aceitaram ficar com uma participação de 10% na futura empresa e, em troca, forneceriam toda a parte mecânica e o ferramental para a produção de automóveis.

Esforço de guerra: durante a II Guerra Mundial, a Dodge passou a produzir veículos e artefatos militares

Era uma evolução e tanto, mas Horace e John ainda não estavam satisfeitos. Assim, em 1914, os irmãos decidiram sair da sociedade com Ford e fundar a Dodge Brothers Motor Car.

A fábrica no período da II Guerra Mundial

O primeiro veículo saiu da linha de produção em novembro de 1914 e já no ano seguinte, a Dodge se tornou a terceira marca mais vendida nos Estados Unidos. O sucesso, porém, não fez com que os Dodge diminuíssem o ritmo, e em 1917 a empresa passou a oferecer veículos comerciais, como furgões para entregas urbanas.

Clássicos: a história da Dodge

Mas, quando tudo parecia correr bem, a desgraça se abateu sobre a família Dodge. No dia 14 de janeiro de 1920, John morreu devido uma gripe. Como se não bastasse, Horace falece em dezembro do mesmo ano, pelo mesmo motivo.

Lançando moda: o LaFemme foi o primeiro carro destinado às mulheres

Os negócios seguiram bem, mas as viúvas dos irmãos (que haviam assumido o comando) decidiram vender a companhia para um consórcio de investidores de Nova York por US$ 146 milhões, em 1925. No mesmo ano, a Dodge alcançou a marca de 1 milhão de veículos produzidos. Pouco depois, em 1928, a Chrysler adquiriu a Dodge por US$ 170 milhões. Naquela época, a marca ocupava a sétima posição entre as mais vendidas no mercado americano.

Clássicos: a história da Dodge

A quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, e o período da Grande Depressão (que se estendeu por toda a década de 1930) obrigou as fabricantes a reduzirem suas estruturas e a serem criativas a fim de manterem suas fábricas em atividade. Foi o período em que a produção caiu drasticamente, mas, em compensação, várias novidades foram implantadas, como a proteção anticorrosão nas carrocerias, a suspensão com molas helicoidais, o controle automático da ignição etc.

Clássicos: a história da Dodge

A entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial, em dezembro de 1941, resultou no decreto que ordenava a todas as fabricantes que participassem do esforço de guerra. Assim, em 1942 a Dodge deixou de produzir automóveis convencionais para construir veículos e equipamentos que seriam enviados ao front.

Abelha “nervosa”: as versões Super Bee se destacavam pelo bom desempenho

Passado o conflito, a Dodge (assim como as demais fabricantes americanas) precisou de algum tempo para retomar o ritmo de produção normal. Assim, foi a partir da década de 1950 que a empresa voltou a lançar produtos inovadores, que refletiam o otimismo da época. Não por coincidência, em 1952 é lançado o motor que faria história na indústria: o V8 Hemi (com câmaras de combustão hemisféricas) de 140 cv, que estreou na linha do ano seguinte.

Esportivos de raça: no alto, um dos modelos mais cultuados no mercado americano, um Coronet R/T, de 1968, cujo motor V8 era capaz de entregar ótimos 375 cv

Outra grande inovação surgiu em 1955 com o lançamento do LaFemme, o primeiro modelo exclusivo para o público feminino, que era oferecido com pintura “saia-e-blusa” rosa e branca e ainda trazia um kit de maquiagem, um guarda-chuva e uma capa de chuva, entre outros mimos. A iniciativa causou rebuliço na época, mas não foi muito bem-sucedida. Tanto que o modelo deixou de ser produzido no ano seguinte.

Comerciais também: a Dodge nunca deixou de lado os modelos comerciais. Acima,a van A100 Sportsman, de 1964

A década posterior viu a “corrida pela potência”. Maior era sinônimo de melhor, e todas as fabricantes procuravam oferecer motores grandes e potentes. Em 1960 o Dart chegou às revendas como um inovador sedã médio e um igualmente novo motor de 6 cilindros inclinado (Slant Six). Em 1966, o Charger chegou às lojas, e no ano seguinte, o V8 Hemi de 7,2 litros e 375 cv foi incorporado à gama, que passou a contar com os modelos Dart, Coronet, Charger, Polara e Monaco.

Tábua de salvação: acima, um Aries de 1982, modelo que ajudou  a resgatar  o grupo Chrysler  no início  dos anos 1980

Aproveitando a febre dos muscle-cars, a marca lançou o Super Bee, uma versão “anabolizada” do Coronet com decoração exclusiva e motor V8 Hemi com 335 cv que custava menos que o R/T (até então, o mais “bravo” da linha). Em meados dos anos 1970, porém, a crise do petróleo atingiu em cheio a indústria automotiva americana e decretou o fim dos “musculosos”. Mais uma vez, as fabricantes foram obrigadas a se reinventar, e a ordem passou a ser eficiência. O negócio era economizar combustível.

O best-seller Dynasty, de 1988

Nos anos 1990, a Dodge se destacou graças a duas novidades: o mítico esportivo Viper (que acabou ganhando status próprio) e o subcompacto — para o mercado local — Neon. Ambos foram muito bem recebidos pelo público (embora o segundo tenha deixado de ser produzido).

O mítico Viper, lançado em 1992

Hoje, graças ao acordo com a Fiat (que originou o grupo FCA), a Dodge está com fôlego renovado e concentra suas atividades em modelos com apelo mais esportivo (Dart, Avenger, Charger, e Challenger), embora também ofereça os crossovers Durango e Journey e até a minivan familiar Caravan em seu portfólio.

Com fama de mau: o Challenger retornou à linha, intimidador como antes

“Carros que foram feitos para serem dirigidos” é o slogan atual da marca, e a frase faz todo sentido para uma empresa consagrada por produzir e oferecer automóveis que se tornaram ícones entre os fãs de desempenho ao redor do mundo.

No Brasil

Por aqui, a Dodge ganhou fama com carrões, mas também produziu caminhões e um compacto eficiente

Hillman avenger 1973
Instalada no Brasil em 1967, a Chrysler produziu apenas automóveis Dodge por aqui. O primeiro foi o Dart, um sedã grande que se posicionou entre o Chevrolet Opala e o Ford Galaxie. Depois, com o Charger (principalmente o R/T), a Dodge tornou-se sonho de consumo dos jovens da época. Mas a marca também teve um compacto, o 1800, depois chamado de Polara, que foi concebido pela Hillman, marca inglesa que pertencia ao grupo Chrysler. Por conta dos “irmãos maiores” ele ganhou o apelido de “Dodjinho”. 

Share This