Embora boa parte dos brasileiros já soubesse — e até aguardasse — a chegada da nova geração do Honda Fit ao país, não se pode negar que a novidade está causando muito impacto em nosso mercado. Afinal, desde que foi lançado por aqui, em 2003, o modelo vem obtendo sucesso junto aos consumidores, seja pelo estilo moderno da sua carroceria, seja pela versatilidade do seu interior modulável.
E se você é fã do modelo ou está pensando em adquirir um, pode comemorar. A terceira geração — que está sendo lançada no Brasil antes mesmo de estrear nos mercados europeus e americano — traz uma série de aprimoramentos que, segundo Daniel Florentino, responsável pela adaptação do novo projeto ao Brasil, visa “surpreender o consumidor”.
Para tanto, o modelo continua seguindo o conceito batizado pela Honda de M/M, ou seja, “Máximo para o Homem/Mínimo para a Máquina”, obtido também graças ao projeto original do Fit, no qual o tanque de combustível é posicionado sob os bancos dianteiros, proporcionando melhor aproveitamento do espaço interno.
No novo Fit, a boa nova é que a área da cabine foi ainda mais ampliada, graças ao novo formato do reservatório de combustível, que permitiu baixar a posição dos bancos dianteiros, e também às novas medidas da carroceria, que cresceu no comprimento e no entre-eixos (altura e largura não foram alteradas).
De acordo com a Honda, a terceira geração do Fit tem 30 mm a mais no entre-eixos e é 97 mm mais longo que o antecessor. Mas, se oferece mais espaço para os ocupantes, o mesmo não vale para a bagagem, já que o porta-malas da nova geração diminuiu, passando dos 384 litros do anterior para 363 litros.
Mas, antes de prosseguir na parte interna, vale falar um pouco sobre o novo desenho do Fit. Embora mantenha o formato original, é inegável que o modelo está com aparência mais moderna. As laterais, por exemplo, trazem vincos pronunciados, que transmitem impressão de movimento, mas a principal atração é visual do conjunto frontal, no qual se destaca a grade, com o novo padrão visual da Honda, que passará a ser utilizado em todos modelos novos da marca.
De maneira geral, o resultado agradou. O novo Fit está mais encorpado e tem aspecto mais moderno. Perto dele, o modelo da segunda geração, que ainda era considerado atual, envelhece absurdamente numa fração de segundos.
Voltamos, então, ao interior do monovolume. A versão mais sofisticada, a EXL, exibe acabamento primoroso, utilizando materiais agradáveis ao toque e uma bela iluminação azul (as demais configurações têm iluminação âmbar), além de um mostrador digital com indicador de economia de combustível, relógio, hodômetros e nível do reservatório de combustível.
Menos equipamentos
O que se estranha na nova geração do Fit é o fato de, mesmo na versão topo de linha, o modelo não trazer itens presentes no modelo anterior, como o ar-condicionado automático digital ou as borboletas junto ao volante para acionamento do câmbio CVT. Além disso, o sistema que permite modular os bancos — agora denominado ULTRa Seat — não está disponível na versão de entrada.
Outra ausência que certamente será sentida pelos consumidores é a do navegador integrado. Nesse caso, é de se estranhar ainda mais, já que as versões EX e EXL contam com sistema multimídia com monitor de 5” e câmera de ré. Assim, trata-se apenas de adequar um programa ao equipamento, pois a tela já está no carro.
O câmbio CVT, aliás, está de volta ao Fit (equipava a primeira geração do carro), mas antes que você comece a se lamentar, a Honda fez questão de enfatizar que a nova caixa consegue proporcionar agilidade, apresentando respostas mais rápidas até que as do modelo anterior, equipado com câmbio automático de 5 marchas convencional. Além disso, o CVT ainda consegue ser bem mais econômico.
Para se ter ideia, de acordo com a fabricante, a nova caixa tem uma faixa de atuação 12% maior que a da antiga, além de ter uma estrutura 16% mais leve.
É hora, então, de falar sobre o motor. É hora, então, de falar sobre o motor. Embora ele continue sendo um 1.5 de 4 cilindros, com 116 cv a 6.000 rpm (com etanol), ou seja, exatamente a mesma potência do anterior, trata-se — segundo a Honda — de um propulsor “otimizado”.
O comando de válvulas é totalmente novo, e também conta com novo mapeamento. Além disso, a taxa de compressão foi aumentada e foram adotados componentes com menor peso e atrito. Graças a isso, foi possível aumentar ligeiramente o torque, que agora é de 15,3 mkgf a 4.800 rpm, contra 14,8 mkgf do antigo. E mais: o Fit também ganhou o sistema Flex-One, que dispensa a utilização de gasolina nas partidas a frio, preaquecendo o combustível.
Na hora de acelerar
E, confirmando os dados anunciados pela Honda, o desempenho do novo modelo foi, de fato, melhor. O “Fit 3G” acelerou de 0 a 100 km/h em 11s2, contra 12s5 do antecessor. O mesmo se repetiu na retomada de 60 km/h a 120 km/h, realizada em 11s1 pela novidade, contra 13s5 do anterior. Infelizmente, não conseguimos aferir o consumo do veículo, já que o teste se restringiu à pista. De qualquer forma, fica o compromisso de avaliarmos o quesito futuramente.
Pelo que exibiu, o novo Honda Fit deve continuar agradando aos consumidores brasileiros, já que não sofreu nenhuma mudança radical e as suas conhecidas qualidades foram realçadas. O melhor é que, mesmo assim, os preços não subiram tanto — ao menos inicialmente. Na versão DX manual, a mais simples, o modelo custa R$ 49.900, enquanto a EX (que só tem câmbio CVT), que deverá ser a mais procurada, sai por R$ 62.900. Já a EXL, topo da gama, e que só terá caixa CVT, custará R$ 65.900. Mas um navegador certamente será um equipamento que os consumidores sentirão falta.