A Volkswagen realizou nesta segunda-feira (14), a apresentação prévia de suas novidades para o Salão de Frankfurt, que abre para a mídia na terça. Foram exibidos carros das marcas Volks, Audi, Skoda, Seat, Porsche, Lamborghini, Bentley e Bugatti, além de uma moto da Ducati.
O carro mais importante da noite foi, sem dúvida, o novo Tiguan, que deve chegar ao Brasil apenas em 2017, e numa versão ainda inédita (mais sobre isso adiante).
Trata-se da segunda geração do SUV compacto (que no Brasil é percebido como médio) lançado aqui mesmo em Frankfurt, oito anos atrás, e que de certa forma antecipou a onda de utilitários esporte com alguma capacidade off-road e bastante adequação ao meio urbano. O resultado: impressionantes 2,64 milhões de unidades vendidas neste período (515 mil somente em 2014), um feito que o transformou num modelo estratégico para a marca.
Por fora, o novo Tiguan redobra a aposta da Volks em linhas retas, tanto horizontais quanto verticais. Grade e conjunto óptico frontais mostram isso com clareza. As lanternas traseiras ganharam um pouco mais de área e recortes, ficando mais interessantes que as do modelo atual.
O Tiguan passa a ser fabricado sobre a plataforma modular MQB do Grupo Volkswagen, a mesma de carros como VW Golf e o Audi A3 (fabricados no Brasil). Com a adoção da nova base, o Tiguan cresceu 6 cm no comprimento (4,49 metros) e 7,7 cm na distância entre-eixos (2,68 metros). Com isso, segundo a fabricante, o espaço para as pernas dos passageiros de trás (criticado na primeira geração) aumentou 2,9 cm. A largura foi ampliada em 3 cm, mas o SUV também ficou 3 cm mais baixo (1,63 metro), para diminuir o coeficiente de arrasto (a melhora aerodinâmica foi em torno de 40%).
Para o cliente urbano e familiar, um ganho talvez mais importante foi o aumento da capacidade do porta-malas, que foi a 615 litros, 145 a mais que na primeira geração.
PACOTAÇO
Considerando aqui as especificações européias, o novo Tiguan está mais recheado de recursos de segurança. Já na configuração básica ele conta com uma espécie de “airbag de pedestre”, que na verdade é o deslocamento da peça em caso de atropelamento para evitar que o pedestre atinja o parabrisa.
Outros itens são frenagem autônoma preventiva e pós-colisão, alerta de troca de faixa e sete airbags (incluindo para joelho). A configuração top, Highline, possui sistema de monitoramento por câmeras e radares com alcance de 360 graus, permitindo o funcionamento de recursos como park assist e piloto automático adaptativo com função stop&go; mas, principalmente, ensaiando uma futura capacidade de condução autônoma num carro de valor mediano.
Por dentro, o Tiguan foi renovado, mas manteve a sobriedade e a funcionalidade típicos da Volks. O destaque é o inédito painel de instrumentos totalmente digital de 12,3 polegadas, com a mesma tecnologia do cockpit virtual dos novos carros da Audi, inaugurada pelo TT. A central multimídia também mudou e agora conta com os sistemas compatíveis com CarPlay e Android Auto (softwares de conectividade de Apple e Google, respectivamente). As telas variam de 5 a 8 polegadas e possuem funcionalidade de smartphone. O navegador é opcional.
VÁRIOS MOTORES
Como é tradicional, o consumidor europeu terá à disposição uma ampla gama de motorizações. São oito, todas sobrealimentadas, com injeção direta e função start-stop. As quatro opções TSI a gasolina produzem de 125 cv a 220 cv de potência, e as quatro turbodiesel variam de 115 cv a 240 cv de potência. Segundo a Volks, os motores TSI estão 24% mais eficientes que os da primeira geração. Um conceito de Tiguan elétrico, denominado GTE, também será mostrado no salão.
O Tiguan continuará oferecendo a opção de tração integral 4Motion para as configurações mais potentes. Nessa segunda geração, ela contará com o inédito recurso Active Control, que oferece quatro modos de condução com distribuições de torque e tração específicas para cada tipo de terreno.
POR QUE SÓ EM 2017
No Brasil, a primeira geração do SUV é vendida em versão única (2.0 TSI de 200 cv, câmbio tiptronic de seis marchas) por R$ 132.900. De acordo com um executivo da Volkswagen, ela continuará nas lojas ao longo de 2016 (as vendas na Europa começam em abril próximo).
O Tiguan renovado chegará ao Brasil apenas em 2017, já fabricado no México (e, portanto, com menos taxas). Será uma variação com entre-eixos maior (algo permitido pela plataforma MQB), com interior configurável para cinco e sete lugares (à moda do Fiat Freemont). O objetivo primário desse Tiguan XL (nome ainda não confirmado) é o mercado dos Estados Unidos, mas certamente haverá produção suficiente para a demanda brasileira (este ano, foram 1.500 emplacamentos do Tiguan até o final de agosto).
Viagem a convite da Anfavea